domingo, 18 de julho de 2010

Kill Bill Definitivo!

A obra prima de Quentin Tarantino que está marcada como um dos melhores filmes da década tem uma força e personalidade sem igual, estabelecendo-se como o melhor filme de vingança já feito. Tem alguns pequenos spoillers durante o texto, então se ainda não viu o filme, veja e depois volte aqui!

 

Kill Bill era para na verdade ser um único longa, mas devido as suas quase 5 horas totais, incluindo as cenas que não foram exibidas, os produtores- sempre os produtores- decidiram dividir o filme em 2 partes, o que acabou por se converter em algo muito bom nas mãos do gênio Tarantino. Ele fez algo nunca antes visto, conseguiu fazer 2 filmes que contam uma história em seqüência só que cada um com sua particularidade, com o seu estilo, fazendo assim dois filmes praticamente independentes na sua estética audiovisual. Kill Bill vol. 1 tem um estilo mais “kung fu”,  com ótimas doses de lutas coreografadas que desafiam a lei da física, lembrando muito “O Tigre e o Dragão”. Além disso, existe uma vertente trash na primeira parte bem nítida, o sangue jorrando, o exagero nas sequências, mas acaba sendo uma característica incompleta, porque o filme não é todo trash, com filmagem ruim e péssimo áudio, sendo assim juntou o melhor dos dois mundos: o exagero delicioso dos filmes trash e a qualidade soberba dos filmes hollywoodianos. Já o volume 2 presta homenagem intensa aos western italianos, com ótimas cenas de desertos e uma trilha sonora que remete aos faroestes de Eastwood e a traços mexicanos que são delirantes de tão bom. Uma curiosidade é que o big brother do Tarantino, Robert Rodriguez, foi quem ajudou na escolha da trilha do segundo filme, o que da para perceber pelo rock mexicano presente no longa.

O legal de Kill Bill são suas pequenas gags que deixam o filme ainda mais divertido. Achei inusitadamente genial o fato de não sabermos o nome da Noiva até o filme 2, e até lá ouvir seu nome sendo censurado por um “pi”, ninguém esperava por isso mesmo! Só o Taranta para ter uma ideia maluca dessas. E o jeito que ficamos sabendo também é ótimo! Aparece, numa cena-hipótese, uma professora fazendo a chamada na sala de aula, quando chama pela Beatrix Kiddo aparece a Uma Turman dizendo “presente”, ri muito nessa hora! Além disso temos também as lembranças das violências cometidas contra a Noiva toda vez que ela olha para um de seus inimigos, e aí a tela fica vermelha, vem essas imagens da violência e de fundo a música Iron Side! Foda demais! Uma curiosidade do e Kill Bill, é que no volume 2 a única pessoa que ela realmente mata é o Bill, porque o Bud quem mata é a Elle Driver, e esta por sua vez não sabemos se morreu, apenas que perdeu o segundo olho.

 

Quando Kill Bill foi lançado o cinema levou um tapa na cara de originalidade, se diferenciando de tudo que se tinha feito até aquele momento. O jeito que Quentin escolheu para nos contar essa magnífica e colossal (adoro essa palavra [spqm]) história de vingança é um jeito único, diferente, ousado, e acima de tudo foda! A edição usada no longa é excepcional, e acaba por se encaixar perfeitamente no roteiro não linear de Tarantino que faz tudo ficar ainda melhor. Com essa mistura excêntrica de recursos, surge um filme que renova o cinema que estava bem caído nesse momento.

 

Além disso tudo, Kill Bill chegou para calar as bocas de todos os babacas que diziam que o Tarantino havia perdido a mão depois de Jackie Brown. Foi realmente uma volta triunfal em grande estilo, toda a genialidade do cara e toda a sua maluca paixão pelo cinema estão em Kill Bill. E agora ele está a mil, fazendo sucesso atrás de sucesso, tendo agora não só sua originalidade em mãos, mas também confiança no mundo do cinema e dinheiro para poder pagar pelos seus filmes. A propósito, Tarantino está escrevendo uma continuação para Kill Bill, mas por motivos óbvieis não se chamará “Kill Bill”, terá a Beatrix Kiddo e sua filha, mas terá outro nome.

 

Kill Bill é um verdadeiro marco no cinema, e como a maioria dos filmes de Quentin Tarantino chega para abalar as nossas estruturas e nos fazer mudar toda a nossa idéia de cinema! Tudo é novo num filme de Tarantino, e Kill Bill transpira novidade, conseguindo um misto de sentimentos e emoções que ficarão guardados para sempre nas suas memórias. Adjetivos que eu posso dar para Kill Bill? Inacreditável, original, divertido, irônico, exagerado, vibrante, emocionante, sensacional, inteligente, engraçado, empolgante, FODA!

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