O fim começou. Toda grande saga tem um final, e a saga de Harry Potter no cinema está a um passo do seu desfecho. Nós, fãs, torcemos para que tudo corra bem e que ninguem faça nenhuma merda que estrague o grand finale, então sem dúvida ficamos bastante apreensivos. Eu, particularmente, fiquei muito feliz com a primeira parte, que conseguiu se desenvolver bem e nos deixar ávidos de vontade de ver a próxima parte, onde enfim nos despediremos desse mundo mágico que viveu tanto no nosso imaginário durante todo o nosso crescimento. Aviso aos navegantes que no texto podem haver pequenos spoillers, então, CUIDADO!
Na primeira parte do capítulo final, Harry, Rony e Hermione vão atrás das horcruxes, objetos enfeitiçados que contem parte da alma de Lord Voldermort, que se mantém imortal através delas. Mais do que procurar esses objetos, eles tem que descobrir como destruí-los de forma efetiva, para assim enfraquecer o grande vilão. O mundo dos bruxos e dos trouxas estão cada vez mais interligados, e Voldermort está ainda mais poderoso, interfirindo nos dois mundos, espalhando medo por toda a parte, visando ser o bruxo mais forte de todos os tempos e eliminar todos aqueles “sangues ruins” da sociedade. Numa trama bem traçada, com várias mortes importantes durante todo o longa, Harry Potter e as Reliquias da Morte parte 1 te deixará impressionado com a sua maturidade e excelência!
Quando anunciaram que o último livro da saga seria dividido em 2 partes eu fiquei feliz no primeiro momento, imaginei que dessa vez não tentariam compactar a história, decepando partes importantes e por algum motivo obscuro introduzindo cenas inventadas (vide todas as partes de Harry Potter e o Enigma do Principe), mas depois fiquei preocupado com o seguinte: um filme precisa ter começo, meio e fim satisfatórios, ou seja, precisa de uma história que se desenvolva até o ápice final, onde teríamos um belo clímax, como fazer isso com a história de um livro? É meio complicado criar um clímax no meio do livro, é como ter um orgasmo ainda nas preliminares, o que o filme realmente mostrou que pode acontecer. David Yates conseguiu editar o longa de forma que finalizasse bem a 1° parte e conseguisse o que de fato queria: explicar o que não foi explicado no 6 e nos deixar com vontade de ver a próxima parte. Temos uma boa ação final sim, não o que temos normalmente em filmes de HP, mas ainda assim satisfatória devido a situação em que se encontrava, só que para que possamos dizer que o ultimo filme tenha sido bem sucedido a próxima parte tem que ser um clímax contínuo, aí sim podemos nos sentir bem perante o final ok da primeira parte.
Eu não li esse último livro, mas amigos meus que leram disseram que o filme conseguiu adaptar muito bem as coisas, sem nenhum grande desfalque ou erro de concordância, tudo saiu nos conformes, então já dá pra ver que o filme foi realmente bom, já que até os leitores gostaram. A recriação do mundo de J.K Rowling está como sempre impecavel, os cenários, os figurinos, maquiagem, tudo está como devia ser, compondo uma belissima obra de arte. O que podemos destacar nesse filme é a fotografia, já que o trio não passa o seu tempo em Hogwarts como nos outros capitulos, mas sim peregrina pelo mundo bruxo atrás das horcruxes, passando por lugares belissimos, campos abertos que foram um prato cheio para o diretor. Temos ótimas cenas de ação e combate entre os bruxos, a câmera agil ajuda muito nesse instante, e nos dá a sensação exata de agitação da cena, porém em alguns momentos ela é usada em cenas de dialogos, o que não tem nenhum sentido e nos deixa tontos. Legal ver que as varinhas nesse filme viraram verdadeiros revolvers, nos proporcionando combates emocionantes.
As atuações desse longa enfim se consolidaram, com um roteiro bem melhor trabalhado, os atores conseguiram mostrar toda a desenvoltura deles nos papéis que lhes marcarão para sempre. Do trio, infelizmente o único que ainda se mostra mal preparado é (irônicamente) Daniel Radcliffe no papel principal, ele ainda não consegue se impor direito diante certas cenas, acho que toda a responsabilidade jogada em cima dele atrapalhou seu desenvolvimento, mas não é nada que chegue a atrapalhar o andamento do filme. Rupert Grint está bem como sempre, no papel de melhor amigo do protagonista, rende ótimas tiradas que dão o tom cômico certo ao tão sombrio longa e até arrisca uma boa performance numa cena dramática, realmente se destaca. Agora, pra mim, o que me impressionou mais foi Emma Watson que a cada filme se mostrava melhor (em muitos sentidos) e nesse arrebata o telespectador logo de cara na primeira cena, onde ela usa um feitiço que faz seus pais esquecerem dela, como se ela nunca houvesse existido, tendo uma atuação magnifica e tocante sem dizer uma palavra, suas feições dizem tudo, e confesso que me deixou arrepiado. Fora eles, temos o brilhante elenco inglês de peso que rende boas participações, como Alan Rickman (Snape), que é um cara foda, sem mais nem menos, Helena Bonhan Carter (Bellatrix Lestrange) que tem a melhor atuação do filme, Bill Night (Rufus Scrimgeour) que é um dos atores que mais gosto, Brendan Gleeson (Olho-Tonto) mais irônico do que nunca, e Ralph Fiennes que encarna com maestria o Lord das trevas, sombrio e cruel na medida certa.
Tem uma parte desse longa em particular que eu gostei muito e que é uma novidade na série. Quando contam a história das tais Reliquias da Morte, é usado o recurso de animação gráfica que foi muito, mas muito bem feito, sendo um dos melhores momentos do filme! Eu não esperava por isso, é uma animação rica, detalhada, com cores fortes e traços impactantes, realmente excelente.
Algo que sempre gostei na saga de Harry Potter é a analogia ao racismo que se é feita, onde os bruxos legítimos discriminam aqueles que vêm de familias de trouxas, os chamados “sangues ruins”. Isso sempre apareceu de leve nos filmes, aumentando gradativamente a cada episódio, mas é nesse que se dá o devido tratamento ao tema, de forma mais madura e concreta, vemos a discriminação invadir as ruas do mundo bruxo, no ministério principalmente, que inicia uma perseguição aos impuros e dita novas regras de comportamento para com essas pessoas, fazendo uma critica forte e bem direta ao nazismo e é claro a discriminação! Graças ao tom maduro desse último filme, podemos perceber isso com mais força, a mensagem é passada de maneira mais eficaz, e Harry Potter enfim deixa de ser um filme superficial.
A grande jogada desse capítulo são os rituais de passagem que são demonstrados simbólicamente no filme. Quando saímos da infância, assim como os protagonistas, perdemos totalmente nossas bases e somos jogados no cruel mundo de “verdade”, não temos mais o conforto das nossas familias e nem do nosso colégio, agora é pra valer, é a vida! Perfeitamente vemos isso na tela, os 3 estão sozinhos no mundo bruxo, correndo atras de seus objetivos, sem ter nenhum familiar por perto ou nem sequer um professor amigo para acalenta-los, nada, eles só tem um ao outro, e assim seguirão daqui pra frente. Quando a coruja de Harry morre não é a toa, Rowling mais uma vez usando de simbologia mostra que a fase infantil inocente de Harry se foi, e agora ele tem que enfrentar seus problemas com maturidade e maldade. Por essas e outras coisas Harry Potter é uma série tão amada por nós jovens, crescemos junto com esses 3 amigos, nos identificamos, acompanhamos suas mudanças. Eu sou sortudo por me enquadrar perfeitamente na idade dos personagens, pude realmente acompanha-los a cada ano que passava. Nos 2 primeiros filmes eu odiava a Hermione, achava ela a estraga prazeres, quando chegou no 3°, minha cabeça já tinha mudado assim como a de Harry e Rony que começaram a notar ela de um jeito diferente, até chegar no 4° onde nos petrificamos ao ver o quão gostosa ela ficou naquele vestido de baile! Acho isso muito legal, tenho certeza que não sou único que pensa assim. Harry Potter sem dúvidas é a série que marcou a minha infancia e juventude.
Harry Potter é um filme que nem preciso recomendar, você simplesmente vai ver, não há como fugir! Quem é mais velho pode achar bobeira, mas realmente é um filme muito bom, maduro, sombrio, misterioso, encantador, inteligente, divertido, mágico, fenômenal. Harry Potter é o fenômeno da minha geração!
E que venha enfim o final!
Realmente gostei da sua critica, e concordo com quase tudo dito
ResponderExcluirO filme ta ótimo graças a decisao deles de dividir em dois, isso deu um outro ritimo ao filme, e a oportunidade de explicar os buracos deixados com maior clareza.
A parte da animaçao realmente me impressionou, achei extremamente bem feito!
Agora é aguardar a parte dois xD
Ps: tadinha da edwirges, ja tinha lido o livro, mas no filme da mais pena =/
Meu nome é Mundungus Fletcher!
ResponderExcluirTo na historia desde o livro 5 mas não apareci no filme até agora porque não fazia nada de importante.
Vendo bilhete do jogo do bicho.
Abraço.
Sacanagem, eu pisquei o olho e perdi a cena em que eu morri.
ResponderExcluirFica pra próxima.
Pelo menos deu para fazer um bico em "A Lenda dos Guardões"!
Entendeu? Fazer um bico? Sou uma uma coruja! Hahahaha!
Vlw flw.
AUHUAHUHAUHAUAHUHUHUHUAHUHUUAH pqp, olha isso! Bem, primeiro, vlw matt pelo comentário, realmente a coisa mais sábia q eles fizeram foi dividir o livro em 2 partes. Segundo, Osw conseguiu se superar com esses comentários! Edwiges tenho pena de vc ("pena" vc é uma coruja, haha), saiu de uma série de sucesso para uma animação meia boca Happy Feet com asas, e Mundungos, compreendo sua situação, esse povo de cinema é foda, preferem inventar coisas nada ver do q realmente falar o q estava no livro! A propósito, quanto tá o bilhete? To pensando em apostar no Harry, digo, no veado, digo, no cervo luminoso.
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