sábado, 27 de março de 2010

Tarantino’s Style- Sangue, diálogos e cultura pop

Quem já viu boa parte dos filmes de Quentin Tarantino sabe que ele tem um estilo próprio, inigualável, que te proporciona experiencias cinematográficas incriveis recheadas de originalidade. Este estilo é bem marcante, e está presente em todos os seus longas, criando assim uma marca registrada (com sangue). Vou listar essas características a seguir:

  • Violência divertida- Em todos os filmes do Taranta, há violência, não podemos negar, mas as cenas de violências são conduzidas de tal maneira que não chegam a chocar muito e nem estão lá a toa, elas tem um objetivo perante o filme então não fica aquele lance trash demais. E muitas das vezes ele usa o humor negro para ameniza-las, o que é pra mim o maior feito do diretor, fazer um cara cortar a orelha de outro de um jeito engraçado (Cães de Aluguel)!
  • Diálogos nada a ver que tem a ver!- Os roteiros de Quentin são magníficos. Ele não escreve de forma teatral forçada, ele faz com que as palavras sejam bem naturais, adequando-as ao personagem, e adequando os atores aos personagens, de forma que tudo pareça bem real, nada robotizado. E esses diálogos começam de forma completamente banal, nada que tenha a ver diretamente com a história, sendo esse um truque esperto que ele usa para caracterizar melhor seus personagens, de modo que de acordo como a conversa entre os personagens se desenvolvem você pode identificar suas personalidades, o que é genial.
  • Trilha Sonoras fodásticas- Quentin Tarantino é O CARA em questão de trilhas sonoras. Ele é um dos poucos que conseguem sicronizar tão bem as músicas com o desenrolar das histórias, dando o ritmo certo para as cenas, sejam elas de ação, de tensão ou de comédia. Suas trilhas sonoras são empolgantes, quem viu Kill Bill sabe do que eu estou falando, as lutas são por si sós inacreditáveis, com a músiquinha de fundo então faz você ficar com um sorriso de satisfação imenso, te tranzendo uma sensação que só os filmes dele proporcionam. O início de Pulp Fiction é simples porém vibrante graças a música Misirlou de Dick Dale que chega a arrepiar de tão cool. Dentre os hits mais conhecidos de seus filmes estão: “Little Green Bag” de George Baker (Cães de Aluguel), “Girl, You’ll be a Woman soon” de Urge Overkill (Pulp Fiction), “Across 110th Street” de Bobby Womack (Jackie Brown) e “Malaguena Salerosa” de Chingon (Kill Bill 2).
  • Parcerias que funcionam- Ele costuma trabalhar com os mesmos atores em vários de seus filmes, criando laços afetivos entre eles, como é o caso de Uma Thurman, considerada sua musa que já trabalhou com ele em 3 filmes (Pulp Fiction, Kill Bill 1 e 2), Michael Madsen que trabalhou em 2 (Cães de Aluguel e Kill Bill 2) e Samuel L. Jackson que trabalhou em 3 (Pulp Fiction, Jackie Brown e Kill Bill 2).
  • Referências pops- Ele gosta de fazer em seus filmes referências à outros filmes, e até mesmo à modinhas da época, transformando seus filmes em verdadeiros caldeirões pops, o que eu acho que é o que faz seus filmes parecerem tão cools. Muitos tem a coragem de dizer que isso que ele faz é plágio, isso porque não entendem a real intenção do cara. Quem faz plágio é aquele que copia “disfarçadamente” algo já criado e torce para que as pessoas não notem isso (James Cameron em Avatar), o que é totalmente o contrário da intenção de Quentin, ele faz referencias em seus longas à outros filmes que fizeram parte da vida dele e torce para que alguém note isso e veja a homenagem que ele está fazendo, pois acima de tudo, o cara é apaixonado por cinema.
  • Roteiros bem trabalhados- Ele é um cara muito preocupado com suas histórias, que são sempre incriveis. Um recurso que ele gosta muito de usar é o roteiro não-linear que é usado abundantemente em Pulp Fiction e Kill Bill, que dão um ritmo no filme espetacular, mexendo com nossa memória e nosso raciocínio. Outro ponto forte de seus roteiros são suas falas de efeitos que saem das bocas dos cinéfilos com frequencia, como “Say what again motherfucker!” e “We should have shotguns for this kind of deal”, que são sensacionais!

Bem, acho que estes são as características mais fortes e presentes nos filmes dele, e que eu mais admiro, acredito que muitos outros também acham a mesma coisa. E deixo com vocês esse video incrivel que resume bem tudo que eu falei:

Quentin Tarantino- De cinéfilo à líder do cinema moderno

No dia 27 de março de 1963, na cidade de Knoxville (EUA), nascia um dos diretores mais originais e cools que o cinema já viu: Quentin Jerome Tarantino, conhecido hoje apenas por Quentin Tarantino.

Antes da fama, aos 16 anos, Quentin foi para Califórnia, onde começou a estudar atuação no James Best Theatre Company, já com a intenção de se tornar alguma coisa no ramo de cinema, que era sua intensa paixão. Cinéfilo doente, também começou a trabalhar numa famosa locadora local, estando então mais envolvido com o mundo dos filmes, adquirindo um conhecimento invejável sobre cinema, sendo quase uma enciclopédia sobre cinema ambulante. Mais tarde foi para Beverly Hills, mas continuou os estudos na Allen Garfield's Actors' Shelter, passando a se concentrar mais em escrever roteiros, sendo esta a decisão mais sábia de sua vida. Ele fez, independentemente, junto com amigos um filme entitulado “My Best Friend’s Party”, totalmente desconhecido.

Sua carreira cinematográfica realmente começa com a venda de seu roteiro True Romance (Amor à Queima Roupa), a partir daí, ele começa a fazer amizades com os figurões de Hollywood, tendo Lawrence Bender como o cara que deu o empurrão para que Tarantino dirigisse Cães de Aluguel, baseado num outro roteiro dele, conseguindo num único filme estourar a cabeça de todos, colocar seu nome na história do cinema e dar início a uma nova era de filmes, sendo o líder do cinema moderno. Depois disso, Tarantino consegue vender outro roteiro seu que deu origem ao filme Assassinos por Natureza de Oliver Stone, mas a grande jogada dele ainda estava por vir. Em 1994 (ano em que eu nasci), ele lança seu filme mais aclamado até hoje: PULP FICTION, que lhe rendeu o Oscar de melhor roteiro original além de várias outras indicações incluindo de Melhor Filme. O cara então consegue sucesso imediato, tendo feito apenas 2 filmes, sendo considerado um dos diretores mais promissores dos anos 90. Em 95, ele dirige uma cena do filme Four Rooms, junto com outros 3 diretores, filme que não fez muito sucesso. Depois de um tempo, em 97 é lançado  seu 3º filme, Jackie Brown, que fez sucesso mas não agradou tanto quanto Pulp e Cães, alguns ainda ousaram dizer que ele “perdeu a mão” na hora de dirigir. 6 anos depois, Tarantino volta a toda calando a boca de todos que o criticaram com a estreia explosiva de Kill Bill, um dos maiores filmes de ação de todos os tempos, sendo muito bem elogiado pela crítica e pelo público, fazendo de Kill Bill um dos mais famosos dele.

Então, inicia-se uma fase na vida de Quentin de pequenos projetos, em 2005, dirigiu uma cena de Sin City do seu amigo Robert Rodriguez, e ainda, o episódio final de uma das temporadas de CSI que é considerado um dos melhores episódios da série. Em 2007, ele e Robert Rodriguez tentam trazer de volta as matinês de antigamente onde se assistiam dois filmes pequenos ruins pagando um único ingresso com Grindhouse, mas a ideia não deu muito certo, e eles então decidem dividir o filme duplo em dois longas independentes: Planeta Terror dirigido por Rodriguez, e Death Proof dirigido por Quentin. Nenhum foi muito elogiado, mas são bem interessantes pelas suas propostas.

Agora, o melhor momento de Quentin chegou ano passado, com a estreia do mega sucesso Bastardos Ingórios, que teve 8 indicações ao Oscar desse ano incluindo de melhor filme e melhor diretor, dando ainda mais prestígio à carreira de Tarantino. Entre os projetos futuros de Quentin estão: uma continuação de Kill Bill, um prólogo de Bastardos, e um filme menor ainda desconhecido.

Filmografia de Quentin Tarantino:

  • 1987 - My Best Friend's Birthday
  • 1992 - Cães de aluguel
  • 1994 - Pulp Fiction - Tempo de violência
  • 1995 - Grande Hotel (segmento: O homem de Hollywood)
  • 1997 - Jackie Brown
  • 2003 - Kill Bill: Volume 1‎
  • 2004 - Kill Bill: Volume 2
  • 2005 - CSI: Perigo a Sete Palmos (episódio final da série CSI)
  • 2005 - Sin City - A cidade do pecado (diretor convidado)
  • 2007 - À Prova de Morte
  • 2009 - Bastardos Inglórios
  • 27/03 Aniversário de Quentin Motherfucker Tarantino

    Hoje acordei bem feliz, sem muitas preocupações, não tenho muitas tarefas a fazer, hoje é sábado, o sol está no céu e o fim de semana está apenas começando, já estava bem só com isso. Aí então, entro no meu segundo maior vício depois de Cinema, Twitter, e lá vejo uma das pessoas q eu sigo dizer q hj é aniversário do mestre do cinema moderno, meu ídolo eterno: Quentin Tarantino. Decidi averiguar no jornal. Mentira, fui no Google aí confirmei, realmente hoje é o dia do aniversério do Tarantino! Muito devem estar pensando: e daí, é só mais um dia em que alguém “importante” faz aniversário. E pra falar a verdade, é isso mesmo, mas pra mim, isso é uma ótima deixa para que eu faça posts relacionados à ele, coisa que eu já vinha pensando em fazer já faz um tempo. Farei uma pequena biografia do cara e direi o porque de eu gostar tanto dos filmes que esse cara faz, além de inaugurar mais uma tag no blog, entitulada Quentin Motherfucker Tarantino!

    Deixe seu comentario após o final…

    Vou ser direto com vocês: COMENTEM NOS POSTS! Pode dizer qualquer coisa, um elogio, uma crítica, uma curiosidade, uma sugestão, um segredo vergonhoso, qualquer coisa! Quando eu escrevo no blog eu não ganho nada, ninguém me paga para eu fazer isso, eu faço porque é meu hobby, eu escrevo no blog para expressar minhas ideias e opiniões e principalmente minhas besteiras, e faço isso com o maior prazer, mas é legal quando vem alguém e comenta, é satisfatório. Pelo contador eu sei que muitas pessoas lêem o blog, é realmente bastante gente para algo tão “desconhecido”, mas pelo contador eu não vejo a reação de vocês, queria saber que vocês estão realmente aí, lendo meu blog, e queria saber se vocês gostaram ou não do que leram. Então eu peço que vocês percam 2 minutinhos do tempo de vocês para escreverem um simples comentário, pode ser apenas um smile ou um palavrão, não importa, queria só ver vocês participando mais do blog, mandem sugestões, qualquer coisa. Esses comentários me motivariam ainda mais a postar no blog, então, deixe o seu comentário após o final…

    quarta-feira, 24 de março de 2010

    Watchmen- Como seria o mundo com super-heróis?

    O que dizer sobre Watchmen? Melhor HQ já feita. Melhor filme de heróis já feita. Um dos melhores filmes do ano passado. E com certeza um dos filmes de ação mais cabeça que você já viu e verá na tua vida! Esse é um filme que chega próximo da perfeição e conseguiu o grandioso feito de agradar aqueles que nunca tinham ouvido falar da HQ e principalmente aqueles que a leram, o que é sempre o mais complicado.

    A história do filme é bem complexa, então copiarei a original para não causar confusões: “Uma aventura de mistério complexa e de múltiplos aspectos, Watchmen - O Filme mostra uma América alternativa em 1985, na qual super-heróis caracterizados fazem parte da estrutura diária da sociedade, e o "Relógio do Juízo Final" - que traça o gráfico da tensão entre os EUA e a União Soviética - marca permanentemente cinco minutos para a meia-noite. Quando um dos seus antigos colegas é assassinado, o derrotado, mas nem um pouco menos determinado, vigilante mascarado Rorscharch, parte para descobrir o que seria um plano para matar e desacreditar todos os super-heróis do passado e do presente. Quando ele restabelece a conexão com sua antiga legião de combatentes do crime - um confuso grupo de super-heróis aposentados, dos quais apenas um possui poderes verdadeiros - Rorschach percebe que existe uma  conspiração abrangente e perturbadora com ligações com o passado que eles dividiram e catastróficas conseqüências para o futuro. Sua missão é proteger a humanidade, mas quem protegerá os vigilantes?”

    Acredito que para os leitores fiéis do blog (mais ou menos uns 3 ou 4) eu não preciso dizer muito mais para convencê-los a assistir esse filme, pois apenas a sinopse já é de arrepiar de tão boa. A vontade de assistir é imediata, me arrependi muito de não ter ido assistir no cinema.

    Watchmen, tanto o filme quanto a HQ, nos apresenta uma nova visão de “super-heróis”, uma visão mais realista de como realmente seria se existissem esses “protetores” da sociedade, trazendo eles para o momento tenso da guerra fria, o que é simplesmente genial! E nada no filme é “romântico”, tudo é relatado de maneira bem crua, sendo as vezes cruel, aguçando a crítica forte da HQ. O legal do filme também é que ele é bem  maduro, é um filme de super-heróis para adulto mesmo, tendo cenas fortes de violência e sexo, mas com propósito acima de tudo, não são cenas a toa.

    Os personagens não fazem o estilo típico de heróis, que tem ótimas casas, um cárater impecável e estão a todo tempo lutando pelo bem da humanidade. Em Watchmen, os heróis são bem humanos, tanto é que o único com poder é o azulão Dr Manhattan que pode manipular os átomos, tranfomando ele num semi-deus, mas fora ele, os outros são bem “normais”, tendo problemas como os nosso, psicológicos e físicos, o que dá ao filme todo esse ar de realidade, mesmo que alternativa. E os personagens em si são muito bons, são personagens irônicos, incrédulos da bondade humana, que fazem as leis à sua maneira, tentando “salvar” os  fracos e oprimidos.

    Quero destacar o personagem que dá o gatilho para a história começar, o Comediante, herói totalmente contra as convenções normais podendo ser enquadrado sem medo como anti-herói. Ele é um cara que fuma, bebe, fala palavrão em toda frase, encara todos com seu ceticismo e suas falas de efeitos que te deixam de boca aberta e é no fundo bem amargurado, mas se comporta de um jeito extremamente foda, sendo o cara “cool” do filme. Ele é bem egocêntrico e imoral, não ligando muito para os outros e fazendo o que bem entender quando quiser, chegando a ser malígno em certas partes em cenas que explodem fúria na tela que é muito bem entonada pelo seu intérprete Jeffrey Dean Morgan que rouba o filme mesmo tendo uma participação relativamente pequena.

    Na parte técnica, o filme dá um show, ele faz o estilo estético que eu aprecio em filmes, cores fortes contapostas à tons escuros, formando mosaicos interessantes, nessa roda entram filmes como Kill Bill, 300 e Laranja Mecânica. Tudo é muito bem trabalhado, por incrivel que pareça o Dr Manhattan não ficou ridículo como muitos esperavam, e os efeitos nas partes de ação são ótimos, acompanhando lutas bem coreografadas seguindo o mesmo estilo de 300, que foi dirigido também por Zack Snyder. O filme também tem um estilo dark, meio noir, mas de maneira bem sútil, mostrando em todo instante uma cidade devastada pelos maus costumes. Outra coisa que deixa o filme ainda mais interessante é a trilha sonora envolvente que vai de Bob Dylan à Leonard Cohen.

    O filme tem uma mensagem por trás de tudo, que é passada através de metáforas, mas para pegá-las é preciso ver o filme com bastante atenção, porque tudo é muito acelerado, você não descansa, é muita informação passando pela tela, então é um filme que se deve ver mais de uma vez. Eu vou comprar o dvd e revê-lo, não sei quando, e então postarei sobre as metáforas de Watchmen, que eu acredito que não são poucas.

    Watchmen entrou fácil na minha lista de filmes de super-heróis favoritos, pegando o 2º lugar, já que o 1º é de Batman-Cavaleiro das Trevas que eu gostei um pouquinho mais, não posso negar, o lugar é dele e ninguém tasca, até o momento. Eu aconselho o filme para aqueles que gostam de boas cenas de ação e principalmente de uma boa história, que é o que Watchmen nos oferece, e não simplesmente mais um filme fútil e vazio de super-heróis. A história envolvente e o final arrepiante vai agradar muito os fãs do gênero. Eu creio que muitos, assim como eu, ficarão com vontade de ler a HQ depois de ver o filme, além de esperarem ansiosamente pela prometida versão do diretor com mais 1h de filme. Explodam as suas cabeças com WATCHMEN!

    Obs: Um incentivo maior para se ver o filme é o seguinte: Watchmen é o primeiro filme de super-heróis com cenas de sexo e com nudez feminima frontal ;D #fikdik

    Frases Fodas do Filme (FFF):

    • “It’s all a joke” (É tudo uma piada) -O Comediante
    • “"What happened to the American Dream?" It came true! You're lookin' at it...” (O que aconteceu com o sonho americano? Se tornou realidade! Você está olhando pra ele…)- O Comediante apontando para a cidade toda destruída.
    • “The accumulated filth of all their sex and murder will foam up about their waists and all the whores and politicians will look up and shout "Save us!"... and I'll whisper "no."” (A sujeira de todo seu sexo e seus assassinatos subiram até as suas cinturas, e todas as putas e os políticos olharão para cima e gritarão: “Salve-nos”…. e eu sussurrarei “não”.)

    domingo, 14 de março de 2010

    A Orfã-Psicopata mirim perfeita

    Sem dúvida um dos melhores suspense/terror do ano passado, A Orfã consegue inovar num gênero que ultimamente só quer saber de jogos torturantes, zumbis e crianças pálidas pertubadas.

    A história gira em torno de uma família, formada pelo casal Kate (Vera Farmiga) e John (Peter Sarsgaard) e seus dois filhos Daniel e Maxine, que adotam uma “simpática” menininha orfã depois que o esperado filho de Kate morre durante o parto, tentando amenizar a dor da mãe. A menina, Esther (Isabelle Fuhrman), é realmente um doce, inteligente, bonita, educada e um tanto madura para sua idade, o que encanta o casal. Tudo parece um sonho no início, apesar de Daniel não gostar muito de Esther, tudo vai muito bem com a nova integrante da família, todos a amam muito. Mas coisas estranhas começam a acontecer, assassinatos do nada aparecem ao redor da família, e eles então percebem que estão lidando com uma força acima de suas compreensões.

    Por mais que eu tenha terminda a sinopse do filme com um clima meio “absurdo-fantástico”, o longa não parte, em momento algum, para a apelação de forças sobrenaturais, ele põem firmamente o pé no chão, nos dando uma terrível vilã que sim pode realmente existir. E o filme tem um tom sinistro muito legal, dando toques de terror em lugares antes nunca imaginados.

    As atuações são ótimas, coisa rara em filmes de terror. O elenco é de primeira, tendo dois atores que se tornaram mais famosos ano passado, e passaram a ser conhecidos por mim graças ao Oscar, já que ambos estavam em filmes indicados. Peter Sarsgaard protagonizou ao lado de Carey Mulligan o divertido Educação, e Vera Farmiga não só abrilhantou o elenco de Amor sem Escalas como levou uma indicação de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme, e conquistou toda a minha atenção pela sua atuação formidável. Agora, em A Orfã, quem rouba a atenção, com toda a razão no filme é Isabelle Fuhrman, a promissora atriz que interpreta Esther. Ela a interpreta de maneira adulta e cruel, e ao mesmo tempo disfarçando o que ela realmente é, perfeitamente. É uma atuação mirim que deve ser lembrada. Foi uma performance que precisou da dedicação do diretor, pois não deve ser nada fácil fazer uma criança se tornar uma psicopata, fria e calculista sem que isso a traumatize.

    Quando eu disse no início que esse não é mais um filme com crianças pálidas e pertubadas, não estou caindo em contradição, pois nesse filme a criança em questão não é pertubada, ela é controlada, sabe o que faz e muito bem, é uma vilã de primeira, e não uma cabeluda molhada que sai da televisão! E o que esse filme inova é a história que nos apresenta algo que não imaginamos, o seu final esclarecedor é de explodir a cabeça, e ver quais eram os verdadeiros planos da garota e seus motivos para fazer tais coisas é impressionante.

    Num ritmo crescente de suspense e atrocidades, A Orfã não pode passar batido na sua lista de filmes para assistir, é um dos poucos que contrariam a minha teoria que “filme de terror bom é filme de terror antigo”! Assistam!

    segunda-feira, 8 de março de 2010

    Conclusões de um bom Oscar (2010)

    É, amigos cinéfilos, podemos dormir descansados agora, a cerimônia do Oscar fez a escolha certa: optou por premiar um filme realmente bom, inovador e profundo. O grande ganhador da noite foi Guerra ao Terror, desbancando o odiado por mim, Avatar! O evento, em si, foi bem justo nas premiações, não foi perfeito, nunca é, há algumas que eu discordei, mas num geral foi bem legal, foram escolhas bem sábias, e ver Guerra ao Terror ganhando em categorias que não eram esperadas e ver a cara do Cameron indo aos poucos ficando séria não tem preço! Vou comentar melhor a partir da lista dos ganhadores a seguir:

    • Melhor filme: Guerra ao Terror. Só digo uma coisa: #chupaAVATAR !!!!
    • Melhor direção: Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror). Só digo uma coisa: #chupaCameron !!!! Já chupou né, pois é, perdeu (literalmente)!!!
    • Melhor atriz: Sandra Bullock (Um sonho possível). Torcia muito pra ela, agora ela pode esfregar o Oscar na cara do pessoal da Framboesa de Ouro, que deu à ela o “prêmio” de pior atriz no sábado.
    • Melhor ator: Jeff Bridges (Coração louco). Barbada! (literalmente). Não vi o filme, não posso dizer muito, mas queria muito que o Clooney saísse com a estatueta.
    • Melhor filme estrangeiro: O segredo dos seus olhos(Argentina). Muita gente reclamou, disse que devia ter sido a Fita Branca, mas ainda não sou cinéfilo xiita para me afundar nos cinemas estrangeiros.
    • Melhor edição: Guerra ao terror
    • Melhor documentário: The cove
    • Melhores efeitos visuais: Avatar. Se não ganhasse eu ia ri muito, mas não tinha como, o Oscar já era dele antes sequer do filme estreiar.
    • Melhor trilha sonora: Up – Altas aventuras
    • Melhor fotografia: Avatar. Eu meio que discordo, por achar que Fotografia boa, é aquela feita analógicamente, através de truques de câmeras e iluminações, e Avatar foi feito quase todo em ambiente digital, mas enfim, são os novos parâmetros de hoje em dia.
    • Melhor mixagem de som: Guerra ao terror
    • Melhor edição de som: Guerra ao terror
    • Melhor figurino: The young Victoria. A Academia simplesmente idolatra figurino de época, então esse filme levou a estatueta.
    • Melhor direção de arte: Avatar
    • Melhor atriz coadjuvante: Mo’Nique (Preciosa). Oscar merissidíssimo, a atuação dela é forte, é monstruosa, bem superior às outras indicadas, embora eu torcesse muito para Vera Farmiga, que me conquistou em Amor Sem Escalas
    • Melhor roteiro adaptado: Preciosa. As únicas reais injustiças pra mim nesse Oscar foram relativas aos prêmio para roteiros, vou falar aqui só do adaptado. Eu achei bem mais legal a adaptação de Amor Sem Escalas, filme que não merecia sair com as mãos vazias ontem. Não foi uma escolha insensata, mas acho que devia ter ido para Amor Sem Escalas.
    • Melhor maquiagem: Star trek
    • Melhor curta-metragem: The new tenants
    • Melhor documentário em curta-metragem: Music by Prudence
    • Melhor curta-metragem de animação: Logorama
    • Melhor roteiro original: Guerra ao Terror. Mesmo eu tendo gostado muito da história de Guerra ao Terror, não engoli o prêmio não ter ido para Bastardos Inglórios, esse sim foi um filme que transpirava originalidade sobre um tema já batido, diferente de Guerra ao Terror que só falou de algo que ninguém falava.
    • Melhor canção: The weary kind (Coração louco)
    • Melhor animação: Up – Altas aventuras
    • Melhor ator coadjuvante: Christoph Waltz (Bastardos Inglórios). Graças a ele o meu filme favorito do ano não saiu sem nada nas mãos!

    Como já disse, no geral gostei muito dos vencedores, só achei mesmo que deviam ter pensado melhor nas categorias de roteiros. E também deviam ter saído mais prêmios para Bastardos Inglórios, foi um filmaço. A cerimônia foi muito divertida, graças a dupla de apresentadores hilários, Steve Martin e Alec Baldwin, que entra muitas coisas fizeram uma paródia de Atividade Paranormal e zoaram todos os indicados da noite. Muito engraçado mesmo, não vejo uma edição tão engraçada assim desde aquela que foi apresentada pela Ellen Degeneres! E ainda teve momentos estranhos, como o Ben Stiller vestido de Na’vi para entregar o prêmio de melhor maquiagem, sendo que Avatar nem tinha sido indicado para categoria, mas ficou foda! Então é isso, agora o rumo do cinema está bem decidido, espero ver sempre filmes que desafiam, que inovam, que tentam a todo instante aprimorar e privilegiar cada vez mais a sétima ARTE!

    Obs: Vocês não imaginam o prazer que eu vou ter agora de ir para o post de “Guerra ao Terror” e marca-lo como: Ganhador do Oscar! E logo em seguida gritar: Os Na’viados se fuderam!!!!

    domingo, 7 de março de 2010

    Minhas apostas para o Oscar 2010

    Depois que eu vi os 10 indicados ao Oscar desse ano de Melhor filme, pude reavaliar meus conceitos e fazer minhas apostas para cada categoria, então lá vai (deixarei os melhores para o final):

    Legenda: P=Provável  T=Torço (no meu bolão, quando acerto colocando P ganho 5 pontos, quando coloco T ganho 10 :D)

    • Efeitos Especiais: Avatar (alguma dúvida?) [PT]
    • Mixagem de Som: Avatar [P] // Guerra ao Terror [T]
    • Edição de Som: Avatar [P] // Bastardos Inglórios [T]
    • Maquiagem: Star Trek [PT]
    • Trilha Sonora Original: Avatar [P] // Sherlock Holmes [T]
    • Canção Original: Almost There (A Princesa e o Sapo) [P] // Loin The Paname (Faubourg 36) [T]
    • Edição: Distrito 9 [P] // Bastardos Inglórios [T]
    • Figurino: Coco Antes de Chanel [PT]
    • Fotografia: Avatar [P] // Bastardos Inglórios [T]
    • Direção de Arte: Avatar [PT]

    Antes de entrar nas mais importantes categorias, tem aquelas que ninguem sabe direito, só os cinéfilos mais xiitas, que eu simplesmente chutei, colocarei de qualquer forma:

    • Documentário de Longa-metragem: The Cove [PT]
    • Documentário de Curta-metragem: The Last Campaign of Governor Booth Gardner [PT]
    • Curta-metragem de Animação: A Matter of Loaf and Death [PT]
    • Curta-metragem: Instead of Abracadabra [PT]
    • Filme em língua estrangeira: A Fita Branca [PT]

    Agora, finalmente, as categorias mais almejadas da noite:

    • Animação: Up-Altas Aventuras [PT]
    • Roteiro Adaptado: Preciosa [P] // Amor Sem Escalas [T]
    • Roteiro Original: Bastardos Inglórios [PT]
    • Atriz Coadjuvante: Mo’Nique (Preciosa) [P] // Vera Farmiga (Amor Sem Escalas) [T]
    • Ator Coadjuvante: Christoph Waltz (Bastardos Inglórios) [PT]
    • Atriz Principal: Sandra Bullock (Um Sonho Possível) [PT]
    • Ator Principal: Jeff Bridges (Coração Louco) [P] // George Clooney (Amor Sem Escalas) [T]
    • Diretor: Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror) [P] // Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios) [T] (óbvio)

    E agora o prêmio que mais importa, o que mudará os rumos do Oscar, rufem os tambores…. Nessa categoria, como há muitos indicados, escolhi dois filmes que provavelmente ganharão [P] e um que u torço que ganhe [T]:

    • Melhor Filme: Avatar [P] // Guerra ao Terror [P] // Bastardos Inglórios [T] (óbvio again!)

    Agora, me resta esperar ansioso pelo evento, que será transmitido a partir das 21h na TNT e depois do BBB (sabe lá quando) na Globo. Informo que na Globo perdemos metade do evento e temos que aguentar o José Wilker demonstrando toda sua arrogância cinéfila. Acho que haverá transmissão online streaming, procurem, eu recomendo.

    Porque Avatar não merece o Oscar de Melhor Filme?

    Lendo meus últimos posts, vocês devem ter notado minha luta para mostrar que Avatar não é um filme merecedor de Oscar. Em questões técnicas, por mim, ele poderia levar todas. Eles podiam, até para diminuir o tempo do evento, dizer todas as categorias técnicas e no fim dizer: “Quem leva todos esses prêmios técnicos é…Avatar!”. E depois, lá do palco, eles jogavam as estatuetas na cabeça de Cameron e falavam:”Muito bem Sr Cameron, parabéns, pode ir pra casa. Agora, vamos aos prêmios que realmente interessam aos filmes realmente bons…”. Pronto, facilitava a vida de todos.

    Em fato, eu não tenho nada contra a Avatar, embora pareça que sim, eu só fico puto com as várias indicações para ele, principalmente a de Melhor Filme, fora isso, ele é apenas um filme ruim que eu assisti, seria apenas esquecido. Vou me concentrar na indicação de Melhor Filme. Dentre os 10 indicados, sem brincadeira, qualquer um merece mais o prêmio do que ele, todos tem uma história envolvente, diferente e divertida, enquanto Avatar recria Pocahhontas e revive os Smurfs! Tirando todo o efeito do filme, sobram apenas péssimas atuações, uma história manjada e falas de efeitos ridículas. Avatar é uma bela caixa de presente sem nada dentro.

    Nesse Oscar, a Academia decidirá que rumo quer tomar: se ela quer se tornar popular, premiando filmes que agradam o povão e valorizam só o visual, ou executar o belo trabalho do ano passado, premiando filmes que merecem pela história, filmes que tentam em todos os requisitos atingir a perfeição e demonstrar coisas novas, como aconteceu com “Quem Quer Ser Um Milionário”. E essa grande batalha/decisão será travada por Avatar com seus mirabolantes efeitos visuais caríssimos e Guerra ao Terror com sua história densa, uma nova abordagem sobre a guerra e seus custos mínimos de um filme independente. Avatar tem um grande apelo do público pela experiencia que proporciona que é realmente incrível, mas em termos de cinema como arte, pouco nos é mostrado, é um filme quase que infantil. Já Guerra ao Terror conta com ótimas atuações, um roteiro brilhante e reflexivo, chegando a ser filosófico, e além disso bota na roda o tema polêmico atual: a guerra do Iraque.

    O que nos resta é esperar o grande momento, em que o envelope se abrirá e o destino do Oscar estará escrito no papel. Para que lado você vai torcer?

    Distrito 9- A Ficção-Científica mais realista já feita

    Sabe quando você antes de ver o filme já sabe que ele será bom e depois que vê o filme, percebe que ele é melhor do que pensava, Distrito 9 é um desses raros exemplos de filmes que cumprem o que prometem e vão além das expectativas. Com uma dinâmica que lembra um documentário e uma história que vai muito além do que parece, Distrito 9 consegue seu lugar no Oscar com 3 indicações: Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Edição.

    Não conseguiria fazer uma sinopse tão boa quanto à original, então a colocarei: “Há 20 anos uma gigantesca nave espacial pairou sobre Joanesburgo, capital da África do Sul. Como estava defeituosa, milhões de seres alienígenas foram obrigados a descer à Terra. Eles foram confinados no Distrito 9, um local com péssimas condições e onde são constantemente maltratados pelo governo. Pressionado por problemas políticos e financeiros, o governo local deseja transferir os alienígenas para outra área. Para tanto é preciso realizar um despejo geral, o que cria atritos com os extra-terrestres. Durante este processo Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley), um funcionário do governo, é contaminado por um fluido alienígena. A partir de então ele se torna um simbionte, já que seu organismo gera algumas partes extra-terrestres. Com o governo desejando usá-lo como arma política, Wikus conta apenas com a ajuda do extra-terrestre Christopher para escapar.”

    Eu considero Distrito 9 a ficção científica com Aliens mais próxima da realidade, mais próximo de como seria se isso acontecesse. O filme não cai na mesmice de outros longas que nos dão uma visão idealizada da situação, ele afunda de cabeça nas reais consequências de um acontecimento polêmico como a chegada de aliens no planeta. Tudo é muito convincente, desde a aparência dos extra-terrestres até a decisão que o governo toma no filme, deixando o filme mais sério, mais maduro. E também, tira aquela nossa visão “Independence Day”, nada de naves espaciais ultra modernas cheias de luzinhas piscantes azuis e verdes, o filme nos apresenta aliens fudidos, com aparelhagens fudidas, sujas, estragadas, aumentando o realismo da situação desesperadora em questão.

    O filme faz uma analogia quase que explícita do Apartheid, quando separa os aliens dos humanos, colocando eles no Distrito 9, que vira uma favela. Esse engajamento do filme e sua visão crítica dessa situação “passada” é sem dúvida o ponto forte do filme, e ainda ajuda a definir quem são os verdadeiros mocinhos e vilões da história, fazendo a inversão. Antes, éramos nós os coitados que os Aliens invadiam e atacavam sem piedade, agora quem estão sofrendo são eles, e nós somos os impiedosos que causamos toda a destruição, pegaram a analogia?

    Vocês vão dizer que eu sou um escroto que quer a todo instante detonar Avatar e o James Cameron, e estão certos! Mas eu faço isso com razão, o cara fez um Ctrl+C Ctrl+V de todas as ficções cientificas da história, incluindo esse filme. É incrível a cara de pau dele! Em Distrito 9 temos a concepção da formação híbrida de humano com alienígena, que é usado em Avatar de forma mais bonitinha em tons azulados. Outra, na história esse humano/alienigena depois ajuda os aliens à lutarem contra os humanos, com uma explicação mais plausível do que a usada por  Avatar, e também gera uma luta mais equilibrada, ambos tem boas armas, qualquer um dos lados podiam vencer, em Avatar os humanos tem mega naves com bazucas saindo para todos os lados enquanto os Na’viados tinham arcos e flechas infinitas que saiam do rabo deles, e ainda venciam, cadê a verossímilhança? Se é para termos a 1º ficção científica premiada com o Oscar de Melhor Filme, que seja Distrito 9! #morteaAVATAR

    Sem mais palavras para descrever o filme, ele tem ótimos efeitos e boas atuações também, conseguiram tirar cenas emocionantes com alienigenas, o que é foda demais. Super recomendo mesmo, uma das melhores ficções científicas que eu já vi.

    Educação-É preciso saber viver

    O típico filme inglês Educação é glorificado e ao mesmo tempo apunhalado pela crítica que por mais que elogie o filme em vários quisitos, diz que não vê motivos para o que o filme fosse indicado a Oscar de Melhor Filme desse ano. Acho que também penso assim, adorei o filme, é bem legal de assistir, mas não chega a ser um filme Oscariano (acabo de inventar). Embora, ficaria muito mais satisfeito se este filme ganhasse no lugar de Avatar, assim como qualquer um dos outros indicados. #morteaAVATAR

    Educação trata com bastante simplicidade e agilidade temas como rebeldia adolescente, carpe diem (adoro filmes com esse tema), e principalmente fala do momento difícil dos jovens da passagem para a vida adulta, representada pela escolha da faculdade, e assim, da vida que quer seguir. Esse filme caiu como uma luva para esse meu momento presente, mas vocês não dão a mínima para isso, claro. Temos como protagonista a lindíssima e inteligente Jenny, interpretada graciosamente pela indicada ao Oscar desse ano Carey Mulligan, que é uma esforçada aluna cujo pai praticamente à obriga a demonstrar excelência em tudo que faz para assim garantir sua vaga na renomada Oxford. Sua vida  então não tem tanta graça, vive para os estudos, mas nos “tempos livres” aprecia arte como nenhuma outra de sua idade, principalmente arte francesa, desde pinturas à músicas, isso tudo meio que escondida de seu pai, que não quer que ela gaste seu tempo com “bobagens”. Tudo muda quando ela conhece o bon vivan David, relativamente mais velho que ela e que a introduz num mundo de diversões e prazeres artísticos e culturais, fazendo ela repensar sobre o seu futuro idealizado por seus pais.

    Como boa parte dos filmes ingleses, Educação tem um charme embriagante, isso se deve em parte por Carey, que com sua interpretação doce, porém madura da adolescente Jenny, nos encanta a cada frase, a cada semblante, a cada sorriso tímido que dá, justificando sua indicação ao Oscar. E ela, ainda por cima, adora falar francês, o que a deixa mais charmosa, me conquistando de vez. (Acho que tenho uma queda por francesas, européias em geral, mas principalmente por francesas, sei lá) [mais uma coisa que vocês não dão a mínima].

    Recomendo o filme para adolescentes principalmente, o final nos dá uma impressão de como as coisas realmente são, para assim possamos fazer as escolhas certas em relação ao nosso incerto futuro. E acima de tudo, é um filme divertido, que não fica chato um segundo sequer, e é bem rápido, conseguindo passar bem sua mensagem nos seus 96 minutos. Assistam, e…. #morteaAVATAR

    Um Sonho Possível- Utopia incrívelmente real

    Mais um drama sobre história de vida difícil indicado ao Oscar desse ano, Um Sonho Possível conquista o público pela sua abordagem simples, comovente e bem humorada.

    O filme conta uma história bem peculiar nos tempos insanamente cruéis em que vivemos: Michael Oher, um adolescente pobre com dimensões gigantescas que vive sozinho no mundo, é acolhido por Leigh Anne e sua família ao encontrá-lo vestindo um short e uma camiseta numa noite fria de inverno. Leigh o convida a ficar na tua casa sem hesitar ao saber que ele estuda na mesma sala de sua filha e ao ver que ele é uma pessoa doce e confiante. Simpatizando com Michael, Leigh e sua família praticamente o adotam, fazendo dele um membro da família. Eles então descobrem o grande potencial de Michael para o futebol americano, e Leigh, que tem seus contatos na área, o incentiva a cada instante, dando a Michael uma chance de reescrever sua história.

    O filme é uma ótima lição de vida, e saber que é uma história real nos dá esperança, ao saber que ainda existem boas pessoas nesse mundo podre. É meio difícil de acreditar nisso tudo, mas no final do filme temos imagens da família comprovando isso tudo, o que mexe muito com a gente. E não é um filme que apela muito, não é melodramático, é bem leve e divertido, tem ótimas tiradas a todo instante, então você o assiste numa boa, ele te desarma, e assim você, no final, quando digere aquilo tudo, se emociona facilmente, o que é um grande truque o longa.

    A atuação destaque do filme, e posso até ousar dizer do ano, é de Sandra Bullock, que exprime uma naturalidade no papel de uma mulher forte, decidida e divertida digna de Oscar, assim espero. Realmente, agora estou apostando nela, antes já apostava pelo o que todos diziam e elogiavam, mas agora pude ver com os próprios olhos, é algo que palavras não explicam. Cada gesto dela condiz perfeitamente com a da personagem, e suas expressões conseguem dizer mais que monólogos, acho que isso é o que faz de uma atuação boa. A performance dela me lembrou muito a Julia Roberts no papel da Erin Brockovich (que a premiou, by the way), quem viu sabe que há como comparar, é bem interessante. Um Sonho Possível foi indicado também na categoria de Melhor Filme (lógico, se não, não estaria nessa minha meta)!

    Gostei muito, tenho quase certeza de que não leva o de Melhor Filme, mas como filme, puro e simplesmente, é um dos melhores do ano. Assistam, e talvez quem sabe, você não se motiva a mudar essa porra de sociedade!

    sábado, 6 de março de 2010

    O Silêncio dos Inocentes-Como gelar o sangue

    Mais um ótimo filme da Maratona do Oscar, Silêncio dos Inocentes é um dos meus filmes de perseguição à psicopata favorito, porque tem na sua fórmula: um ótimo roteiro de base, atuações magníficas, cenas de ação de tirar o fôlego, um visual gelado aterrorizante e um dos maiores vilões de todos os tempo, Hannibal Lecter, vivido por Anthony Hopkins na atuação mais marcante de sua vida.

    Gosto muita da história pela sua originalidade simples. Ao invés de botar Hannibal como o grande psicopata canibal a ser perseguido, o longa nos apresenta uma nova configuração de filmes como este, colocando Lecter como um “ajudante” de Clarice (Jodie Foster) na busca pelo serial killer Buffalo Bill. Isso se dá porque Buffalo foi um ex-paciente de Hannibal, então a policial Clarice, a mando de seu chefe, vai atrás dele para buscar informações sobre o assassino, mas Lecter não aceitará fazer isso gratuitamente, é claro, ele pede para que Calrice divida sua vida com ele, contando relatos do passado dela, criando um laço sinistro com o canibal enjaulado que transpira tensão. Clarice aceita a proposta de Hannibal, mas fica a cada encontro mais abalada com as coisas que Lecter diz, e sente a cada instante que ele está entrando aos poucos em sua mente.

    O filme é uma obra prima do suspense, sendo o 1º filme do gênero suspense/terror a levar a estatueta de Melhor Filme, dando mais prestígio ao estilo. Silêncio dos Inocentes levou ainda mais 4 Oscars: Melhor Diretor (Jonathan Demme), Ator (Anthony Hopkins), Atriz (Jodie Foster) e Roteiro Adaptado, conseguindo então os 5 prêmios mais desejados da noite.

    A história é incrivel, te prende do início ao fim, mas o que sustenta o filme e deu toda a sua popularidade são os personagens/atores interessantíssimos, só vendo para realmente enteder o que eu estou falando. A relação firmada entre Hannibal/Anthony Hopkins e Clarice/Jodie Foster é uma mistura de medo e tensão sexual reprimida que na tela é algo nunca antes visto na história do cinema, é sensacional. Hopkins rouba a cena interpretando um psicopata canibal calmo,inteligente e perspicaz, que repara cada detalhe e consegue delinear com isso o perfil da pessoa num segundo. Foster também mantém sua força e se impõe no filme, não se deixando ser apagada por Hopkins. Ambos encorporaram muito bem seus papéis e ficaram marcados por eles para sempre.

    Hannibal Lecter merece um páragrafo a parte, o jeito dele falar é de gelar o sangue, tudo é dito com tanta calma e segurança que nós não acreditamos que ele é um cara que come carne humana. Mas então vemos ele protagonizando cenas de ação canibalescas e ele se torna um monstro diante de nosso olhos, só o cinema para nos proporcionar uma experiência como esta. Sua frase mais  memorável, entre inúmeras, é “Um recenseador uma vez tentou me testar. Eu comi seu fígado com grãos de ervilha e um bom Chianti.”Ele dizendo isso é delicioso (péssima palavra), é inevitável fugir daqueles olhos psicóticos fixos, chega a dar arrepio.

    Esse filme é essencial para qualquer um que gosta de filme de suspense, é um dos melhores do gênero, se não o melhor. Ele teve sequencias colocando em evidência, é claro, Hannibal, mas nenhuma é realmente destacável, eu ainda não vi nenhuma, mas as críticas não são simpáticas com essas continuações. Então recomendo no momento apenas esse, que é um suspense diferente de tudo aquilo que você já viu e verá.

    sexta-feira, 5 de março de 2010

    Preciosa- Realidade que incomoda

    Faltam poucos dias para o Oscar, e poucos filmes que eu ainda tenho que assistir antes do grande evento, e este foi um da lista que me surpreendeu, em vários aspectos, me surpreendeu muito. Não é uma típica história de jornada de vida difícil, Preciosa inova no meio de contar os acontecimentos, com uma edição bem legal nos mostrando outros pontos de vistas interessantíssimos.

    Nosso foco no filme é a vida sofrida de Claireece "Preciosa" Jones (Gabourey Sidibe), uma menina de 16 anos, obesa, pobre, grávida do segundo filho, sendo que ambos são do pai que a estrupava e deixava a mãe problemática com ciúmes (Mo'Nique). Ela vive com a mãe numa casa mal arrumada e largada pela mãe que a faz de empregada o tempo todo, e ainda a menospreza por tudo que faz, trocando xingamentos e agressões físicas, tornando o ambiente familiar o mais hostil de todos. Claireece tem problemas de adaptação na escola que frequenta pelas suas características físicas, mas demonstra um ótimo rendimento em matemática, despertando a atenção da diretora, mas o fato de estar grávida a leva a expulsão, só que Claireece não sabe que essa pode ter sido a melhor coisa da sua vida. A diretora então recomenda que ela vá à uma escola alternativa, onde vê que em sua imaginação pode estar a resolução de seus problemas.

    Preciosa é um dos melhores dramas do ano, não tenho dúvida, o jeito que a história é conduzida te faz refletir sobre muitas coisas e os sentimentos que o filme lhe proporciona são diversos, fazendo o longa ganhar certo destaque. O que mais me agradou no filme foram as atuações. De todos os lados, vemos ótimas atuações dignas de Oscar, realmente todas conseguem transmitir uma convicção, uma verossímilhança que é raro de se ver em tanta abundância nos filmes de hoje. Quero destacar a estreiante Gabourey Sidibe e a Mo’Nique, ambas indicadas ao Oscar, uma de Melhor Atriz e outra de Melhor Atriz Coadjuvante, que tiveram desempenhos excelentes, cada uma com sua forma excepcional de atuar, sem se forçar a mostrar sentimento, simplesmente sentiram e deixaram as palavras sairem naturalmente, demonstrando um ótimo trabalho do diretor, também indicado ao Oscar, Lee Daniels. Outra atuação motherfucker é a de Paula Patton, que faz a professora da escola alternativa que se mantém rígida e firme diante da situação de Claireece e a ajuda a ser mais confiante e segura, além disso, o filme nos dá ótimas cenas dela deixando a sua imagem de durona de lado ao encarar a realidade absurdamente difícil e triste de Preciosa. Agora, pra mim, a atuação que mais me surpreendeu e simplesmente calou a minha boca preconceituosa foi a da Mariah Carey! Quando eu vi que ela ia fazer o filme, já pensei, “cantora pop, fazendo filme dramático, coisas que não combinam não costumam dar certo, bla bla bla”, e outra, o papel dela é de uma assistente social, “lá se vai a integridade do filme, não existem assistentes socias loiras gostosas que usam mini saias”. Mas aí fui ver o filme, quando ela apareceu pela primeira vez eu mal a reconheci: cabelos pretos, sem maquiagem, roupas que disfarçam seus belos seios e acima de tudo atuando bem, com convicção, meu queixo caiu à uma altura de um metro e setenta! Não esperava mesmo, ela tá ótima, ela soube o que sua personagem era, como ela deveria se comportar, afastando-se completamente da imagem luxuosa da cantora. O papel dela é de uma assistente social que cuida dos casos de Preciosa e que tem no olhar uma imagem de cansaço representado pelas enormes olheiras que nos dá uma sensação de realidade impressionante, sei que ela nunca lerá isso, mas dou os parabéns a ela!

    O longa foi indicado a 6 Oscars: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado,Atriz principal, Atriz Coadjuvante e Edição. Acho que deve levar o de Melhor Atriz Coadjuvante, a atuação de Mo’Nique é soberba, essa mulher sabe como ser escrota mesmo, então deve levar a estatueta, embora eu torça para qualquer uma das duas atrizes de Amor Sem Escalas indicadas (Vera Farmiga e Anna Kendrick), tenho que ser sensato e ver que a possibilidade de Mo’Nique ganhar é bem maior.

    Esse filme é legal de assistir pelo choque de realidade que ele nos proporciona, e a sensação de incômodo de estar em pleno conforto enquanto o vê é quase insuportável, mas se deve assistir o filme até o fim, aguente o sofrimento e não perca essa incrível história de superação.

    terça-feira, 2 de março de 2010

    Um Homem Sério-assim como o filme…

    Continuando com a minha promessa de assistir e postar sobre todos os indicados do Oscar de Melhor Filme desse ano, me deparei com o novo filme dos Coen, Um Homem Sério, que não me agradou nem anteriormente nem posteriormente de eu assistir ao filme. Realmente não gostei, mas é bem feito, tenho que reconhecer, e sua história tem lá sua originalidade, então, adivinhem, prefiro que ele ganhe no lugar de Avatar! #morteaAVATAR

    Não me darei o trabalho de escrever a história, que a propósito eu nem entendi tão bem, então copiarei a sinopse original: “1967. Larry Gopnik (Michael Stuhlberg) trabalha como professor de física na Universidade de Midwestern. Ele vê sua vida mudar radicalmente quando sua esposa, Judith (Sari Lennick), decide deixá-lo por Sy Ableman (Fred Melamed). Além disto, uma carta anônima ameaça sua carreira na universidade. Larry ainda precisa lidar com os problemas de Arthur (Richard Kind), seu irmão, que mora em sua casa e dorme no sofá; seu filho Danny (Aaron Wolff), problemático e rebelde; e ainda Sarah (Jessica McManus), sua filha, que constantemente pega dinheiro de sua carteira para uma futura cirurgia plástica no nariz. Sem saber o que fazer, Larry busca os conselhos de três rabinos.” No desenvolver da história, ela se mostra bem diferente dos filmes que tratam de dramas familiares (nunca espere algo convencional dos Coen), é um filme bem firmado na religião judáica, e bem reprimido, então acho que é por isso que eu achei tão tedioso.

    O roteiro é bem elaborado, admito, e quer nos dizer algo, ele quer nos passar uma mensagem, isso eu sei, mas só não sei que mensagem é essa. Tem a mensagem óbvia do “não seja certinho”, mas há mais coisas além dessa simples camada, se alguem descobrir, divida conosco :D. O filme é engraçado em certas partes, afinal é categorizado muitas das vezes como uma comédia, mas ele tem momento realmente, perdoem o trocadilho, mto sérios, e também nem chegam a emocionar, então fica nesta linha 0 fellings, o que não me agradou muito. O final é igual aos demais filmes dos Coen, não é uma grande cena final com o protagonista tomando a paixão de sua vida nos braços e dando-a um beijo de tirar o fôlego, não, é aquele final cortado grosseiramente, por assim dizer, as coisas ainda rolarão mas não serão mostradas. O filme foi indicado à 2 Oscars: Melhor Filme e Roteiro, acho que não leva nenhum.

    Eu não recomendo o filme para aqueles que não são cinéfilos. Vai ter gente que vai gostar do filme, sem dúvida, judeus talvez, mas para a pessoa que conhece os Coen por Queime Depois de Ler ou Onde Os Fracos não tem vez o filme não trará grandes emoções e será rapidamente categorizado como “filme mais chato que a pessoa já viu”. Um Homem Sério para mim é Queime Depois de Ler sem as piadas, e Onde os Fracos Não Tem Vez sem o suspense e a ação, então, já visualizou o resultado. Assistam, talvez, para conhecer um pouco mais sobre a cultura judáica, porque não?

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