Nesse especial que homenageia os filmes de terror, eu não poderia deixar de falar do meu filme favorito do gênero: O Iluminado. Pra mim não há filme mais impactante e bem feito do que este na categoria terror, Kubrick soube usar muito bem as suas técnicas de filmagem para criar um longa de terror psicológico que atormentará muitas mentes eternamente.
Sendo um dos filmes que mais gosto acabarei me atrapalhando na sua descrição, dizendo coisas inuteis, perdendo o fio da meada, então colarei uma sinopse da net aqui, é melhor pra mim e para vocês :D Lá vai: Durante o inverno, um homem (Jack Nicholson) é contratado para ficar como vigia em um hotel no Colorado e vai para lá com a mulher (Shelley Duvall) e seu filho (Danny Lloyd). Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo que seu filho passa a ter visões de acontecimentos ocorridos no passado, que também foram causados pelo isolamento excessivo.
Caracterizado por mim como um filme enigma multi-interpretativo, O Iluminado tem um roteiro magnifico
que te envolve de modo incondicional, nada mais do que esperado de um filme baseado num livro do mestre supremo Stephen King. A história nos apresenta fatos que sugerem muitas coisas, que as vezes não se conectam entre si, mas independentemente fazem “sentido”. Ao chegar ao final, temos pelo menos 3 interpretações de tudo que vimos, uma mais sinistra que a outra, e uma deixando mais dúvida do que a outra. Realmente não conseguimos nos basear num fato firme e concreto para poder dizer o que aconteceu de verdade no misterioso hotel. Mais para frente no post farei uma zona de spoiller dizendo a minha interpretação do filme. O Iluminado é mais um filme que mostra com perfeição que os piores monstros da humanidade é o próprio homem, que basta um empurrão num momento de fraqueza para adentrar as trevas e se tornar um ser cruel e inconsciente.
No campo das atuações esqueçam todos os outros e concentre-se em Nicholson, ele rouba a cena com categoria, incorporando um perfeito homem em decadencia emocional que cai no abismo da insanidade, transpirando insensatez em seu olhar que chega a gelar a espinha. Por mais que Jack seja realmente um excelente ator temos que levar em conta o seguinte, fazê-lo interpretar um maluco é o mesmo que fazer a Bruna Surfistinha interpretar uma prostituta, então daí deduzimos a excelencia de seu trabalho em O Iluminado.
A movimentação das câmeras durante o filme é sensacional, perseguimos perfeitamente os atores percorrendo o hotel, seja em tomadas rápidas ou lentas, tendo uma visão ampliada do espaço em questão e admirando toda a beleza do cenário
meticulosamente arrumado pelo perfeccionista Stanley Kubrick. Outro fato que podemos perceber no posicionamento das câmeras é a simetria que Stanley sempre quer mostrar, que só se perde quando a lucidez vai embora e dar lugar ao medo e ao terror por ter um lunático te perseguindo, isso é genial. Dá pra ver perfeitamente o quadro armado por Kubrick, o ator fica no meio certo da tela, dos seus 2 lados temos 2 objetos de decoração iguais, como se a imagem direita fosse um reflexo da esquerda, nos dando uma cena cuja simetria incomoda, criando o clima de tensão certo. As cores fortes usadas no hotel também colaboram muito com isso, o vermelho sangue que cobre as paredes parecem sair da tela nos causando muito desconforto, que é justamente o objetivo do diretor. Além disso, Kubrick usa o recurso de imagens soltas passando na tela rapidamente para desenvolver nosso psicológico para o terror que está por vir. As imagens chocantes te pegam desprevenido, rendendo bons sustos, e ainda fazem questão de não sairem da sua mente por um bom tempo, sendos essas as cenas mais fortes que se guarda do filme. Outra coisa que mexe bastante com a nossa cabeça é a trilha sonora visceral que dá o ritmo de suspense perfeito para as cenas angustiantes de perseguição. As vezes até a ausencia de trilha ajuda a compor o suspense da cena, como exemplo os momentos em que só ouvimos o barulho do velotrol
de Danny percorrendo o hotel, silenciando ao passar num tapete e voltando a fazer a barulho ao passar pelo piso de madeira, até nos depararmos com as sinistras irmãs gêmeas fantasmas. A trilha tem a incrivel habilidade de reproduzir o barulho que seria a mente de uma pessoa se entregando a loucura, num ritmo frenético, aumentando cada vez mais o som, adentrando no labirinto insano da mente de Jack. BRILHANTE!
Para tentar acalmar aqueles que terminaram o filme sem ter mais noção de nada, como se tivessem perdido o chão, aí vai a minha interpretação na ZONA DE SPOILLER!!!
-----------------------------------------ZONA DE SPOILLER--------------------------------------------
Na minha concepção, sim, o menininho realmente tinha poderes especiais, que viam não só o passado como o próprio futuro, e ainda se comunicava com os seres que habitam o hotel eternamente, ponto. As “pessoas” que aparecem no hotel aos pouco
não são meras ilusões de Jack, uma vez que elas abrem portas, machucam o menino e aparecem para todos, incluindo Wendy, que até então estava sã, ponto de novo. O grande lance é que o seguinte, o hotel tem vida própria e vida residindo nela, por assim dizer. No grande baile de 1921 que ocorreu lá deve ter acontecido alguma chacina ou sei lá, algo que matasse todos os convidados, que depois passaram a residir o local como espiritos, e sendo seres que não partiram em paz eles querem companhias, no caso, todos os zeladores que passam pelo hotel no inverno, fazendo com que eles sucumbam a loucura psicótica, matando os familiares e se matando, para assim a grande “familia” do hotel aumente. Seguindo essa teoria podemos ver que Jack foi o primeiro a sucumbir, devido a sua fragilidade emocional ligado ao seu passado alcoolatra, que o fez facilmente perder o controle, acreditando nos fantasmas que via, e obedecendo a eles, “corrigindo” a sua familia. Outra coisa que podemos relacionar a isso é o fato do hotel ter cores muito “vivas”, entendem? Isso quer dizer simbólicamente que o hotel tem vida, e se você for notar, parece que as cores vão mudando ao longo do filme, ficando mais fortes, de
onde podemos perceber a tal vida do hotel. A força do lugar é muito forte, de modo que eles nem chegam na verdade a convencer Jack, mas sim incorporá-lo, percebemos isso no jeito dele de falar, que se parece com os fantasmas a sua volta. E isso tudo se conclui no enigmático final, em que aparece Jack na foto do baile de 1921, explicando que agora, com ele morto, ele faz parte do hotel, ele é mais uma alma que penará pela suas paredes, se unindo a sua nova “familia”, que provavelmente aumentará no próximo inverno.
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Com certeza, qualquer um que ver o filme terá uma visão diferente, o que é o mais interessante do longa, permitindo diversos pontos de vistas, que se relacionam com muitas coisas do sobrenatural, sem perder a postura e o nexo, fazendo de O Iluminado uma obra prima do terror que muito dificilmente será superada no futuro. Recomendo o filme com orgulho, esse é o tipo de filme que deve ser assistido independente do gosto, é genialmente bem feito e atrativo. Se você for ver apenas um filme de terror nesse halloween, que seja O ILUMINADO!
Here is a master piece!
Um tipo de filme que está se popularizando ultimamente é o “reallity-terror de mentirinha” cujo intuito é levar pessoas para o cinema de um jeito fácil, pouco se fudendo para ângulos de câmeras, iluminação e muitas das vezes nem mesmo para a história. Normalmente é algo passível de crítica pela sua falta de conteúdo avaliavel, mas como pura diversão existem alguns que cumprem bem o seu serviço, e acabam sendo uma ótima pedida de filme para se ver com a galera. Quarentena se enquadra perfeitamente nessa categoria cinematográfica.
vivos.
realmente cômico. Num geral é diversão, não do inicio ao fim, mas diversão para se ver com galera.
É inevitável. Tropa de Elite 2 é o grande estrondo do momento no cinema brasileiro! Já está na sua 3° semana de exibição e os cinemas não param de lotar de pessoas insandecidas para ver o Capitão Nascimento em ação, enchendo as salas e esgotando os ingressos com dias de antecedência.Tropa de Elite 2 é um ótimo exemplo de filme que agrada aos 2 públicos principais: os blockbusterianos e os críticos, que saem do cinema satisfeitos com um excelente filme de ação de conteúdo, que critica a sociedade do inicio ao fim, chamando a atenção dos brasileiros dos problemas que o cercam nesse ano de eleição.
brasileiro me deixou muito orgulhoso. Tropa de Elite 2 está bombástico com uma qualidade de filme de ação americano, sem perder o conteúdo, o que é melhor ainda. As cenas de ação estão muito realistas, captando bem as tensões dos momentos e a agilidade das coisas acontecendo, fazendo do longa incansavel, prendendo a atenção em todas as cenas. Os efeitos sonoros são impactantes, nos colocando dentro das cenas, como se tudo estivesse acontecendo do seu lado. Ouvimos com perfeição o som das armas engatilhando, das balas caindo no chão, e obviamente dos tiros, o que ajuda ainda mais a acelerar nossos batimentos cardíacos. A trilha sonora em si também é excelente, não se limitando apenas a música tema do Tihuanna, mas como outras cuja intensidade traduz bem o clima sério e empolgante do longa.
No campo das atuações não tem jeito, quem rouba a cena com fúria é Wagner Moura, encarnando com excelência mais uma vez o Capitão Nascimento, que explode na tela nos dando cada nuancia de seu forte personagem. Wagner tem uma expressão facial muito boa, ele consegue demonstrar raiva sem cair na repetição ou numa atuação forçada, ele encorpora o personagem, essa é a diferença, ele é autêntico. E não só nas cenas de raiva ele dá show, como também nos conflitos internos silenciosos, onde um olhar dele basta para nos dizer o que está se passando em sua cabeça. O personagem em si é muito bem desenvolvido, ele é humano, tem problemas pessoais que se confundem com os profissionais, o que lhe faz muito mal internamente e Wagner consegue expor muito bem isso externamente, sua atuação é visceral e ponto final. Eu posso estar falando bobeira, mas Tropa de Elite 2 sendo levado para o circuito americano como quer fazer Spielberg, poderá render uma indicação ao Oscar de Melhor ator para Wagner Moura, não acho muito dificil não. Entre outros atores que se destacam no filme estão André
Ramiro como o já famoso Matias, Seu Jorge numa participação rápida porém forte, Irandhir Santos como o humanista Fraga que tem uma atuação ótima, André Mattos numa caricata atuação que faz presença, Milhem Cortaz numa hilária performance recheada de tiradas engraçadas (“Quer me foder me beija!”) e Sandro Rocha como o vilão principal que esbanja arrogância e antipatia, nos dando raiva a cada fala debochada.
Fazia tempo que eu não torcia tanto num cinema para que o herói (ou será anti-herói?) acabasse com a raça dos vilões, isso me deixou empolgado, com o coração acelerado. O que eu queria que acontecesse com Inception acabou acontecendo com Tropa de Elite 2, um blockbuster brasileiro, que coisa não? Aquela sensação indescritivel que eu tive com Dark Knight e não se repetiu nem com Bastardos Inglórios nem com Inception, veio acontecer com um filme que eu fui ver por curtição, sem esperar muito. Daí confirmo o que eu já estava pensando, não posso criar muitas expectativas, acabo me frustrando de algum modo, então é melhor ir ver os filmes desarmado, a sensação será melhor. Isso é uma dica para vocês também.
Começando esse especial com categoria nada melhor que um filme cujo título tem tudo a ver com o assunto: HALLOWEEN. O que estou me referindo agora é, acreditem ou não, ao reboot mais recente do sucesso dos anos 80, que é realmente muito bem feito e desmente 2 verdades universais criadas por mim: filme de terror bom é filme de terror antigo; e remakes e reboots nunca são melhores que os originais. Halloween foge muito bem dessas duas regras.
apenas sua irmãzinha mais nova, e sua mãe que eventualmente não estava em casa, mas sim trabalho no clube de strippers. Depois dessa carnificina, o menino foi levado para um reformatório onde seu caso foi estudado por vários psicólogos que ficavam abismados com o potencial assassino dele. Após 17 anos lá, Myers consegue fugir, e o que ele quer agora é ir terminar o que começou, caçando seu último traço familiar que restou, sua querida irmã.
que fazia, além de dar o tom sombrio perfeito ao personagem, que nos assusta por vermos uma criança tão nova e angelical esconder um monstro tão demoníaco. Em questões de atuação, só ele posso ressaltar, o resto é bem fraco, mas como uma boa curiosidade temos no elenco ninguém menos que Malcolm McDowell, nosso querido Alex de Laranja Mecânica, interpretando o psicólogo que se aprofunda no caso de Myers.
sinal de vida. As cenas são bem filmadas, dá para acompanhar bem os movimentos, principalmente nas cenas de perseguição, onde o susto se esconde nos momentos mais calmos e dão um ótimo final para o filme. Não posso esquecer de comentar que no fundo disso tudo, temos a sinistra trilha sonora do filme, cujo a qual estou ouvindo agora e me arrepiando, é algo inexplicável. Um som forte, continuo, frenético, permeado por pequenos gemidos, que remetem tanto a sexo quanto a gritos mortais, sendo um componente essencial para criar o ritmo de suspense e terror da trama.
A badalada religião espirita ultimamente vem ganhando espaço no cinema nacional, lançando filmes que ajudam as pessoas a entenderem um pouco mais de sua doutrina para que talvez o preconceito com ela termine. O filme da vez é “Nosso Lar”, inspirado no livro psicografado pelo famoso Chico Xavier através do espírito de Emmanuel, que mostra como é a vida após a vida.
convicção. A atriz Selma Egrei faz a mãe de André, com bastante carisma e simplicidade ela chamou minha atenção, mas nada muito a declarar. Até grandes nomes do elenco como Othon Bastos, Werner Schünemann, e Paulo Goulart sofreram com o roteiro fraco e ficaram com as atuações ofuscadas e sem forças, o que é realmente uma pena.
perdida, o passo a frente dado em termos tecnológicos nos abrem muitas portas, o mais difícil que era reunir capital e mãos habilidosas para cuidar dos efeitos especiais nós já superamos, agora o resto é fácil. O lance do Brasil é que falta segurança em seus longas, nós temos muito receio de andar em áreas desconhecidas, nos privamos com comédias clichês e dramas sobre miséria, o que faz do cinema nacional um grande e chatissimo porre convencional, mas nós temos potencial para mudar para melhor, para muito melhor! Raciocinem comigo. Nós temos atores de altissimo nivel que já conseguiram reconhecimento internacional devido as suas soberbas atuações, como Fernanda Montenegro (Rainha), Wagner Moura, Selton Mello, Tony Ramos, Pedro Cardoso, Andrea Beltrão, Marieta Severo, Paulo José, Marília Pêra, Lazaro Ramos entre muitos outros (muitos mesmo!). Temos ótimos roteiristas que só precisam de uma chance para conseguir mais reconhecimento, como o casal Fernanda Young e Alexadre Machado, além de Miguel Falabela. Temos grandiosos diretores como Fernando Meirelles, Guel Arraes, Walter Salles, Daniel Filho, entre outros. E agora temos tecnologia o suficiente para grandes filmes com efeitos especiais, então o que falta para podermos competir de igual para igual com o cinema americano? CORAGEM! OUSADIA! ORIGINALIDADE! Só disso que precisamos, é só abandonarmos o jeito novelístico imposto pela Globo, confiarmos em nós mesmos e criar obras primas, que terão o luxo de ter como cenários as lindas praias do Rio de Janeiro, ou então a
agitada metrópole paulista, as belas cidades do sul, ou até mesmo as florestas da Amazônia, nós temos muito potencial, só precisamos saber aproveita-los melhor, antes que outros venham e ganhem lucro em cima da gente, como o meu adorado James Cameron já está planejando fazer com as nossas florestas amazônicas. Já tínhamos potencial, agora temos know-how, só precisamos ousar, daqui para frente é só evoluir.
O que importa mesmo em Donnie Darko é a sua genialidade ao tratar sobre o tema “tempo”, que está relacionado a muitos outros, como destino, escolhas, ações e reações. Tendo isso em mãos, o roteirista elaborou uma história cujo final impactante deixa todos perplexos com tudo aquilo que viram, e faz com que reflitam sobre suas próprias vidas, ou melhor sobre a vida em geral, que é realmente muito estranha se pararmos para analisar. Por ser um filme sem explicações não conseguimos entender tudo logo na primeira vez que se vê, mas graças a internet podemos compreender melhor tudo que vimos em poucos cliques. No próximo post virá um esquema explicando muito bem todos os fatos de Donnie Darko, acalmando todas as dúvidas existenciais que surgirão após o longa. Depois de verem o post eu tenho certeza que vocês pararam por um minuto, respiraram fundo e exclamaram um belo e sonoro “Que foda!”. A explicação é de cair o queixo, tudo é muito bem calculado para encaixar no esquema, e funciona, além de esclarecer o final simbólico que ganha uma dimensão ainda maior com a explicação, que já era incrivelmente legal devido ao fundo músical de Gary Jules e sua música melancólica e densa Mad World. Tudo isso faz de Donnie Darko um dos filmes mais inteligentes/intrigantes da história, explicando conceitos
que nunca paramos para pensar ou analisar.