quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Guerra ao Terror- Morte à Avatar!

Poucos filmes conseguiram retratar a realidade de maneira tão real quanto Guerra ao Terror conseguiu, isso sem deixar de ser incrível e mantendo o padrão de filme e não documentário. Com uma abordagem inovadora sobre a guerra do Iraque e truques de câmera que te colocam no meio da ação, Guerra ao Terror por enquanto é o meu favorito ao Oscar desse ano e que eu espero que detone Avatar com uma bomba atômica!

O filme mostra a situação angustiante de um grupo de soldados americanos em missão no Iraque, que enfrentam todo dia as dificuldades do ambiente inóspito em que estão, onde a qualquer momento pode estourar uma bomba ou alguma rebelião. A tensão no filme é constante, chega a dar aflição, ainda mais por nós sabermos que aquilo tudo realmente acontece, e também pelo fato da maioria das missões serem anti-bombas, te deixando preocupado o tempo todo. Além desses problemas da guerra, os soldados entram em conflito entre eles mesmo, entre suas próprias ideias e conceitos, que foram totalmente devastados pela guerra, levantando questionamentos sobre os efeitos das guerras e sobre os motivos das guerras.

Com essa história básica, que não precisa ser explicada já que se trata de uma realidade que nos é mostrada todo dia nos noticiários, Guerra ao Terror consegue ser profundo na simplicidade e nos causar uma extrema empatia com os personagens que nada mais são do que pessoas seguindo ordens. O filme inicia com uma frase que perpetua durante todo o longa: “A guerra é uma droga”, uma frase com dois sentidos extremamente significativos. O primeiro, metafórico, dizendo que guerra é algo ruim, e o segundo, literal, comparando a guerra com uma droga, como o crack e a cocaína, algo que vicia, como se o ser humano necessitasse da guerra, da batalha, da dor dos outros para que se sinta bem, se sinta confortavel, o que pra mim é o ponto alto do filme. Essa visão radical e inovadora me conquistou desde o início, e ao longo do filme percebemos isso em pratica na pele do personagem de Jeremy Renner, Willian James, que parece ter prazer em estar em situações perigosas em que a adrenalina vai às alturas, concluindo essa ideia que o filme quer passar.

A parte estética do filme é impecável. Os cenários, os trajes dos soldados, a fotografia em cores quentes, a trilha sonora frenética, os efeitos sonoros que são cruciais em filmes de guerra, os objetos usados, os efeitos especiais essenciais nos momentos de explosões, tudo está muito bem trabalhado, compondo um espaço visual perfeito para que os atores entrem e nos comovam com as ideias e situações da guerra, tornando esse filme ótimo para os dois tipos de públicos: cinéfilos cults e blockbusterianos.

As atuações mantem o nível do filme, chegando a render uma indicação para Jeremy, que em certos momentos não precisa nem falar para expressar o que está sentindo, é aí que vemos se o ator sabe ou não representar. O interessante é que esse filme não tem um elenco famoso, os mais conhecidos tem cenas pequenas, quase minúsculas, como é o caso das participações de Guy Pearce e Ralph Fiennes, que aparecem e morrem na mesma cena. Pode até ser uma viagem minha nas minhas ideias e conexões sem sentido, mas isso é um meio da diretora dizer que não importa quem você seja, na guerra a qualquer momento você pode morrer…reflitam.

Esse filme está concorrendo, assim como Avatar, à 9 categorias do Oscar, incluindo melhor filme e direção, sendo assim os dois grandes rivais do evento. É nesse momento em que a Academia terá que escolher um lado: ou premiar filmes que atraiam o grande público e arrecadem bilhões por todo o mundo, ou filmes que realmente fazem do cinema uma arte, uma forma de expressão sublime, filmes que inovam, fazem pensar, refletir, nos oferecem muito mais que um simples momento de diversão. Será muito triste e decepcionante se Avatar levar o Oscar de melhor filme, será uma afronta a todos, sem excessão, a todos os outros indicados que são muito mais maduros e inteligentes que Avatar, que não passa de uma reciclagem.

Esse se tornou um dos meus favoritos, pela sua inovação sem exageros, sendo puramente simples e ao mesmo tempo impactante. Torço por ele no Oscar nas categorias de melhor filme, diretor (diretora no caso), edição de som e mixagem de som, digo isso por enquanto porque ainda pretendo ver os outros indicados, talvez minha opinião mude, mas será dificil. Termino esse post recomendando o filme (como sempre) e propondo o grito de guerra: MORTE À AVATAR!

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