domingo, 19 de dezembro de 2010

Manhattan-Pelo o que vale a pena viver

Uma das maiores marcas do célebre Woody Allen é o seu cenário predileto: Nova York! Nos seus filmes mais famosos e referenciais os personagens habitavam essa fascinante cidade que tinha o clima perfeito para as histórias neuróticas de Allen. O amor de Woody por NY é tão grande que ele fez um filme dedicado a cidade, “Manhattan”, uma de suas obra primas que mostram os relacionamentos complicados que surgem nessa tão misteriosa e agitada cidade.

As relações que se desenrolam no filme giram em torno de Isaac Davis (Woody Allen), um roteirista de um progama televisivo que namora uma menina de 17 anos, Tracy (Mariel Hemingway), mas que está insatisfeito com ambos (o emprego e a garota). Até que ele conhece a amante de seu melhor amigo, Mary (Diane Keaton), uma atraente e inteligente mulher que também se interessa por ele, iniciando assim um caso a parte, o que vai agitar bastante as coisas na vida de todos esses habitantes complexos de Nova York.

Sem perder o seu bom humor critico, Woody Allen tece uma envolvente história de casais se entrelaçando de modo que te entretem e ao mesmo tempo te faz pensar sobre o que realmente vale a pena viver, sendo uma verdadeira jóia do cinema americano. Outras marcas da era de ouro de Allen também estão presentes, como personagens neuróticos, trilha sonora a base do bom jazz e dialogos longos e referenciais que enchem tanto os olhos.

O legal desse filme é a visão retratada sobre os relacionamentos de hoje em dia, onde compromissos e valores não importam tanto e o que se busca na verdade é uma necessidade de aceitação do próximo, desmascarando toda a pseudo segurança das pessoas, mostrando como elas são inseguras e frageis, fazendo com que elas busquem relacionamentos que não queriam realmente, mas que forçam pela simples necessidade de afeto e atenção. Woody Allen é o Freud do cinema.

Por mais que a história gire em torno dessas complicadas relações, na maior parte das vezes, o que a câmera está focando não são os atores (excelentes diga-se de passagem), mas sim a cidade, seus pontos turisticos e seus melhores angulos, que se tornam verdadeiras obras de arte sobre a fotografia preto e branco muito bem escolhida por Allen.

Sem muitas delongas, Manhattan é um filme obrigatório para todo bom cinéfilo, ainda mais aqueles que apreciam uma boa comédia dramática reflexiva, coisa que Allen faz como ninguém. A sensação que temos após o longa é de compreensão e ao mesmo tempo confusão interna de pensamentos, e percebemos que o que vale na vida são as coisas que amamos de verdade, que nos fazem bem, e que nos amam de volta. Manhatan é um espelho das relações amorosas modernas.

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