domingo, 4 de abril de 2010

Nine-O pior jeito de matar um filme é falar sobre ele

Sabe qual é o maior problema dos filmes que são muito esperados? Serem muito esperados. Frase óbvia e sem graça nenhuma de seu escritor que aqui vos fala, mas que caracteriza bem o que aconteceu com Nine, o musical comentadissimo do mesmo diretor do excelente Chicago. O filme foi muito aguardado pelos amantes do cinema, todos comentavam pela sua grandiosidade, pelo seu elenco estrelar e principalmente por se tratar de uma remontagem da obra prima de Fellini, e quando o dia de sua estreia finalmente chegou, derrubou um grande balde de agua fria na plateia e foi exculhambado pela critica, mesmo sendo um bom filme, me explicarei mais tarde.

Nine conta a história de Guido Contini (Daniel Day Lewis), um diretor italiano que posteriormente fizera muito sucesso, sendo um dos grandes nomes do cinema italiano, mas que se encontra num momento de bloqueio criativo que pode ter, ou não, uma conexão com sua vida completamente excêntrica que lhe vem tirado o sono. Ele sempre foi rodeado por belas mulheres, mas nunca soube escolher apenas uma. Contini é casado com Luisa (Marion Cottilard), mas tem como amante fixa a gostosa Carla Albanese (Penélope Cruz), além disso tem a sua atriz preferida Claudia (Nicole Kidman) como musa inspiradora. Na sua vida ainda há: o fantasma de sua mãe, que sempre aparece nas lembranças de Contini, a sua figurinista Lili (Judi Dench) que sempre tem bons conselhos para dar, a prostituta de sua infância Saraghina (Fergie) que nas suas lembranças ainda habita, e por último ainda tem a reporter Stephanie (Kate Hudson) que fará de tudo para saber mais da vida do misterioso diretor. No meio de tantos casos a parte a história se desenrola tentando equilibrar a criação do filme e a vida de Contini que está por um triz.

Serei direto: eu achei bom, nada mais. A história é bem legal, o roteiro tem ótimas tiradas e te envolve bem, porém há momentos bem cansativos, tanto musicais quanto normais, por assim dizer. Acho que até talvez funcionaria melhor se não fosse musical, porque realmente se formos comparar com Chicago, as músicas não são tão empolgantes. Apenas duas me chamaram atenção, mas foram bem intensas, a da Fergie, “Be Italian”, que tem uma boa montagem e um ritmo ótimo, e da melhor cena do filme na minha opinião, cantada e encenada por Cotillard “Take it All”, que é algo inexplicavel de tão bom, só vendo pra entender. Analisando agora como um filme “normal”, ele tem uma boa intenção e na minha opinião à atinge, que é fazer a metalinguagem entre o filme Nine em si e o filme que Guido está “dirigindo”, o que é algo bem interessante e bem elaborado, e que me fez gostar do filme mesmo com os momentos borings.

As atuações são boas, não de todos, mas analisando aqueles que mais importam, que são Lewis, Cruz e Cotillard, tudo sicroniza com perfeição. Lewis nem precisa de elogios, ele é um dos melhores atores, se não o melhor, da nossa geração, e no filme não é diferente, e mostra toda sua desenvoltura fazendo um papel diferente daqueles em que ele está acostumado, sendo um ótimo e irônico diretor mulherengo. Penélope Cruz está de tirar o fôlego, sua primeira apresentação musical é a mais sexy do filme, fazendo poses que divertirão todos os marmanjos (me divertiu), e como sempre tem ótimas performances nas partes mais densas do longa, conseguindo mais uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. E Cotillard nos conquista da primeira à última cena, seu olhar expressivo, acompanhado de sua atuação formidável nos apresenta uma personagem que por mais que pareça submissa, nos surpreende e tem, como eu já disse, a melhor cena do longa. As outras mulheres ajudam a compor o cenário, mas nenhuma tem grandes participações, a não ser Dench, que não adianta, em qualquer filme que faça chamará minha atenção, é uma das melhores.

Aqueles que criticaram Nine não estão completamente errados, há falhas no filme sim, mas não é algo a ser tão condenável, há muitos filmes piores nesse vasto mundo incerto do cinema, e merece sim ser visto. O grande pecado irônico de Nine é ter sido muito aguardado, por tudo aquilo que eu já disse, e como diz o próprio Contini no filme “há vários jeitos de matar seu filme, e o pior deles é falando sobre ele”. Ironia meus caros, ironia. Pra resumir, eu recomendo, mas vá assistir desarmado, esqueça qualquer coisa que tenha lido sobre o filme e até esqueça do filme do Felini se possível, e acredito que você vá achar o filme pelo menos bom.

Obs: As mulheres do elenco estão mais bonitas do que o normal, é uma coisa impressionante, é um musical que merece ser visto por todos os homens, principalmente aqueles que torcem o nariz para musicais.

2 comentários:

  1. HAHA, sério?
    Q bom q vc gostou do post, comente sempre q puder, é mto bom saber se vc gostou ou não :D

    ResponderExcluir

Anúncio