sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei-Poder da Expressão e Expressão do Poder

Um dos grandes favoritos para o grande prêmio desse domingo infelizmente não é o melhor filme da lista dos indicados, uma vez que a boa história não é explorada como poderia, deixando a desejar bastante, além disso, o filme compete com o extremamente superior Inception (que tem toda a minha torcida mesmo sabendo que não vai levar). Mesmo não sendo tão bom quanto anunciam, o filme tem seus bons momentos além de passar ótimas mensagens indiretas para o espectador sobre força, poder e expressão.

“Albert, duque de York, relutantemente assume o reino como George VI, depois que seu irmão abdica. Perseguido por soluços nervosos e considerado inapto para reinar, George VI pede ajuda a um fonoaudiólogo nada ortodoxo chamado Lionel Logue. À medida em que a Inglaterra se aprofunda na Segunda Guerra Mundial, a voz do rei e os seus discursos se tornam mais exigidos.” (é eu copiei de novo a sinopse, e daí?)

Não posso negar que o filme é bem trabalhado em seus diálogos, porém perdeu-se um pouco no ritmo de contar a história. No filme podemos perceber um bom equilibrio entre cenas dramáticas e engraçadas, de modo que o filme não fica tão massante quanto eu imaginava. O roteiro tem umas tiradas irônicas bem espertas sobre a vida  "real" (no sentido de "realeza", é um bom trocadilho). Com isso, acaba nos fazendo ver o outro lado da história, de toda complicação que envolve a familia real, sendo vigiada a cada segundo e tendo que se conter em seus momentos mais trágicos.

No filme temos grandes atores em ótimas performances muito tocantes. Colin Firth protagoniza o filme com extrema segurança, sabendo irônicamente se expressar bem como um gago, soando bem natural e nos traduzindo com perfeição o sentimento de incapacidade e raiva que ele tem por ser desse jeito na sua posição de rei. Helena Bohan Carter tem uma atuação até que bem pontual, embora não apareça muito e fique meio apagada, de forma que não acho q mereceria o Oscar, ela já teve performances bem mais "premiaveis". E Geoffrey Rush mais uma vez dá uma aula de atuação como o professor do rei, que com muita simplicidade e firmeza estabele uma relação de confiança com ele, fazendo o ter mais segurança e força para guiar a sua nação no período de guerra que está passando. Ao longo do filme ainda encontramos rostos “conhecidos” como Guy Pearce, o novo Dumbledore, e o Rabicho!

Uma coisa que muitos acharam bom mas que eu achei bem fraco foi o cenário. Sendo um filme dessa proporção, com toda essa preocupação histórica, podiam ter caprichado mais. Até a fotografia e o figurino não vão muito bem, perdendo um pouco a “graça” de filmes épicos inglês.

O Discurso do Rei vale mais pelas mensagens de força que ele passa. Na sequencia final do filme, onde temos o rei fazendo seus exercicios vocais junto com o professor dele para poder comunicar ao povo as suas decisões sobre o cenário de guerra que se instala, podemos sentir todo o poder que invadiu o rei naquele momento. Vamos gradativamente vendo como ele foi ganhando confiança para se expressar, de se impor, e isso é emocionante demais. Os diálogos entre o rei e o professor não saíram da minha cabeça pelas suas mensagens. “Porque você merece ser ouvido?”. “Porque eu tenho uma voz, droga!” Cara, isso é bonito demais. Todos podemos e temos que nos expressar, somos mais fortes e seguros do que imaginamos. Nós somos capazes de falar, tudo que precisamos está dentro da gente! Yes, we can! (Don’t stop belieeeeeven!)

Mesmo o filme tendo me desapontado por todo alarde que o povo tava fazendo e no final nem ser grandes coisas, O Discurso do Rei merece ser visto, mas infelizmente, não merece o Oscar de Melhor Filme. O pior de tudo é saber que as chances dele ganhar são gigantes.

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