quinta-feira, 8 de julho de 2010

Kill Bill vol. 2- A conclusão perfeita, sem moralismos

Dando continuidade ao tributo KILL BILL, falo agora sobre a parte final da saga da Noiva enfurecida e obcecada por vingança. Kill Bill vol. 2 chega explosivo como o primeiro longa e mostra que Quentin Tarantino é o melhor diretor da nova geração do cinema.

 

Na parte 2 do épico moderno, a Noiva vai em busca dos três assassinos que restam na sua lista de morte e nada vai impedi-la de atingir seu objetivo, que é matar Bill (Kill Bill, entenderam né?), nada. Além disso, descobrimos mais sobre seu passado e como ocorreu toda a tragédia que culminou no seu insáciavel desejo de vingança e percebemos que no fim, a vingança é satisfatória.

 

Kill Bill vol. 2 conclui muito bem a obra de Tarantino, dando sequência ao sucesso do primeiro longa e sendo igualmente muito aclamado. O roteiro de vol. 2 é bem trabalhado, os diálogos são carregados de inteligência e humor negro e as cenas são incrivelmente originais. Se comparado aos outros filmes de Quentin Tarantino, Kill Bill realmente não tem tantos diálogos fora do plot quanto os outros, mas em Kill Bill 2 há um monólogo impressionante de Bill falando sobre a mitologia do super-homem e a comparando com a história da Noiva, o que é muito perspicaz e faz sua cabeça explodir na hora. Além disso, Kill Bill não quer dar lição de moral nenhuma, não ta nem aí para rendenção ou coisa do tipo. O tema do filme é vingança, e assim é feito, não tem o clichê “consegui o que eu queria, mas ainda não estou feliz”, o que é mais do que satisfatório no fim do longa.

 

Como eu disse no post anterior, Kill Bill vol. 1 tem mais ação, mais luta, e assim, as boas atuações não são tão visíveis, mesmo que tenham sim, já no primeiro longa, ótimas performances. Mas é no volume 2 que podemos ver todas as nuâncias de cada personagem, a não ser é claro dos mortos, enfim, o elenco agora formado desempenha seu papel muito bem, é quase impossível alguem atuar mal nos filmes do Taranta, e Daryl Hanna é sem duvida a maior prova disso. Eu já vi ela em outros filmes, ela é um horror, mas em Kill Bill ela conseguiu o papel certo, o jeito dela de falar está bem convincente, embora haja momentos em que ela exagere demais, mas não chega a atrapalhar tanto, sem falar que ela é linda, mesmo estando agora com, sei lá, 40 anos. Michael Madsen também não está mal no papel de Bud, mais um dos assassinos marcados para morrer, sua atuação é boa, mas não supera nenhuma outra do elenco principal e definitivamente nem chega perto do show que ele deu em Cães de Aluguel. O escolhido para fazer o famoso Bill da história, que realmente só aparece nesse segundo filme, é David Carradine, que interpreta brilhantemente o sádico e calmo chefe do grupo de assassinos profissionais do filme. E uma surpresa na área das atuações vem da atriz mirim Perla Haney-Jardine que tem uma atuação impressionante para a sua idade, sendo perfeitamente natural, não falarei mais para não contar  spoillers.Em resumo, Kill Bill é mais um filme onde podemos perceber a notável habilidade de Tarantino de escolher os atores certos para os papéis certos.

 

O estilo visual do segundo filme mantem a excelência do primeiro, fazendo muita referencia aos filmes westerns italianos e americanos, tendo na sua 2° cena, de cara, uma referência direta a “Rastros de Ódio”. Também tem sua parte “filme B de Kung-fu” com o treinamento da Noiva como caricato Pai-mei que tem uma fotografia bem semelhante a esse gênero antigo de filmes. A trilha sonora de Kill Bill vol. 2 também é muito boa, a do primeiro filme é mais eletrizante, mas a do segundo consegue manter o ritmo da história com músicas que tem toques dos antigos faroestes e um traço bem mexicano, que é enlouquecedor de tão bom. Logo no início tem uma música forte, pesada, lembrando filmes antigos mesmo, o que dá um estilo muito legal ao longa, é uma música que traduz o sentimento de vingança, não sei explicar.

 

Assistindo o primeiro longa é impossível não querer assistir o segundo e responder todas as dúvidas levantadas pelo volume 1. Kill Bill vol. 2 é o tipo de filme que consegue fechar bem o ciclo dando uma sensação de satisfação enorme após os créditos finais. É realmente imperdível. Uma dica é ver os dois filmes em sequência, um logo após o outro, não é nem um pouco cansativo, pelo contrário, é excitante, você não corta o ritmo, o continua. Assistam!

 

Músicas Fodas do Filme:

  • A Silhouette Of Doom- Ennio Morricone
  • The Chase- Alan Reeves
  • Tu Mira- Lole y Manuel
  • About Her- Malcolm McLaren
  • Goodnight Moon- Shivaree
  • Malaguena Salerosa- Chingon (a melhor)

 

Cenas Fodas do Filme:

  • Massacre na capela, a “morte” da Noiva
  • Treinamento da Noiva com Pai-mei
  • Noiva sendo enterrada viva e conseguindo sair da sua cova (momento sufocante)
  • Morte de Bud
  • Luta da Noiva contra Elle Driver
  • Conversas da Noiva com Bill
  • Morte de Bill com o golpe mais mortal de todos os tempos
  • Final da saga da Noiva
  • Créditos finais recapitulando todos os personagens ao som de “Malaguena Salerosa” de Chingon

 

Frases Fodas do Filme:

  • Budd: “Them Japs sure know how to hold a grudge.Or maybe... you just tend to bring that out in people.”// Esses japas sabem como guardar rancor. Ou talvez… é você que tende a causar isso nas pessoas.
  • Noiva: “May I have a glass of water, please?”// Me dá um copo de água, por favor.
  • Noiva: “I've killed a hell of a lot of people to get to this point, but I have only one more. The last one. The one I'm driving to right now. The only one left. And when I arrive at my destination, I am gonna kill Bill.”// Eu matei muitas pessoas para chegar a esse ponto, falta apenas uma. A última. A quem estou indo encontrar agora. A única que falta. E quando eu chegar no meu destino, eu vou matar o Bill.
  • Noiva: “You "overreacted"? Is that your explanation?”// Você “exagerou”? Essa é a sua explicação?
  • Noiva: “Bitch, you don't have a future.”// Vadia, você não tem um futuro.
  • Bill: “You're a natural born killer.”// Você é uma assassina por natureza. (Referência a si mesmo detected!)
  • Esteban Vihaio: “I would've been much nicer. I would've just cut your face.”// Eu teria sido mais legal. Eu teria apenas retalhado o seu rosto.

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