segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Onde Os Fracos Não Tem Vez-nasce um monstro no cinema

Há muito tempo que os irmãos Coen vem se destacando no mundo do cinema, produzindo ótimos cults como Fargo, e alguns não tão bons como Matadores de Velhinhas, mas é com Onde Os Fracos Não Tem Vez que eles atingem o auge de suas carreiras fazendo essa ambiciosa obra prima de suspense.

Este thriller de ação com toques de western, conta a história de Llewelyn Moss (Josh Brolin), soldador aposentado que ao acaso encontra vários homens mortos diante de uma maleta cheia de dinheiro e uma caminhonete cheia de drogas. Aproveitando-se da situação, ele parte com o dinheiro, mas não sabe que essa maleta tem um rastreador permitindo que seu “verdadeiro” dono psicopata, Anton Chigurth (Javier Bardem), encontre-a e acerte as contas com ele. Nessa perseguição ainda temos o xerife Bell (Tommy Lee Jones), que está atrás do psicopata, intensificando o clima tenso do filme e triplicando a ação.

Com essa história, de certa forma, simples, os Irmãos Coen conseguem criar um filme fascinante do início ao fim, com ótimas cenas de ação e diálogos incríveis. Além disso, eles criaram um dos maiores monstros do cinema moderno: o impiedoso, indestrutível e frio Anton Chigurth, que logo nas primeiras cenas, executa um policial enforcando-o com suas algemas, fazendo expressões faciais que trasmitiam calma, força e um certo olhar de prazer estranho e sádico, o que rendeu a seu intérprete, Bardem, um merecido Oscar de melhor ator coadjuvante. E o filme ainda foi premiado nas categorias de melhor filme, direção e roteiro adaptado, realmente uma grande façanha dos irmãos Coen. Só faltou o Oscar de melhor fotografia, pois o filme tem ótimas imagens desérticas do interior do Texas com belos tons amarelados.

Uma coisa que eu não gostei, mas se tivesse no filme eu não gostaria ainda mais, foi a falta de trilha sonora. Claro, tem algumas músicas, porém tem certas partes em que o silêncio é total, o que deixa o filme um pouco cansativo de certo modo. Mas é o que eu estou dizendo, o filme tem um jeito bem sério, tem humor negro como qualquer filme dos Coen, mas é bem moderado, não é Fargo, ele se concentra em se manter tenso, então músicas estilo “filmes do Tarantino” poderiam cortar o clima e acabar com a proposta do filme. Só disse isso por ser preferência minha, adoro trilhas sonoras de filmes, sendo que muitas das vezes sou atraído por um filme pela trilha sonora, coisa minha, é só mais um devaneio, ignorem.

Este é um filme obrigatório para quem curte filmes de psicopatas e para aqueles que acham que filmes que ganham Oscar são chatos e entediantes. Uma vez que assistirem “Onde Os Fracos Não Tem Vez”, muitas de suas ideias e concepções mudarão…

Fotografia espetacular!

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