sábado, 16 de janeiro de 2010

Avatar-Revolução visual, história habitual

Muito tempo depois de ter estreiado no cinema, só agora eu finalmente vi o tão comentado filme do aclamado diretor James Cameron, que antes de seu lançamento já prometia revolucionar tudo aquilo que chamamos de cinema. E assim o fez, não posso negar, mesmo não tendo idolatrado o filme como alguns tenho que reconhecer que este filme é um puta trabalho artístico, sendo uma obra de arte, e não uma obra prima.

Normalmente, no segundo páragrafo eu escrevo com as minhas palavras a história do filme e tals, mas  como neste caso a história é bem complexa e até mesmo confusa, preferi colocar a sinopse fornecida pelo filme:

“Jake Sully (Sam Worthington) ficou paraplégico após um combate na Terra. Ele é selecionado para participar do programa Avatar em substituição ao seu irmão gêmeo, falecido. Jake viaja a Pandora, uma lua extraterrestre, onde encontra diversas e estranhas formas de vida. O local é também o lar dos Na'Vi, seres humanóides que, apesar de primitivos, possuem maior capacidade física que os humanos. Os humanos desejam explorar a lua, de forma a encontrar metais valiosos, o que faz com que os Na'Vi aperfeiçoem suas habilidades guerreiras. Como são incapazes de respirar o ar de Pandora, os humanos criam seres híbridos chamados de Avatar. Eles são controlados por seres humanos, através de uma tecnologia que permite que seus pensamentos sejam aplicados no corpo do Avatar. Desta forma Jake pode novamente voltar à ativa, com seu Avatar percorrendo as florestas de Pandora e liderando soldados. Até conhecer Neytiri (Zoe Saldana), uma feroz Na'Vi que conhece acidentalmente e que serve de tutora para sua ambientação na civilização alienígena.”

Em questões técnicas esse filme atinge a perfeição, sendo assim deve levar todas as estatuetas técnicas do Oscar. É tudo muito bem trabalhado, cada detalhe tem sua importância, transformando Cameron num novo Peter Jackson. Queria ter visto o filme em 3D, o que deve ser uma experiência magnífica, o longa deve realmente ganhar “vida” diante de nossos olhos. Se em 2D o filme já quase conseguiu esse feito, imagina em 3D! Cameron já havia conseguido escrever seu nome na história do cinema com seu grandioso Titanic, mas agora ele escreveu seu nome na história da tecnologia dos efeitos especiais. Os filmes que vierem a serem lançados agora com efeitos visuais beberá da fonte de Cameron, e será enquadrado como filme pós-Avatar, assim como ocorreu com os filmes depois de Matrix (pós-Matrix). O cinema não vê uma mega produção dessas desde de Senhor dos Anéis, por isso há tanto mérito para Cameron, que desde 95 vem criando um novo “mundo”, com diferentes espécies, uma sociedade totalmente nova, com diferentes conceitos e formas de se relacionarem entre eles e com a natureza, o que é belíssimo na tela. Ouso fazer a comparação (estranha) que Pandora é a Terra Média do futuro! Ainda na área dos efeitos, Avatar tem uma fotografia estupenda! Pandora é um lugar incrível, não dá pra explicar o quão belo ele é. Lá é um ambiente todo natural, digamos assim, cheio de florestas e montanhas flutuantes, com uma fauna e flora exóticas, completamente diferentes das nossas e que se relaciona com os nativos de uma forma excepcional, como se fossem um único organismo vivo. Nisso o filme realmente agrada, e muito.

O filme é realmente inacreditavel visualmente, mas tem uma história que ao meu ver já está bem passada. Claro que não é todo dia que vemos um filme em que os personagens criam avatares alienígenas para poderem se adaptar num lugar estranho para roubarem uma pedra estranha, claro, mas eu estou falando dos personagens e da história em si, tirando todas essas “excentricidades” em questão. Se formos avaliar é uma história que já foi contada diversas vezes, esse lance de amor proibido entre pessoas totalmente diferentes (levado ao extremo) está manjado desde de Shakespeare! Também é manjado a história do cara mauricinho q paga por algo que lhe vai trazer mais riqueza e destruir o meio ambiente, mas que depois se ferra no final e se arrepende de tudo. Ainda mais manjado de todos é a história do cara infiltrado que tem como missão se aproximar de uma mulher para obter informações mas que depois acaba se apaixonando por esta e tem toda aquela carga melodramatica de “você me traiu, nunca me amou, bla bla bla”. O que eu quero dizer é que enquanto Cameron está mais preocupado com a parte técnica ele meio que se esquece do roteiro, o que é o grande mal dos blockbusters, deixando o filme mais “pobre” nesse sentido. Enquanto ele inova de um lado, copia de outro!

A história é simplesmente uma mistura de várias ficções cientificas, conseguimos perceber traços claros de diversos filmes como Matrix, Jurassic Park, Alien, King Kong, A ilha, 2001 uma odisseia no espaço e por aí vai, tendo até semelhança com a história de Pocahhontas. Esses traços não estão na história necessariamente, na maioria das vezes eles exercem mais influencias na parte visual, nos aparelhos e nos cenários. Percebi traços também de Star Wars e Apocalypse Now.

Uma coisa positiva que eu aponto do filme é a metáfora que ele passa, q mesmo q já esteja muito usada hoje em dia, em Avatar gera um bom impacto, que é o grande debate homem X natureza, onde o homem ferra com a natureza e a natureza ferra com o homem, bonito não? Pandora nada mais é do que o nosso meio ambiente (metafóricamente) e que nós destruimos para obtermos algo de valor, no caso a pedrinha estranha lá, e que assim como o nosso meio ambiente, revida contra nós e acaba, por fim, ganhando, não importando o quão tecnologicamente avançado estivermos. Outra lição que o filme passa é que não tem como nós tirarmos algo da natureza sem que ela não nos venha cobrar depois, o que deveria estar na cabeça de muitas pessoas atualmente. É muito legal ver no filme os nativos interagindo com o ambiente em que vivem, sendo que nesse momento eles se mostram superiores aos humanos, pois eles são plenos, não precisando de bens materiais para serem felizes, pois vivem em harmonia com o lugar deles, é uma coisa foda, é o Cameron dizendo para nós nessa era de aquecimento global: Para vivermos bem devemos conviver bem com a natureza!

Há rumores e críticos que estão prevendo uma indicação ao Oscar de Melhor Filme para Avatar. Eu posso até engolir uma indicação, mas se ganhar aí eu fico puto. O filme é muito “surreal” pra Oscar, não tem base pra isso, a não ser se for pela sua metáfora, mas mesmo assim ainda não se enquadra nos parâmetros do Oscar. Mas estou bem tranquilo em relação a isso, já que se for indicado ele provavelmente irá competir com filmes muito, mas muito mais superiores a ele, como Invictus do Clint Eastwood (bye bye Avatar) e o badalado Nine, cheio de estrelas ganhadoras de Oscar do calibre de Nicole Kidman e Daniel Day Lewis e que tem a cara do Oscar, so don’t worry about the thing..

Numa analise geral, Avatar é só bom! Ganha na parte dos efeitos, perde na história, então acaba no zero a zero, não fede nem cheira, pra mim é claro, mas eu aconselho a todos a virem esse filme enquanto está no cinema, pois é um filme que merece ser visto numa tela gigante com um som fodástico para assim podermos realmente senti-lo, se tiverem a oportunidade de verem em 3D não percam, deve ser uma experiência e tanto! No fim de tudo ainda levanto meu chapéu a James Cameron devido ao seu puta trabalho artistico, nunca esqueceremos.

 

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sherlock Holmes- Revivendo o mistério

Já era tempo do cinema reviver as grandes histórias de detetives do século retrasado e que tanto entretinham seus leitores nas noites em que não se tinha televisão, estreiou sexta o novo filme de Guy Ritchie, Sherlock Holmes que mostra aos jovens (falou agora o Cid Moreira) quem é o tão falado Sherlock, grande detetive inglês das páginas dos livros de Sir Arthur Conan Doyle que era capaz de resolver qualquer crime com a ajuda de seu fiel escudeiro Watson.

O grande caso que cabe a Sherlock (Robert Downey Jr) resolucionar dessa vez são os mistérios e crimes relacionados ao sinistro Lorde Blackwood que vem aterrorizando a Inglaterra devido aos seus atos estranhos de magia negra. Holmes como sempre atuará ao lado de Watson (Jude Law) e ainda enfrentará no seu caminho Irene Adler (Rachel McAdams, uma antiga paixão que sempre está a um passo a frente.

O filme é de tirar o fôlego, com um ritmo acelerado, característico de Ritchie, faz você ficar grudado na tela todo tempo, onde nada acontece por acaso e cada detalhe é de suma importancia para a resolução do caso. Uma coisa incrivel desse filme é como ele nos mostra o jeito do Sherlock de pensar, nos apresentando com detalhes como o detetive calcula perfeitamente seus passos, principalmente nas lutas, e depois mostra como que o lance realmente aconteceu. Muito legal isso, me lembrou um pouco “Uma Mente Brilhante”, é de fazer você babar diante da tela!

  As atuações estão ótimas, cada personagens teve um ator q mereceu, Downey Jr está ótimo no papel do irônico e astuto Sherlock Holmes, mas não rouba totalmente a cena, dando espaço a seu parceiro Watson, interpretado com calma e perfeição por Jude Law. E ainda temos Rachel McAdams no melhor papel da sua vida (minha opinião,claro) interpretando Irene Adler, que assim como Holmes é rapida e esperta.

O roteiro é bem encaixado, todos os detalhes que ajudaram a Holmes a resolver o mistério nos é mostrado, nós é que não percebemos e temos aquela grande surpresa no final, gosto de filme assim, q nos engana. Além disso, o longa tem uma ótima dose de humor que cai como uma luva nas mãos de Downey e Law. As questões técnicas dos filmes tbm estão bem afiadas, os figurinos, os cenários e a trilhas estão bem alinhadas.

O filme já apresenta uma deixa para um próximo filme, onde teremos como vilão o arquinimigo de Holmes, Prof. Moriarty, e assim com certeza se transformará numa franquia (não sei pq mas esse lance me lembra Batman Begins).

Recomendo o filme pra todos os entediados entediantes das férias que eu tenho certeza que adorarão a história e talvez até tenham vontade de sair do ócio profundo e pegar um livro do Sherlock Holmes, que acreditem são muitos, e começar a ler!

“Elementar meu caro Watson”

(Estranho é q eu não me lembro de ter ouvido essa frase no filme D:)

domingo, 10 de janeiro de 2010

Laranja Mecânica

Finalmente estou postando sobre um dos filmes que eu mais curto: Laranja Mecânica. É um filme único, diferente de todos os outros, dirigido pelo brilhante Stanley Kubrick que consegue num único longa fazer uma crítica à sociedade, nos chocar, nos emocionar, nos fazer rir e até ter alguns pesadelos bizarros com o estranho e violento Alex.

Num futuro não determinado o jovem Alex (Malcolm Mcdowell) e sua gangue passam as noites fazendo o que chamam de “ultraviolência”, eles invadem casas e destroem tudo, além de violentar seus habitantes e estrupar as mulheres. Alex vive com os pais que não sabem o que ele faz quando sai a noite, acham que ele está fazendo algum bico por aí. Alex, além de adorar a violência, também gosta de ouvir músicas clássicas, principalmente Beethoven , e de transar. Num dia normal de “ultraviolência”, enquanto invade a casa de uma mulher e a mata acidentalmente em seguida, os membros da sua gangue chamam a polícia, como forma de vigança por uma atitude de Alex q eles não gostaram muito, e assim Alex é preso por invasão de domícilo e homicídio. Ele não vai para prisão, mas sim para uma “clínica de reabilitação” para jovens deliquentes. Lá ele se empenha o máximo para “dançar conforme a música” dos seus superiores, de forma meio sarcátisca, porém sutil, conquistando a atenção e, de certo modo, a admiração dos padres e professores da clínica. Pelo seu “desempenho exemplar” e por seu antepassado de crimes pesados, ele é escolhido para um novo tratamento que dizia “curar” a má índole nas pessoas, o Tratamento Ludovico. Alex aceita fazer esse teste, em troca da redução do seu tempo penal. O tratamento consiste em exibiçoes de filmes violentos, que lembravam aqueles q Alex cometia anteriormente juntamente com medicações q lhe provocavam náuseas, mexendo assim com seu lado psicológico. Ele então começa ficar aterrorizado com as imagens q vê, seno que quando eles botam no fundo dos filmes como trilha músicas de Beethoven ele pira totalmente e acha um pecado fazerem isso com as músicas dele, indo assim até a sua reabilitação total, quando ele está totalmente inocente e sem vontade nenhuma de cometer atos violentos, nem mesmo se for para sua proteção. Depois de uma apresentação a publico do tratamento oferecido pelo governo, onde botaram Alex à prova testando se ele cometia algum ato violento quando provocado, ele é liberto e recolocado na sociedade. Quando sai de lá, ele está totalmente desprovido de qualquer malícia, não reagindo a nada, ele não batia mais em ninguem, ou estrupava, pois só de pensar nessas coisas ele sentia vontade de vomitar, deixando ele então sem defesas. E agora ele vai ter q enfrentar todos aqueles q ele fez mal anteriomente q querem se vingar deles, inclusive seus “amigos”. Vai sendo assim até o final onde temos uma triste revelação sobre a sociedade.

Laranja Mecânica é um filme excepcional, que é adorado por muitos jovens, pois entre outros motivos é filme bem jovial realmente, além de ter uma carga punk extraordinária. É genial o contraste proposto por Kubrick ao misturar música clássica (algo belo) com cenas de violência pesada (algo ruim) numa perfeita simetria que chega a ser sinistra. Mesmo que o filme seja violento ele não é “trash”, ele não coloca a câmera focalizando os atos violentos, ele não é Robert Rodriguez, é uma violência sutil, onde nós não precisamos ver sangue para nos contorcer diante da tela, sendo este um dos maiores méritos do filme. Uma das cenas q eu mais gosto é a 1º invasão q o filme nos mostra, na casa de um escritor, ver Alex chutando esse senhor ao ritmo de Singing in the Rain é, de uma forma estranha, muito divertido, pode até parecer sadismo meu ou sei lá, mas todos q eu conheço q viram esse filme também acharam divertida, é uma cena q choca mas ao mesmo tempo nos mostra algo novo e assim nos diverte (só vendo para entender).

Este é mais um filme que nos desafia a pensar no que ele realmente quer dizer, na minha opinião “filosofia de buteco” é uma grande crítica a sociedade formada pela nova geração, e mostra como o ato de tentar controlá-la e moldá-la é inútil, já q a própria sociedade fará com que tudo volte ao “normal”, já que ela mesma é errada e incentiva que as coisas ruins ocorram. Lembrando agora de uma das poucas aulas de sociologia em q eu permaneci acordado, é um teorema bem simples, de acordo com o filme, é impossivel mudar o individuo sem antes mudar a sociedade, o q também é impossivel, então, com todo respeito, fudeu! Falando sério, essa é a ideia q o filme tenta passar, a sociedade é vil, e ela assim gerará individuos cruéis, pois isso é algo q a sociedade cultua e realiza, então de nada adianta fazer a “lavagem cerebral” em Alex, pois quando ele volta indefeso para a sociedade ele sofre todo tipo de violencia, sendo reeducado a esses moldes e voltando assim a ser violento, como ele mesmo diz, “estava definitivamente curado”.

Duas coisas que eu quero destacar do filme são: a trilha sonora q como já foi dito é composta por grandes clássicos de Beethoven, inclusive a 9º que dá um toque incrivel no filme, e o roteiro adaptado do livro homônimo de Anthony Burgess q é cheio de palavras criadas pela gangue, é um dialeto próprio deles, q mistura inglês britânico com russo e outras linguas, dando originalidade e individualidade ao filme.

Quando acabamos de ver o filme quase nos esquecemos de nos perguntar o porque do título: Laranja Mecânica. Existem duas respostas q eu gosto mais de usar: uma diz respeito a um ditado anglo-saxão "As queer as a clockwork orange", ou “Tão estranho quanto uma laranja mecânica”, reforçando a bizarrice do filme; e a outra q pra mim é mais coerente q diz q laranja é matéria orgânica, um ser vivo, sendo ela mecânica seria desnaturalizada, controlada, programada, assim como aconteceu com Alex, um ser vivo q foi controlado pelo governo através de um tratamento anti-violência. Legal né?

Como todos filmes do perfeccionista Stanley Kubrick, tudo é feito nos mínimos detalhes, dando aquele grau de perfeição já conhecido pelo filme 2001 Um Odisséia no Espaço , e que teve como resultado 4 indicações ao Oscar, incluindo o de melhor filme.

Laranja Mecânica é um filme violento, estranho, divertido, punk, engraçado, perturbador e bom, então não morram antes de assistirem esse filme polêmico do saudoso Kubrick.

Freaks- Bizarrice comovente

Sem dúvida, esse é um clássico do gênero cinema bizarro que poucos conhecem, mas que exerce um grande impacto na vida daqueles que o assistem por causa do tema que aborda que permanece atual após quase 80 anos: preconceito com os “diferentes”.

A história se passa num circo onde se encontram algumas “aberrações” e outras pessoas comuns que se apresentam por lá, como Hércules, o “Homem Musculoso”, e Cleópatra, uma trapezista que roubou o coração do anão Hans. Hans acaba por receber uma herança milionaria, atraindo enfim a atenção de Cleópatra, que se junta ao seu amante Hercules para armar um golpe para se casar com Hans, o matar em seguida e ficar com a grana. Então, temos a festa de casamento do casal que tem como convidados todas as “aberrações” do circo. No meio da festa começa uma espécie de ritual, que é a cena mais memorável do filme, com todos os “freaks” cantando em coro “One of Us”, dizendo que agora Cleópatra por se casar com Hans se torna um deles, cena que chega a ser meio perturbadora. Cleópatra não gosta da ideia de se tornar “um deles” e começa a xingá-los, chamando-os de nojentos e monstros. Hans não gosta, mas mesmo assim se casa com ela. Mais tarde, ele descobre o plano de sua esposa e vira o jogo armando uma para ela junto com as “aberrações” o que resulta numa grande vingança que te leva a aterradora parte final do filme!

Freaks é um filme bem curto, tem menos de um hora e meia, tempo necessário para passar muito bem a sua mensagem, nos mostrando que todos devemos conviver igualmente, sem preconceitos.

As “aberrações” do filme são reais, não são truques de maquiagem, são pessoas que nasceram realmente assim, dando uma realidade ao filme impressionante. Essas figuras não te metem medo ou te fazem rir, é um sentimento diferente, não sei como explicar, eles geram uma empatia enorme em nós, que nos comove de uma maneira diferente, só vendo pra entender.

Esse filme é bem dificil de se encontrar, eu vi pelo sensacional canal TCM, mas creio que vasculhando a internet consiga achá-lo. Quer ver um filme diferente? Então veja “Freaks”.

Nem queiram saber…

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O Exorcista-Não só um bom terror,um bom filme.

Fortalecendo a minha tese de que filme de terror bom é filme de terror antigo, apresento-lhes o filme mais assasutador de todos os tempos: O Exorcista (1973). Para falar a verdade, ele não é tão assustador, mas eu o entitu-lo assim pelo número gigantesco de pessoas que admitem não terem coragem de assisti-lo apenas por seus rumores, o que demonstra todo o poder do filme.

A história todos sabem, Regan, uma menina normalmente dócil e inocente, começa a sofrer fenômenos estranhos, deixando a mãe preocupada e desolada aos saber que nem os médicos conseguem explica-los. Desesperada por ajuda, apela pra a fé chamando um padre jesuíta para exorcisar a menina. Simple? Claro que não. As possessões da pequena Regan pioram a cada momento, transformando-a num dos maiores monstros do cinema. Regan vira o capeta literalmente, ela começa a dizer coisas obcenas, ataca todos que tentam chegar perto dela, se masturba com um crucifixo, vira a cabeça em 360º, se contorce toda, flutua, realmente ela fica fora de si, sem falar que ela se auto mutila, ficando cheia de cicatrizes e com um rosto demoníaco, um close-up em seu rosto é perturbador o bastante para qualquer um.

Além da menininha endiabrada, outro recurso muito interessante que o filme usa para te assustar são as imagens monstruosas rápidas que atacam direto no seu subconsciente, recurso vastamente utilizado por Kubrick em O Iluminado. A diferença em O Exorcista é q as imagens são realmente muito rápidas, não dá pra você ver com detalhes, mas você sabe que viu. Aquilo fica guardado na mente, e quando você vai dormir pode ter se esquecido do filme todo, mas concerteza vai lembrar dessas imagens. Não me esqueço até hoje da imagem de um demônio parecido com o Nosferatu passando pela tela do nada!

O filme não é só bom por te dar medo e ser um ícone do gênero, é bom também por ser bem feito, por estar preocupado com cada detalhe, lhe rendendo 10 indicações ao Oscar, incluindo o de melhor filme, sendo que ganhou 2: melhor roteiro e melhor som. Esses prêmios não me deixam mentir, o filme é realmente muito bom. Outra coisa a ressaltar é a trilha sonora que ajuda a ter deixar angustiado diante a tela e traduz toda a pertubação infantil que o longa nos mostra. O roteiro também não deixa a desejar em momento algum. Para a época, o filme deu o que falar, ainda mais por tratar de um baita “tabu” para a igreja, nos apresentando um padre meio sem fé que lida com o diabo encarnado numa menina que pratica atos indecorosos com um crucifixo! O filme também ficou famoso por vários relatos de pessoas que vomitaram nos cinemas e de pessoas que sofreram casos de possessões após assistirem o filme. Vai dizer que não gelou o sangue agora?

Outra curiosidade é que o seguinte: O Exorcista foi baseado num livro homônimo de William Peter Blatty, lançado em 71, que por sua vez foi inspirado em notícias sobre um garotinho de 13 anos que foi possuído pelo demônio, ou seja, baseado em fatos reais. Sentiu a força do filme?

Eu aconselho a todos a verem esse filme, a versão antiga de 73 é claro, o resto é lixo, as continuações também. Depois de ver este filme, vocês não vão querer saber de nenhum outro moderninho totalmente fútil que se diz terror. Eu recomendo o filme até aos mais medrosos, acreditem, um mês de noites mal dormidas e pesadelos estranhos valerão a pena.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Blade Runner- Eis a questão!

Talvez um dos maiores filmes cults da ficção cientifica, Blade Runner consegue fazer a estranha mistura Noir+ficção futurista dar certo de um jeito incrível!

Num futuro não tão distante agora, em 2019, a ciência, após avanços significativos na área genética, consegue criar andróides idênticos aos humanos e que são até superiores a nós, mais forte e inteligentes, chamados Replicantes, q eram usados para explorarem novos planetas. Tudo corria bem, até que eles se rebelaram contra nós e estão proibidos de pisar na Terra, e agora são caçados por policiais, conhecidos como Blade Runners. Harrison Ford vive um ex-Blade Runner que é chamado de volta a ativa para caçar um grupo de Replicantes q conseguiram voltar a Terra em busca de respostas para suas dúvidas existenciais, como quem é seu criador, porque eles só   duram 4 anos e qual é o motivo de suas existencias (perceberam o paradoxo e a reflexão que o filme nos propõe?). Então, Deckard vai atrás desses replicantes para cumprir seu dever. No meio do caminho, numa visita a seu amigo e criador dos Replicantes Tyrell, Deckard conhece Rachael, assistente de Tyrell que não sabe que é replicante por ter memórias da sobrinha de Tyrell injetadas nela e que também não é delatada nem por Deckard e muito menos pelo Tyrell. Deckard começa a se interessar por ela, e continua a sua caça aos replicantes, matando um por um, até o revelador e interessante final do filme.

Mais uma ficção que consegue nos fazer pensar sobre várias coisas. Diferente de Planeta dos Macacos, Blade Runner nos faz pensar sobre nossas dúvidas existenciais e como elas nos fazem sentir. O filme consegue traduzir com perfeição esse sentimento de incerteza e depressão, de certa forma, que nós sentimos por nós não sabermos de quase nada sobre a vida realmente, que é o que os Replicantes buscam descobrir a todo instante, e até matam para descobrirem e também morrem por isso. A medida que o filme passa, é impressionante ver como os humanos vão ficando cada vez mais desumanos e os andróides cada vez mais humanos.

Um dos pontos a ressaltar do filme é a sua estética que nos mostra uma Los Angeles futurista diferente das outras que costumam ser todas iluminadas e totalmente tecnológicas. Blade Runner apresenta uma cidade obscura, negra e não tão moderna, não em todos os lugares pelo menos, não há mendigos high-tech como em outros filmes, as modernidades e as novas tecnologias estão ao alcance de poucos, que é como vai ser no futuro. O longa lembra realmente os filmes noir pelo cenário, e quando se alia a aparelhos futuristas fica uma ótima mistura na tela, tornando o filme único!

O que tornou Blade Runner tão cultuado e comentado foi a dúvida existente e não respondida no filme: será Deckard um replicante? Se você não viu o filme e quer tirar sua própria conclusão pare de ler agora, estais entrando na ZONA DE SPOILLER! Ao meu ver Deckard é um replicante sim, com memórias já programadas, assim como Rachael. Para os humanos, nada melhor para caçar um Replicante do que um Replicante, sem que ele saiba disso é claro, por isso que ele foi chamado novamente para atuar e não substituído. Seria muito perigoso para um humano esse tipo de trabalho, então enviam um andróide também, que o realizará com mais perfeição e excelência. Uma prova que ele é Replicante (eu acho), é o lance do Deckard sonhar com um unicornio, que seria uma espécie de sonho pré-programado, e quando aquele outro policial deixa um origame de um unicornio no chão, momentos antes de Deckard e Rachael fugirem, seria como um aviso para Deckard que ele é um replicante e esse policial sabe disso. Conseguiram entender a ideia? Acho que tudo é piração da minha cabeça, mas como todos que assistiram a esse filme, tenho uma ideia própria sobre essa questão.

Super recomendo o filme, é simplesmente o ícone dos filmes instigantes e que nos deixará sempre na dúvida, é como uma referência às dúvidas existenciais da vida, nunca saberemos a resposta….

sábado, 2 de janeiro de 2010

Planeta dos Macacos-Muito além de uma ficção cientifica, uma crítica!

Planeta dos Macacos pertence a uma das minhas categorias de filme preferidas: filmes que fazem crítica! Talvez, uma das maiores críticas feitas pelo cinema, digo isso, pela sutileza do filme que trabalha com indiretas e jogos de palavras e ideias o tempo todo, fazendo desse filme um deleite para as mentes pensantes. Só para esclarecer estou falando do filme original de 1968, e não do fracassado remake atual que mesmo tendo o brilhante Tim Burton na direção, afundou como o Titanic (o navio e não o filme, óbvio).

O filme conta a história dos tripulantes de uma nave espacial americana que sofre um acidente e que acaba por parar num planeta desconhecido e, a primeira vista, inabitado. Os tripulantes então decidem investigar o lugar para acharem um meio de voltarem para casa e acabam fazendo a arrepiante descoberta: o planeta em questão é dominado por macacos racionais e os humanos são tratados como animais! Depois dos tripulantes serem caçados pelos macacos, o único que permanece vivo e consciente é Taylor, personagem de Charlton Heston, que consegue a atenção dos cientistas macacos amigaveis Zira e Cornelius que querem provar uma teoria e Taylor, de acordo com eles, é a peça chave para comprovarem sua tese. Mas eles terão problemas ao ter que enfrentar as regras impostas pela religião símia local e principalmente o grande vilão Dr. Zaius, que não quer q nenhuma mudança ocorra no Planeta dos Macacos. A medida que o tempo passa, fazemos mais descobertas sobre esse lugar bizarro até o momento final onde encaixamos tudo e entendemos a força e a polemica desse filme sensacional.

O roteiro do filme é muito original, foge de muitos parâmetros da ficção científica (criou novos) e vai muito além da simples diversão pipoca, é um longa intrigante e sinistro. Pode parecer que eu estou exagerando, mas não, é realmente assustadora a grande revelação final, ainda mais em tempos em que tanto se fala em problemas ambientais. Além disso, as falas e diálogos são muito interessantes e sempre satíricas em relação ao mundo humano, pois no filme há uma grande inversão de papéis (Homem X Macaco) gerando diversas tiradas geniais.

O legal de Planeta dos Macacos é que todo o ambiente símio foi cuidadosamente planejado. É perfeitamente uma sociedade símia, com regras, leis, deuses, orgãos de poder, preconceitos, diferenças de classes e raças, tudo. Foi-se criado um mundo paralelo ao nosso, o que é uma delícia de se ver na tela.

Dentre as melhores cenas/críticas do filme está a cena em que Taylor está se barbeando e quando termina Cornelius manda a estupenda frase: “De um jeito muito estranho, você parece menos inteligente agora”. Não digo mais nada, apenas reflitam sobre a frase.

O filme nos propõe uma teoria inteligentemente cruel, jogando na nossa cara como a raça humana é um lixo destruidor que devasta tudo por onde passa e que acaba depois colhendo o que planta do pior jeito possível. Outra coisa que o filme aponta é como a “fé” e o poder daqueles q o tem atrapalha o conhecimento e o desenvolvimento propositalmente para que isso não interfira nas suas bases “sólidas” em que se sentem seguros, protegidos e no controle, fato que acontece e muito hoje em dia, fazendo assim mais uma crítica esperta à humanidade.

Esse filme é indispensável para qualquer cerébro que funcione preocupado com o mundo em que vive e que, assim como eu, adora filmes inteligentes que o desafia a pensar e que faz críticas sutis porém fortes. Também recomendo a todos aqueles que odeiam a raça humana e desejariam que esses malditos não existissem! (by Taylor).

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