domingo, 23 de maio de 2010

Sin City- O estiloso neo-noir da cidade do pecado

Como um filme pode ser tão perfeito, eu realmente não sei, mas não questiono, simplesmente agradeço por existir. Sin City é algo sobrenatural de tão bom, que enche os olhos com uma estética inovadora, histórias que chamam atenção e sequencias de ação de tirar o fôlego, além de um elenco de estrelas que caminham juntos pela perfeição do longa.

 

O filme dirigido por Robert Rodiguez leva as telas 4 contos da série de quadrinhos de mesmo nome criada por Frank Miller, que também ajudou na direção do longa. No primeiro conto temos um misterioso assassino de aluguel (Josh Hartnett) cumprindo uma missão. Num outro, temos Marv (Mickey Rourke), um cara durão grotesco que após se apaixonar (lê-se “transar com mais intensidade”) por uma prostituta se vê envolvido numa trama estranha que mistura padres, canibalismo e policiais. No terceiro conto conhecemos Dwight (Clive Owen), que ajuda a proteger a Old Town, parte da Sin City que é povoada pelas belas garotas de programa locais, que se vêem ameaçadas após a morte de um policial (Benicio Del Toro) no lugar, e desencadeiam uma matança sangrenta do jeito que Rodriguez gosta. Fechando o ciclo, temos a história de Hartigan (Bruce Willis), o último policial honesto de Sin City, que chegando perto da sua aposentadoria, encara o caso do rapto de uma menina de 11 anos pelo filho do senador, que gera uma busca incansável e muda a vida de muitos  na história.

 

Sin City levou o título de melhor adaptação para cinema de um HQ, o que é merecidissímo! Quem viu sabe que a estética do filme é perfeita, e a semelhança com os quadrinhos chega a assustar, nas palavras de um famoso desconhecido que eu vi na net “não parece que estamos vendo um filme, mas sim uma HQ em movimento”. Sua fotografia estilosa remete os traços gráficos neo-noir dos quadrinhos, fazendo de Sin City um bom filme a ser apreciado em Blu-ray numa tela gigante. O que eu acho mais legal na sua fotografia é o seguinte: o filme é praticamente todo em preto e branco, mas com alguns elementos coloridos, como lábios, vestidos, sangue, fazendo contrastes chamativos e extremamente estilosos. Além disso, há momentos em que vemos só as  formas dos personagens preenchidas por tons escuros, criando jogos de imagens impressionantes. Posso dizer sem medo que Sin City é o filme com melhor apelo visual da história do cinema.

 

Os personagens são bem únicos, e traduzem bem a cidade do pecado, onde não há nenhum mocinho e a lei que vigora é a dos mais fortes. O elenco é bem recheado e ninguem tenta ofuscar o outro, além dos já mencionados, temos ainda Jessica Alba, Brittany Murphy, Rosario Dawson, Elijah Wood, Carla Gugino e Michael Madsen. Assim como em Pulp Fiction, as histórias e os personagens se cruzam de diversas maneiras, transformando 4 histórias soltas em um jogo violento bem entrelaçado e não-cronológico. A ação é bem armada de acordo com as histórias, que são narradas em off quase em sussurros pelos próprios personagens, adaptando bem o estilo de narração da HQ. Quando ver o filme, não ligue muito para sua verossimilhança, pois há situações bem bizarras, como um cara levar trocentos tiros no peito e permanecer vivo, mas isso não diminiu o filme, só o deixa mais atrativo, então  não venha bancar o físico chato.

 

Um fato curioso é a participação especial de ninguem menos que Quentin Tarantino na direção do longa. Ele dirige a cena de Clive Owen e Benicio Del Toro no carro. Não é uma cena muito grande, mas é grandiosa pelos seus detalhes absurdos, entenderam?(eu não).

 

Recomendo a obra prima de Robert Rodriguez para aqueles que têm mente aberta e nenhuma aversão por inovações e cenas violentas, pois o filme pode desagradar os que vivem no século passado. Quem gosta, assim como eu, de filmes com personagens independentes que se cruzam por situações violentas, vai adorar Sin City. Acreditem em mim, suas vidas mudarão depois de ver esse delírio visual sobre a cidade do pecado criada por Frank Miller.

“Andando pelo beco certo em Sin City você pode encontrar de tudo”

Perfeita comparação do filme com a HQ

 

Música mais marcante do filme:

  • Cells- The Servant

 

Frase marcante do filme:

  • Um homem velho morre. Uma jovem mulher vive. Uma troca justa. Eu te amo Nancy.

2 comentários:

  1. Ah, Goldie... rss

    Meu, já vi esse filme muitas vezes, gosto muito!
    Prazer em conhecer seu blog e suas ideias, já estou seguindo.

    Parabéns, Abç!

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  2. É um filmaço msm, um dos melhores do Rodriguez, senão o melhor.
    Vlw pelos elogios, é um prazer te conhecer tbm e muito obrigado pela consideração ;D

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