sexta-feira, 30 de abril de 2010

Pulp Fiction-A violência como estilo de vida

Descrever obras-primas é sempre difícil, a gente acaba tentando falar de tudo, aí fica um post gigantesco e confuso e você acaba não falando aquilo que realmente sente em relação ao filme, por isso nesse post tentarei ser bem direto e objetivo ao falar do meu filme favorito: PULP FICTION *-*.

 

Baseado nos livros pulp de antigamente que eram cheios de contos violentos, o filme segue o estilo de “várias histórias independentes que se entrelaçam” mas inova em seu roteiro não linear onde o inicio é o fim, o meio é o final, e o final é o inicio, de um jeito que brinca com nossa memória e percepção. Inicialmente, o filme é dividido em 3 histórias: a primeira mostra os criminosos Jules (Samuel L. Jackson) e Vincent (John Travolta) indo buscar uma maleta misteriosa de seu chefe Marcellus na casa de uns moleques que acaba de modo inesperado; depois temos a história da missão especial de Vicent que era entreter a mulher de seu chefe, Mia (Uma Thurman) enquanto este viaja; e fechando o ciclo temos a história de Butch (Bruce Willis), um boxeador que ganha uma luta que era para ele ter perdido e agora tem que fugir do mafioso que o contratou para perder, que é o próprio Marcellus Wallace. No final, vemos como cada uma  parte perfeitamente se encaixa na outra, fazendo com que Pulp Fiction seja um dos filmes mais bem bolados e complexos que o cinema americano já viu.

 

Acho o roteiro de Pulp Fiction o melhor já feito, não só pela riqueza das histórias, mas principalmente pelos diálogos. Em todas cenas, eu disse todas, tem um diálogo que não tem muito a ver com a trama, mas que demonstra os pontos de vistas dos personagens sobre coisas que nunca paramos para pensar. Os diálogos vão de nomes de sanduiches à silêncios que incomodam, passando por regras de condutas masculinas e a sensação de matar uma pessoa, sendo assim um filme bem reflexivo e muito divertido, já que são sempre regados de muito humor negro.

 

As atuações são exatas, se adequam muito bem aos papéis, o que é quase um dom do Tarantino, o de escolher personagens para os atores certos. Ele conseguiu nesse filme ressucitar John Travolta num papel cool demais, tirando ele do esquecimento. Nesse filme onde o que não faltam são personagens, temos ainda participações ótimas de Tim Roth, Harvey Keitel, Christopher Walken e inclusive uma ponta do próprio Tarantino! Gosto especialmente da atuação de Thurman nesse filme, que atinge um charme sensual e superficial incrivel, além de transparecer  naturalidade e ironia, fazendo com que a parte dela no filme seja a que eu mais gosto, e sendo também uma das personagens que eu mais gosto do cinema, prestigiando assim a imagem de abertura do meu blog.

 

A trilha sonora do filme ficou famosa por englobar grandes hits antigos e atuais, além de se encaixarem perfeitamente ao filme. As músicas que eu mais curto são: Misirlou do Dick Dale que toca no início bombástico do filme e Girl You’lll Be A Woman Soon de Leonard Cohen.

 

O legal de Pulp Fiction é o modo como ele aborda seu tema principal: a violência. Ele nos mostra ela como se fosse algo comum, rotineiro na vida daqueles personagens, sem muita melancolia e muito menos moralismo. A questão da violência no filme é tratada de modo divertido, porém ainda maduro, usando o humor negro para amenizá-la e fazê-la ser melhor ingerida pelos telespectadores. Tarantino também não faz apologia a violência como muitos acham, nesse filme principalmente ele enfatiza o lado ruim da vida dessas pessoas, mas não sendo muito moralista como eu já disse, e também não se comprometendo muito com a realidade, fazendo realmente uma ficção sobre a vida de pessoas que adotaram a violência como estilo de vida.

 

Esse é o tipo de filme que se assiste pulando no sofá, ele tem um ritmo envolvente e que agrada a todo momento, com ótimas tiradas, diálogos e tramas intrigantes, sendo um prato cheio para aqueles que apreciam um bom roteiro. Pulp Fiction é um filme simplesmente atemporal, acredito que daqui a 10 anos eu o assistirei e sentirei as mesmas emoções empolgantes da 1º vez, sendo este o trunfo do filmaço dirigido pelo sempre genial Quentin Tarantino.

Frases Fodas do Filme (FFF):

  • “We should have shotguns for this kind of deal” -Jules (Nós devíamos ter shotguns para este tipo de trabalho)
  • “Any of you fucking pricks move, and I'll execute every motherfucking last one of ya!” –Honey Bunny (Que se mova qualquer filho da puta, e eu vou matar todos os filhos da puta até restar um)
  • “Say 'what' again. Say 'what' again, I dare you, I double dare you motherfucker, say what one more Goddamn time!” – Jules (Diga ‘o que’ denovo. Diga ‘o que’ denovo, eu te desafio, eu duplamente te desafio filho da puta, diga ‘o que’ mais uma maldita vez!)

Músicas Fodas do Filme:

  • Misirlou- Dick Dale
  • Comanche-The Revels
  • Girl You’ll Be A Woman Soon- Urge Overkill
  • Surf Rider-The Lively Ones

Um comentário:

  1. cara concordo esse filme é foda, reassisti ele ontem para escrever no meu blog e ri novamente das mesmas piadas e fiquei tenso mesmo já sabendo o que iria acontecer, com certeza é um filme para a eternidade.

    se quiser ver como ficou o meu post acesse

    http://macho-crise.blogspot.com/2010/10/filme-de-macho-pulp-fiction-tempo-de.html

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