domingo, 24 de outubro de 2010

Halloween O Início- Para o monstro que existe em você

Começando esse especial com categoria nada melhor que um filme cujo título tem tudo a ver com o assunto: HALLOWEEN. O que estou me referindo agora é, acreditem ou não, ao reboot mais recente do sucesso dos anos 80, que é realmente muito bem feito e desmente 2 verdades universais criadas por mim: filme de terror bom é filme de terror antigo; e remakes e reboots nunca são melhores que os originais. Halloween foge muito bem dessas duas regras.

 

O reboot de Halloween é ao mesmo tempo um prequel e um remake do filme original, pois remonta com fidelidade a origem do psicopata Michael Myers e tem como seu clímax a terrível noite de Halloween em que ele volta a sua cidade natal para atender suas vontades psicóticas, como no filme original. Bem, como diria o próprio protagonista, vamos por partes (tudum tizz-som de bateria de piada sem graça), tudo começa quando Michael é uma criança estranha que vive numa família totalmente desestruturada, com uma mãe prostituta, uma irmã gostosa que dá pra todo mundo, e um “padrasto” que come as duas, a única coisa que “salva” é a sua irmã mais nova que ainda é um bebê. Myers é um garoto problemático, que tem tendências psicóticas, gosta de observar seres vivos sofrendo e em alguns ataques de raiva consegue ter forças sobrenaturais surgidas de sua fúria animalesca. Numa noite de Halloween ele tem um desses ataques, e usando sua máscara preferida (ele gostava muito de máscaras por achar seu rosto feio) ele mata todos que estão na casa, seu “padastro”, sua irmã vadia e o namorado dela que estava a come-la, deixando viva apenas sua irmãzinha mais nova, e sua mãe que eventualmente não estava em casa, mas sim trabalho no clube de strippers. Depois dessa carnificina, o menino foi levado para um reformatório onde seu caso foi estudado por vários psicólogos que ficavam abismados com o potencial assassino dele. Após 17 anos lá, Myers consegue fugir, e o que ele quer agora é ir terminar o que começou, caçando seu último traço familiar que restou, sua querida irmã.

 

Sem medo do “politicamente incorreto”, o diretor e guitarrista Rob Zombie fez um filme de psicopata excelente, daqueles de fazer machões se contorcerem em algumas cenas, trazendo para o cinema mais popular um verdadeiro filme de terror que escandalizou os jovens que acharam que veriam só mais um filme enlatado da série com umas cenas de sangue falso a toa. O longa captou bem a alma do personagem, todos os seus disturbios e psicoses estão muito bem alinhados e condizentes com a realidade. No filme é traçado todos os fatores que caracterizam Myers, sua máscara bizarra, sua repugnancia a sexo, e seu ódio por qualquer coisa viva. Tenho que parabenizar o ator mirim Daeg Faerch pela atuação impecável do assassino quando criança, ele conseguiu traduzir bem sua frieza e indiferença sobre as coisas que fazia, além de dar o tom sombrio perfeito ao personagem, que nos assusta por vermos uma criança tão nova e angelical esconder um monstro tão demoníaco. Em questões de atuação, só ele posso ressaltar, o resto é bem fraco, mas como uma boa curiosidade temos no elenco ninguém menos que Malcolm McDowell, nosso querido Alex de Laranja Mecânica, interpretando o psicólogo que se aprofunda no caso de Myers.

 

As cenas de assassinato são brutais e violentas, como realmente tem que ser, fazendo de Halloween um longa bem visceral para o grande circuito, correndo o risco de fazer com que pessoas mais sensíveis desistam de vê-lo ao chegar na metade dele. As mortes são bem armadas, conseguimos perceber a fúria e o medo da situação de ver um monstro inparavel indo atacar suas vítimas, batendo, derrubando-as, esfaqueando-as, até que elas fiquem caídas ao chão e seus olhares não transmitem mais nenhum sinal de vida. As cenas são bem filmadas, dá para acompanhar bem os movimentos,  principalmente nas cenas de perseguição, onde o susto se esconde nos momentos mais calmos e dão um ótimo final para o filme. Não posso esquecer de comentar que no fundo disso tudo, temos a sinistra trilha sonora do filme, cujo a qual estou ouvindo agora e me arrepiando, é algo inexplicável. Um som forte, continuo, frenético, permeado por pequenos gemidos, que remetem tanto a sexo quanto a gritos mortais, sendo um componente essencial para criar o ritmo de suspense e terror da trama.

 

Halloween foi uma grande surpresa para mim, não esperava ver algo assim tão forte e animal num filme de terror atual. A ideia do filme de mostrar que dentro de nós há um monstro terrível é genial, e obviamente assustador, que mostra que não é preciso apelar para o sobrenatural para criarmos grandes criaturas para nos assustar, nós humanos somos terríveis o bastante para tal tarefa, somos o maior monstro que já existiu. Por ser um filme que beira o trash e não tem vergonha de mostrar sangue, tripas e sexo explícito, recomendo o filme para poucos, para aqueles que tem estômago forte e estão cansados desses filmes de terror para menininhas escandalosas.Halloween é uma ótima pedida para a noite do dia 31 de outubro, vistam suas máscaras, e preparem-se para o monstro que existe em você.

 

Acho essa mascara mais sinistra do que a original

Um comentário:

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