quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sideways- Comédia que exala o aroma do vinho

Simples como uma uva, e fino como uma garrafa de pinot noir, “Sideways- Entre Umas e Outras” é uma pérola dos filmes americanos, que deve ser apreciado com uma bela taça de vinho e se possível uma boa companhia.

 

A comédia com traços dramáticos conta a história de Miles (Paul Giamatti) e Jack (Thomas Haden Church) dois amigos trintões que estão viajando pela Costa Central da Califórnia para celebrar a despedida de solteiro de Jack. A região, que contem uma grande número de vinículas, foi escolhida por Miles, um enófilo que pretende presentear o amigo com uma despedida de solteiro estilosa, tomando muitas taças de vinhos finos, jogando golf e admirando belas paisagens californianas. Mas Jack tem outros planos, prefere curtir seus últimos dias de solteiro como um verdadeiro solteiro, e se aventura com uma mulher que encontra por lá que o faz repensar sériamente sobre se casar. Miles também tem uma aventura amorosa com uma antiga conhecida que também adora vinhos. Em meio de muito vinho e belas paisagens, os quatro personagens dão ritmo a história que segue muitos caminhos diferentes.

 

O roteiro de Sideways é brilhante em sua simplicidade. O filme todo gira em torno dos quatro personagens principais e fica nisso, cada um com suas histórias, alegrias e angustias, que são postas a mesa nesse incrivel longa banhado a vinho. As atuações dão o tom certo a trama. Paul Giamatti é um ator que não funciona só como personagem secundário, ele como protagonista dá um show de nuâncias e expressões detalhadas, encarnando um personagem inteligente, divertido e por vezes melancólico. Thomas Haden Church é o típico amigo engraçado pegador, leve e descontaído, traz a comicidade ao longa. Sandra Oh e Virginia Madsen interpretam com bastante eficiência as mulheres que interagem com a dupla protagonista, fechando o grupo de personagens principais.

 

Acima de tudo, Sideways é uma declaração de amor ao vinho e todas as suas características, sendo também uma boa aula de cultura enóloga. Miles é um amante do bom vinho e ensina a Jack todas as táticas de se apreciar uma taça de vinho, dizendo o que fazer, como assimilar o gosto e quais vinhos escolher, o que serve para nós também que ao vermos o filme passamos a ter uma ideia melhor sobre esse incrível mundo dos vinhos. E o mais interessante do filme é que ele passa por momentos em que pode receber características de vinho, ele pode ser leve, intenso, encorpado, insosso, embriagante, revigorante, doce, ácido, picante, entre muitos outros adjetivos, mas ele se mantém o tempo todo delicioso. Outro ponto interessantíssimo do longa são as reflexões sobre o vinho, e a comparação feita entre ele e as pessoas, que realmente acontece. Em resumo: a medida que o tempo passa as pessoas e os vinhos amadurecem até chegar ao seu ápice, ao seu ano mais glorioso, depois disso, se não aproveitado bem, começa seu declinio impiedoso e massacrante até o seu inevitavel fim, se tornando um azedo vinagre. Profundo.

 

Sideways é uma ótima comédia, simples, porém com um conteúdo incrível. Cheio de ótimas tiradas e filosóficas reflexões, Sideways é um bom filme que deixará uma noite de inverno bem mais agradavel. Uma dica de ouro é ver o filme com uma boa garrafa de vinho, pois acreditem, você sentirá a vontade de sentir o sabor delirante de uma taça de vinho a cada cena, é inevitável. Acho que isso acontece principalmente pela essência do filme, que é basicamente o vinho, essa bebida dos deuses que agrada os bons paladares, sendo assim, o longa chega a exalar o aroma irresistível do vinho. Aproveitem Sideways sem moderação!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sangue e Cores Fortes, a Estética de Kill Bill

É, eu sei, vocês já devem estar cansados de posts sobre Kill Bill, mas como eu já disse estou me redimindo por ter demorado tanto para fazer posts sobre o longa que mudou minha vida. Prometo que é o último, sério. É que o seguinte, uma das coisas que mais me chama atenção em Kill Bill é a sua estética cheia de cores fortes e vibrantes, estética que é muito bem representada em seus posters, que pra mim são os melhores da história do cinema, então faço este post apenas para mostrar essas imagens, fazendo pequenos comentários. Vamos lá:

 

 

 

  

Sim, para as fãs da maluca da Lady Gaga, essa é a mesma picape usada no clip Telephone, julgo eu que terá conexão com o próximo filme de Tarantino que contará com Gaga no elenco.

   

 

     

Agora, uns posters mais conceituais, que eu acho que são os melhores!

    

Acho que não há posters que exemplifiquem melhor a ideia estética dos dois longas do que esses dois de de cima. É exatamente esse jogo de cores que acontece, no volume um há a predominancia das cores preta e amarela resultando num ótimo contraste visual, enquanto no volume dois as cores que predominam são amarela e vermelha que saltam a tela e são um grande deleite para os olhos!

Nossa famosa Hattori Hanzo

  

Esses dois posters a seguir foram feitos por um gênio da internet desconhecido que fez imagens minimalistas de Kill Bill:

  

Geniais, não são?

 

É por isso tudo, na somatória de todos os posts, que eu amo Kill Bill, seu jeito inovador e descolado de contar uma história de vingança frenética, sem moralismos ou convencionalismos, me fizeram abrir os olhos para o mundo do bom cinema, e assim espero que abra de muitos outros. Não percam essa chance de se deliciar com uma obra prima moderna!

domingo, 18 de julho de 2010

Kill Bill Definitivo!

A obra prima de Quentin Tarantino que está marcada como um dos melhores filmes da década tem uma força e personalidade sem igual, estabelecendo-se como o melhor filme de vingança já feito. Tem alguns pequenos spoillers durante o texto, então se ainda não viu o filme, veja e depois volte aqui!

 

Kill Bill era para na verdade ser um único longa, mas devido as suas quase 5 horas totais, incluindo as cenas que não foram exibidas, os produtores- sempre os produtores- decidiram dividir o filme em 2 partes, o que acabou por se converter em algo muito bom nas mãos do gênio Tarantino. Ele fez algo nunca antes visto, conseguiu fazer 2 filmes que contam uma história em seqüência só que cada um com sua particularidade, com o seu estilo, fazendo assim dois filmes praticamente independentes na sua estética audiovisual. Kill Bill vol. 1 tem um estilo mais “kung fu”,  com ótimas doses de lutas coreografadas que desafiam a lei da física, lembrando muito “O Tigre e o Dragão”. Além disso, existe uma vertente trash na primeira parte bem nítida, o sangue jorrando, o exagero nas sequências, mas acaba sendo uma característica incompleta, porque o filme não é todo trash, com filmagem ruim e péssimo áudio, sendo assim juntou o melhor dos dois mundos: o exagero delicioso dos filmes trash e a qualidade soberba dos filmes hollywoodianos. Já o volume 2 presta homenagem intensa aos western italianos, com ótimas cenas de desertos e uma trilha sonora que remete aos faroestes de Eastwood e a traços mexicanos que são delirantes de tão bom. Uma curiosidade é que o big brother do Tarantino, Robert Rodriguez, foi quem ajudou na escolha da trilha do segundo filme, o que da para perceber pelo rock mexicano presente no longa.

O legal de Kill Bill são suas pequenas gags que deixam o filme ainda mais divertido. Achei inusitadamente genial o fato de não sabermos o nome da Noiva até o filme 2, e até lá ouvir seu nome sendo censurado por um “pi”, ninguém esperava por isso mesmo! Só o Taranta para ter uma ideia maluca dessas. E o jeito que ficamos sabendo também é ótimo! Aparece, numa cena-hipótese, uma professora fazendo a chamada na sala de aula, quando chama pela Beatrix Kiddo aparece a Uma Turman dizendo “presente”, ri muito nessa hora! Além disso temos também as lembranças das violências cometidas contra a Noiva toda vez que ela olha para um de seus inimigos, e aí a tela fica vermelha, vem essas imagens da violência e de fundo a música Iron Side! Foda demais! Uma curiosidade do e Kill Bill, é que no volume 2 a única pessoa que ela realmente mata é o Bill, porque o Bud quem mata é a Elle Driver, e esta por sua vez não sabemos se morreu, apenas que perdeu o segundo olho.

 

Quando Kill Bill foi lançado o cinema levou um tapa na cara de originalidade, se diferenciando de tudo que se tinha feito até aquele momento. O jeito que Quentin escolheu para nos contar essa magnífica e colossal (adoro essa palavra [spqm]) história de vingança é um jeito único, diferente, ousado, e acima de tudo foda! A edição usada no longa é excepcional, e acaba por se encaixar perfeitamente no roteiro não linear de Tarantino que faz tudo ficar ainda melhor. Com essa mistura excêntrica de recursos, surge um filme que renova o cinema que estava bem caído nesse momento.

 

Além disso tudo, Kill Bill chegou para calar as bocas de todos os babacas que diziam que o Tarantino havia perdido a mão depois de Jackie Brown. Foi realmente uma volta triunfal em grande estilo, toda a genialidade do cara e toda a sua maluca paixão pelo cinema estão em Kill Bill. E agora ele está a mil, fazendo sucesso atrás de sucesso, tendo agora não só sua originalidade em mãos, mas também confiança no mundo do cinema e dinheiro para poder pagar pelos seus filmes. A propósito, Tarantino está escrevendo uma continuação para Kill Bill, mas por motivos óbvieis não se chamará “Kill Bill”, terá a Beatrix Kiddo e sua filha, mas terá outro nome.

 

Kill Bill é um verdadeiro marco no cinema, e como a maioria dos filmes de Quentin Tarantino chega para abalar as nossas estruturas e nos fazer mudar toda a nossa idéia de cinema! Tudo é novo num filme de Tarantino, e Kill Bill transpira novidade, conseguindo um misto de sentimentos e emoções que ficarão guardados para sempre nas suas memórias. Adjetivos que eu posso dar para Kill Bill? Inacreditável, original, divertido, irônico, exagerado, vibrante, emocionante, sensacional, inteligente, engraçado, empolgante, FODA!

terça-feira, 13 de julho de 2010

ROCK TARANTINO! Go, Paulistas, Go!

Post rápido para comunicar aos cinéfilos um dos maiores eventos cinematográficos desse ano que poucos sabem: O ROCK TARANTINO! Hoje, 13 de julho, o dia internacional do ROCK começa uma mostra de cinema e música em SP que tem como tema QUENTIN TARANTINO (o que eu to fazendo aqui nesta bosta de Volta Redonda?)! A mostra vai exibir filmes que inspiraram o cara a fazer seus filmes, ou seja, veremos os principais títulos que influenciaram o diretor e são as fontes de suas referências cinéfilas! Além disso, serão exibidos os próprios filmes de Quentin, incluindo o ainda inédito aqui no Brasil, mesmo depois de 3 anos de seu lançamento nos EUA, DEATH PROOF (À Prova de Morte)! Vai ser o 1° lugar aqui no Brasil a exibir o longa, que só deve chegar realmente no “grande” circuito só no dia 23/07. A mostra vai acontecer no Cine Olido e Centro Cultural São Paulo e no Centro Cultural da Juventude, tudo de graça! (o que que eu estou fazendo aqui nessa merda de cidade!?). Aconselho a todos o programa, é cultura cool de graça, não tem nem o que reclamar! Essa mostra vai até dia 31 de julho, vou ver aqui se consigo ir, vai ser  dificil, mas não custa tentar!

Mostra Rock Tarantino - CCSP: R. Vergueiro, 1000. Grátis. (ingressos 1 hora antes). Cine Olido: Av. São João, 473. Ingressos: R$ 1. Centro Cultural da Juventude: Av. Dep. Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha. Grátis (ingressos 30 min antes).

 

Agora aproveitando do post, alguns avisos. Esse tema (foda) do blog vai continuar até o final do mês, mantendo o especial KILL BILL até lá, ainda tem mais posts sobre o longa por aí, mas não terá só sobre ele, continuarei a postar normalmente também, só não farei agora pois estou em período de provas (FUU), sexta feira retomo as atividades do blog! Aguardem, e btw, deixem mais comentários!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Kill Bill vol. 2- A conclusão perfeita, sem moralismos

Dando continuidade ao tributo KILL BILL, falo agora sobre a parte final da saga da Noiva enfurecida e obcecada por vingança. Kill Bill vol. 2 chega explosivo como o primeiro longa e mostra que Quentin Tarantino é o melhor diretor da nova geração do cinema.

 

Na parte 2 do épico moderno, a Noiva vai em busca dos três assassinos que restam na sua lista de morte e nada vai impedi-la de atingir seu objetivo, que é matar Bill (Kill Bill, entenderam né?), nada. Além disso, descobrimos mais sobre seu passado e como ocorreu toda a tragédia que culminou no seu insáciavel desejo de vingança e percebemos que no fim, a vingança é satisfatória.

 

Kill Bill vol. 2 conclui muito bem a obra de Tarantino, dando sequência ao sucesso do primeiro longa e sendo igualmente muito aclamado. O roteiro de vol. 2 é bem trabalhado, os diálogos são carregados de inteligência e humor negro e as cenas são incrivelmente originais. Se comparado aos outros filmes de Quentin Tarantino, Kill Bill realmente não tem tantos diálogos fora do plot quanto os outros, mas em Kill Bill 2 há um monólogo impressionante de Bill falando sobre a mitologia do super-homem e a comparando com a história da Noiva, o que é muito perspicaz e faz sua cabeça explodir na hora. Além disso, Kill Bill não quer dar lição de moral nenhuma, não ta nem aí para rendenção ou coisa do tipo. O tema do filme é vingança, e assim é feito, não tem o clichê “consegui o que eu queria, mas ainda não estou feliz”, o que é mais do que satisfatório no fim do longa.

 

Como eu disse no post anterior, Kill Bill vol. 1 tem mais ação, mais luta, e assim, as boas atuações não são tão visíveis, mesmo que tenham sim, já no primeiro longa, ótimas performances. Mas é no volume 2 que podemos ver todas as nuâncias de cada personagem, a não ser é claro dos mortos, enfim, o elenco agora formado desempenha seu papel muito bem, é quase impossível alguem atuar mal nos filmes do Taranta, e Daryl Hanna é sem duvida a maior prova disso. Eu já vi ela em outros filmes, ela é um horror, mas em Kill Bill ela conseguiu o papel certo, o jeito dela de falar está bem convincente, embora haja momentos em que ela exagere demais, mas não chega a atrapalhar tanto, sem falar que ela é linda, mesmo estando agora com, sei lá, 40 anos. Michael Madsen também não está mal no papel de Bud, mais um dos assassinos marcados para morrer, sua atuação é boa, mas não supera nenhuma outra do elenco principal e definitivamente nem chega perto do show que ele deu em Cães de Aluguel. O escolhido para fazer o famoso Bill da história, que realmente só aparece nesse segundo filme, é David Carradine, que interpreta brilhantemente o sádico e calmo chefe do grupo de assassinos profissionais do filme. E uma surpresa na área das atuações vem da atriz mirim Perla Haney-Jardine que tem uma atuação impressionante para a sua idade, sendo perfeitamente natural, não falarei mais para não contar  spoillers.Em resumo, Kill Bill é mais um filme onde podemos perceber a notável habilidade de Tarantino de escolher os atores certos para os papéis certos.

 

O estilo visual do segundo filme mantem a excelência do primeiro, fazendo muita referencia aos filmes westerns italianos e americanos, tendo na sua 2° cena, de cara, uma referência direta a “Rastros de Ódio”. Também tem sua parte “filme B de Kung-fu” com o treinamento da Noiva como caricato Pai-mei que tem uma fotografia bem semelhante a esse gênero antigo de filmes. A trilha sonora de Kill Bill vol. 2 também é muito boa, a do primeiro filme é mais eletrizante, mas a do segundo consegue manter o ritmo da história com músicas que tem toques dos antigos faroestes e um traço bem mexicano, que é enlouquecedor de tão bom. Logo no início tem uma música forte, pesada, lembrando filmes antigos mesmo, o que dá um estilo muito legal ao longa, é uma música que traduz o sentimento de vingança, não sei explicar.

 

Assistindo o primeiro longa é impossível não querer assistir o segundo e responder todas as dúvidas levantadas pelo volume 1. Kill Bill vol. 2 é o tipo de filme que consegue fechar bem o ciclo dando uma sensação de satisfação enorme após os créditos finais. É realmente imperdível. Uma dica é ver os dois filmes em sequência, um logo após o outro, não é nem um pouco cansativo, pelo contrário, é excitante, você não corta o ritmo, o continua. Assistam!

 

Músicas Fodas do Filme:

  • A Silhouette Of Doom- Ennio Morricone
  • The Chase- Alan Reeves
  • Tu Mira- Lole y Manuel
  • About Her- Malcolm McLaren
  • Goodnight Moon- Shivaree
  • Malaguena Salerosa- Chingon (a melhor)

 

Cenas Fodas do Filme:

  • Massacre na capela, a “morte” da Noiva
  • Treinamento da Noiva com Pai-mei
  • Noiva sendo enterrada viva e conseguindo sair da sua cova (momento sufocante)
  • Morte de Bud
  • Luta da Noiva contra Elle Driver
  • Conversas da Noiva com Bill
  • Morte de Bill com o golpe mais mortal de todos os tempos
  • Final da saga da Noiva
  • Créditos finais recapitulando todos os personagens ao som de “Malaguena Salerosa” de Chingon

 

Frases Fodas do Filme:

  • Budd: “Them Japs sure know how to hold a grudge.Or maybe... you just tend to bring that out in people.”// Esses japas sabem como guardar rancor. Ou talvez… é você que tende a causar isso nas pessoas.
  • Noiva: “May I have a glass of water, please?”// Me dá um copo de água, por favor.
  • Noiva: “I've killed a hell of a lot of people to get to this point, but I have only one more. The last one. The one I'm driving to right now. The only one left. And when I arrive at my destination, I am gonna kill Bill.”// Eu matei muitas pessoas para chegar a esse ponto, falta apenas uma. A última. A quem estou indo encontrar agora. A única que falta. E quando eu chegar no meu destino, eu vou matar o Bill.
  • Noiva: “You "overreacted"? Is that your explanation?”// Você “exagerou”? Essa é a sua explicação?
  • Noiva: “Bitch, you don't have a future.”// Vadia, você não tem um futuro.
  • Bill: “You're a natural born killer.”// Você é uma assassina por natureza. (Referência a si mesmo detected!)
  • Esteban Vihaio: “I would've been much nicer. I would've just cut your face.”// Eu teria sido mais legal. Eu teria apenas retalhado o seu rosto.

sábado, 3 de julho de 2010

Kill Bill vol.1- Épico Moderno Banhado a Sangue!

Kill Bill é sem dúvida um dos melhores filmes da década, e com certeza uma das melhores ações já produzidas, reunindo na sua composição uma ótima história, personagens interessantes, atuações formidáveis, cenas de ação de explodir a cabeça, e muito, muito sangue!

 

A história do filme é bem simples, porém não é muito explicada no primeiro filme, deixarei assim para o próximo post. O que sabemos em Volume Um é que a mulher loira vivida com fúria por Uma Thurman está em busca de vingança aos seus “assassinos” que no dia de seu casamento a espancaram e mataram todos que estavam na capela, e suspostamente a mataram junto, porém ela na verdade entra em coma apenas, e agora quer dar o troco na mesma moeda, na exata mesma moeda, por que além de terem acabado com a vida dela, os “assassinos” fizeram ela perder o bebê que estava esperando, sendo essa a premissa para muita violência ao estilo Tarantino.

 

Com essa simples trama de vingança, Tarantino consegue fazer um épico moderno que mostra a trajetória obstinada dessa mulher por aquilo que ela chama de justiça e nos apresenta um delírio audiovisual que nos deixa vibrantes do início ao fim. Como a intenção do primeiro filme é nos deixar em dúvida sobre os fatos e termos vontade de ver o segundo, o longa não perde muito tempo em explicação, e mete logo o pé na porta com grandiosas cenas de lutas muito bem coreografadas, mas muito bem mesmo, chega a ser surreal de tão boas, fazendo referências aos filmes de kung fu que Quentin aprecia, e mostrando algo que o cinema esqueceu faz tempo: combates incríveis com espadas samurais. Tarantino não economiza sangue falso no longa, quem viu sabe como é, basta cortar uma parte do corpo para se jorrar litros de sangue, sendo bem exagerado e muito divertido (desculpem o sadismo, mas até mesmo nessa ocasião você pode perceber que não há nada de sádico em meu ato, na verdade estou sendo totalmente masoquista [spqm]). Enfim, ação de qualidade não falta nesse filme que te surpreende a cada cabeça cortada por uma Hattori Hanzo

 

A edição de Kill Bill é extraordinária, eu nunca vi nada igual. Nada é convencional. Para começar o filme é fora da ordem cronológica, indo e voltando em flashbacks que deixam o longa ainda mais interessante de se ver. Outro ponto é que os truques de câmera usados no filme são geniais, é tudo muito ágil e inteligente captando a intensidade dos movimentos das personagens, e nos proporcionando uma experiência cinematográfica incrível. É muito interessante também o jogo de cores que o Tarantino faz, usando ótimos contrastes bem fortes, predominando as cores amarelo, preto e vermelho. Além disso, o filme ainda tem cenas com camadas de cores por cima, como vermelho e azul, e ainda, partes em preto e branco, tudo muito bem feito e compondo bem a cena. Muito legal também é o recurso de “anime” usado no filme para contar a história de uma das personagens de origem japonesa, uma técnica  inovadora aplicada muito bem pelo Taranta.

 

Mesmo com uma história simples, Tarantino se mostra, como sempre, excepcional no roteiro, criando diálogos enfurecidos silenciosamente de maneira genial. É a calma da raiva, que quando explode, explode magnificamente, num banho de sangue enlouquecedor. Entonando bem as falas e os diálogos está um elenco afiadíssimo com ótimas performances. As atuações são bem encaixadas, como na maioria dos filmes do Tarantino, cada personagem recebeu o ator certo para representá-los, e vice e versa. Uma Thurman protagoniza os longas de forma raivosa, transmitindo bem o rancor e o ódio dessa mulher frenéticamente em busca de vingança. Suas expressões acompanham bem os sentimentos de sua personagem, o que faz toda a diferença na performance da atriz que nem sempre atua bem, infelizmente. Lucy Liu encarna bem a ex-assassina de aluguel e atual chefona do crime de Tóquio, mas nada demais, o mesmo pode se dizer a Vivica A. Fox que interpreta Vernita Green, outra “assassina” da noiva. Uma atriz desconhecida que permaneceu desconhecida depois do longa mas teve uma atuação formidável foi Chiaki Kuriyama (ela msm) que interpretou Gogo Yubari, uma das “seguranças” da O-Ren Ishii (Lyu), que é um deleite para os olhos no seu visual “colegial” mas é insanamente fatal (uma dica, não trepem com ela [spqm]). Daryl Hanna resurge das cinzas com esse filme,  roubando a cena em algumas partes, sua atuação não é das melhores, mas compôs bem o papel da assassina profissional nervosa Elle Driver, que veremos melhor no segundo volume. Há ainda muitas outras boas atuações, mas que só se mostrarão melhor no próximo filme, por isso, deixo para comentar depois.

 

O melhor eu deixei para o final: A TRILHA SONORA! PQP! É A MELHOR TRILHA SONORA DA HISTÓRIA DO CINEMA! Só isso. É algo assim “sobrehumano” o que o Tarantino fez. Ele fez uma grande mistura de gêneros musicais no filme e dá certo de maneira delirante, (é clichê mas não tem jeito) só entende quem ver e ouvir. Kill Bill chega a ser uma ópera de tão sicronizado são as músicas com as cenas, passarei depois uma lista das melhores (praticamente todas). Não só em questões de músicas, o longa também dá um show em efeitos sonoros, o barulho dos combates com espadas é delicioso. Eu nem sei como me expressar diante dessa obra prima audiovisual, mas concluindo, a trilha segue o filme e não se perde em nenhum minuto obtendo excelência nesse quisito, além de dar um tom vibrante no longa que eu nunca vi igual.

O legal de Kill Bill é sua ambiguidade em relação ao público, pois o longa consegue agradar dois públicos fortíssimos: os blockbusterianos e os cinéfilos descolados (que estão em alta ultimamente). Os blockbusterianos saem bem alimentados de cenas de ação e luta espetaculares, e os cinéfilos descolados apreciam todos os detalhes minusciosos dessa grande obra prima do século XXI. Além disso, Kill Bill ainda pode fazer muitos blockbusterianos se converterem e mudarem de lado, e se tornarem potenciais cinéfilos, assim como aconteceu comigo. Veja Kill Bill e mude sua vida!

 

 

Cenas Fodas do Filme:

  • Luta da Noiva contra a Vernita Green
  • Elle Driver vestida de enfermeira assoviando Twisted Nerve pelo corredor do hospital (uma das mais marcantes)
  • A Noiva, vestindo uma roupa amarela e preta, q pertencia a Bruce Lee, dirigindo uma moto amarela e preta ao som de Green Hornet
  • Luta da Noiva contra um exército de japoneses (A melhor cena!)
  • Luta da Noiva contra a Gogo Yubari
  • Luta da Noiva contra a O-Ren Ishii

Músicas Fodas do Filme:

  • Bang Bang - Nancy Sinatra
  • Battle Without Honor or Humanity – Tomoyasu Hotei (A melhor sem dúvida nenhuma)
  • Green Hornet – Al Hirt
  • Twisted Nerve – Bernard Herrmann
  • Don’t Let me be Misunderstood- Santa Esmeralda
  • The Lonely Shepherd- Zamfir

Frases Fodas do Filme (Famoso FFF)

  • A Noiva: [Em japonês] “Those of you lucky enough to have your lives, take them with you. However, leave the limbs you've lost. They belong to me now.” Aqueles que tiveram sorte o bastante para sobreviverem, levem ela com vocês. Mas, deixem as partes do corpo que vocês perderam. Elas pertencem a mim agora.
  • Budd: That woman deserves her revenge and we deserve to die.” Essa mulher merece a sua vingança e nós merecemos morrer.
  • Elle Driver: “I might never have liked you. Point of fact, I despise you. But that doesn't suggest I don't respect you.” Acho que nunca gostei de você. Para ser sincera, eu te odeio.Mas isso não quer dizer que eu não te respeito.
  • Hattori Hanzo: “Revenge is never a straight line. It's a forest, And like a forest it's easy to lose your way... To get lost... To forget where you came in.” A vingança nunca é uma linha reta. É uma floresta, e como uma floresta, é fácil de se perder no seu caminho…ficar perdido…se esquecer de onde você veio.
  • Bill: “Y'all beat the hell out of that woman, but you didn't kill her. And I put a bullet in her head, but her heart just kept on beatin'. Now, you saw that yourself with your own beautiful blue eye, did you not? We've done a lot of things to this lady. And if she ever wakes up, we'll do a whole lot more. But one thing we won't do is sneak into her room in the night like a filthy rat and kill her in her sleep. And the reason we won't do that thing is because... that thing would lower us. Don't you agree, Miss Driver?” Você fez o inferno com essa mulher, mas não a matou. E eu coloquei uma bala na cabeça dela, mas seu coração continuou batendo. Agora, você mesma viu com seus lindos olhos azuis, nõ viu? Nós fizemos muitas coisas com essa mulher. E se ela um dia acordar, nós faremos muito mais. Mas uma coisa que não faremos é entrar no seu quarto a noite como um rato e matá-la enquanto dorme. E a razão para não fazermos isso é porque….isso iria nos rebaixar. Não concorda, Srta Driver?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tarantino, Bill, Noiva, cinéfilos, me desculpem.

Me desculpem, eu cometi um crime. Não foi um crime por ação, mas sim, por omissão. Como pude esquecer? Como? Me pergunto como eu pude errar assim tão gravemente? Bem, vocês não devem estar entendendo nada, confessarei meu erro: eu ainda não fiz um post sobre KILL BILL! Me sinto um grande merda. Como assim eu ainda não tinha feito um post sobre o meu 2° filme favorito (o 1° é Pulp Fiction ^^)? Estava revendo o filme dias atrás e me dei conta desse triste fato. Sem perder tempo, aqui estou eu escrevendo sobre ele e me redimindo a sociedade cinéfila: foi mal.

 

Estou dando tanta importância a isso pelo fato de Kill Bill ter sido o filme que iluminou o caminho da cinefilia para mim, sendo assim muito significativo. Foi a partir dele que conheci o tal Quentin Tarantino e fui dando cada vez mais passos nesse caminho divertidíssimo que me fez perceber que existe coisa melhor que blockbuster e que Harry Potter na verdade não era um bom filme (tinha 10 anos na época, considerem).

 

Enfim, sou muito grato por esse filme existir por toda diversão que me proporciona, sendo assim, merece um post à altura. Como são 2 filmes que, mesmo que contenham a mesma história em sequência, são bem diferentes, farei 2 posts independentes, e mais um extra, fazendo uma conclusão dos dois. Espero que assim consiga me redimir com todos, com o Tarantino, com o grande Bill, com a gostosa Noiva, com vcs leitores cinéfilos fantasmas e comigo. Aguardem que os posts já vem….

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