sábado, 3 de julho de 2010

Kill Bill vol.1- Épico Moderno Banhado a Sangue!

Kill Bill é sem dúvida um dos melhores filmes da década, e com certeza uma das melhores ações já produzidas, reunindo na sua composição uma ótima história, personagens interessantes, atuações formidáveis, cenas de ação de explodir a cabeça, e muito, muito sangue!

 

A história do filme é bem simples, porém não é muito explicada no primeiro filme, deixarei assim para o próximo post. O que sabemos em Volume Um é que a mulher loira vivida com fúria por Uma Thurman está em busca de vingança aos seus “assassinos” que no dia de seu casamento a espancaram e mataram todos que estavam na capela, e suspostamente a mataram junto, porém ela na verdade entra em coma apenas, e agora quer dar o troco na mesma moeda, na exata mesma moeda, por que além de terem acabado com a vida dela, os “assassinos” fizeram ela perder o bebê que estava esperando, sendo essa a premissa para muita violência ao estilo Tarantino.

 

Com essa simples trama de vingança, Tarantino consegue fazer um épico moderno que mostra a trajetória obstinada dessa mulher por aquilo que ela chama de justiça e nos apresenta um delírio audiovisual que nos deixa vibrantes do início ao fim. Como a intenção do primeiro filme é nos deixar em dúvida sobre os fatos e termos vontade de ver o segundo, o longa não perde muito tempo em explicação, e mete logo o pé na porta com grandiosas cenas de lutas muito bem coreografadas, mas muito bem mesmo, chega a ser surreal de tão boas, fazendo referências aos filmes de kung fu que Quentin aprecia, e mostrando algo que o cinema esqueceu faz tempo: combates incríveis com espadas samurais. Tarantino não economiza sangue falso no longa, quem viu sabe como é, basta cortar uma parte do corpo para se jorrar litros de sangue, sendo bem exagerado e muito divertido (desculpem o sadismo, mas até mesmo nessa ocasião você pode perceber que não há nada de sádico em meu ato, na verdade estou sendo totalmente masoquista [spqm]). Enfim, ação de qualidade não falta nesse filme que te surpreende a cada cabeça cortada por uma Hattori Hanzo

 

A edição de Kill Bill é extraordinária, eu nunca vi nada igual. Nada é convencional. Para começar o filme é fora da ordem cronológica, indo e voltando em flashbacks que deixam o longa ainda mais interessante de se ver. Outro ponto é que os truques de câmera usados no filme são geniais, é tudo muito ágil e inteligente captando a intensidade dos movimentos das personagens, e nos proporcionando uma experiência cinematográfica incrível. É muito interessante também o jogo de cores que o Tarantino faz, usando ótimos contrastes bem fortes, predominando as cores amarelo, preto e vermelho. Além disso, o filme ainda tem cenas com camadas de cores por cima, como vermelho e azul, e ainda, partes em preto e branco, tudo muito bem feito e compondo bem a cena. Muito legal também é o recurso de “anime” usado no filme para contar a história de uma das personagens de origem japonesa, uma técnica  inovadora aplicada muito bem pelo Taranta.

 

Mesmo com uma história simples, Tarantino se mostra, como sempre, excepcional no roteiro, criando diálogos enfurecidos silenciosamente de maneira genial. É a calma da raiva, que quando explode, explode magnificamente, num banho de sangue enlouquecedor. Entonando bem as falas e os diálogos está um elenco afiadíssimo com ótimas performances. As atuações são bem encaixadas, como na maioria dos filmes do Tarantino, cada personagem recebeu o ator certo para representá-los, e vice e versa. Uma Thurman protagoniza os longas de forma raivosa, transmitindo bem o rancor e o ódio dessa mulher frenéticamente em busca de vingança. Suas expressões acompanham bem os sentimentos de sua personagem, o que faz toda a diferença na performance da atriz que nem sempre atua bem, infelizmente. Lucy Liu encarna bem a ex-assassina de aluguel e atual chefona do crime de Tóquio, mas nada demais, o mesmo pode se dizer a Vivica A. Fox que interpreta Vernita Green, outra “assassina” da noiva. Uma atriz desconhecida que permaneceu desconhecida depois do longa mas teve uma atuação formidável foi Chiaki Kuriyama (ela msm) que interpretou Gogo Yubari, uma das “seguranças” da O-Ren Ishii (Lyu), que é um deleite para os olhos no seu visual “colegial” mas é insanamente fatal (uma dica, não trepem com ela [spqm]). Daryl Hanna resurge das cinzas com esse filme,  roubando a cena em algumas partes, sua atuação não é das melhores, mas compôs bem o papel da assassina profissional nervosa Elle Driver, que veremos melhor no segundo volume. Há ainda muitas outras boas atuações, mas que só se mostrarão melhor no próximo filme, por isso, deixo para comentar depois.

 

O melhor eu deixei para o final: A TRILHA SONORA! PQP! É A MELHOR TRILHA SONORA DA HISTÓRIA DO CINEMA! Só isso. É algo assim “sobrehumano” o que o Tarantino fez. Ele fez uma grande mistura de gêneros musicais no filme e dá certo de maneira delirante, (é clichê mas não tem jeito) só entende quem ver e ouvir. Kill Bill chega a ser uma ópera de tão sicronizado são as músicas com as cenas, passarei depois uma lista das melhores (praticamente todas). Não só em questões de músicas, o longa também dá um show em efeitos sonoros, o barulho dos combates com espadas é delicioso. Eu nem sei como me expressar diante dessa obra prima audiovisual, mas concluindo, a trilha segue o filme e não se perde em nenhum minuto obtendo excelência nesse quisito, além de dar um tom vibrante no longa que eu nunca vi igual.

O legal de Kill Bill é sua ambiguidade em relação ao público, pois o longa consegue agradar dois públicos fortíssimos: os blockbusterianos e os cinéfilos descolados (que estão em alta ultimamente). Os blockbusterianos saem bem alimentados de cenas de ação e luta espetaculares, e os cinéfilos descolados apreciam todos os detalhes minusciosos dessa grande obra prima do século XXI. Além disso, Kill Bill ainda pode fazer muitos blockbusterianos se converterem e mudarem de lado, e se tornarem potenciais cinéfilos, assim como aconteceu comigo. Veja Kill Bill e mude sua vida!

 

 

Cenas Fodas do Filme:

  • Luta da Noiva contra a Vernita Green
  • Elle Driver vestida de enfermeira assoviando Twisted Nerve pelo corredor do hospital (uma das mais marcantes)
  • A Noiva, vestindo uma roupa amarela e preta, q pertencia a Bruce Lee, dirigindo uma moto amarela e preta ao som de Green Hornet
  • Luta da Noiva contra um exército de japoneses (A melhor cena!)
  • Luta da Noiva contra a Gogo Yubari
  • Luta da Noiva contra a O-Ren Ishii

Músicas Fodas do Filme:

  • Bang Bang - Nancy Sinatra
  • Battle Without Honor or Humanity – Tomoyasu Hotei (A melhor sem dúvida nenhuma)
  • Green Hornet – Al Hirt
  • Twisted Nerve – Bernard Herrmann
  • Don’t Let me be Misunderstood- Santa Esmeralda
  • The Lonely Shepherd- Zamfir

Frases Fodas do Filme (Famoso FFF)

  • A Noiva: [Em japonês] “Those of you lucky enough to have your lives, take them with you. However, leave the limbs you've lost. They belong to me now.” Aqueles que tiveram sorte o bastante para sobreviverem, levem ela com vocês. Mas, deixem as partes do corpo que vocês perderam. Elas pertencem a mim agora.
  • Budd: That woman deserves her revenge and we deserve to die.” Essa mulher merece a sua vingança e nós merecemos morrer.
  • Elle Driver: “I might never have liked you. Point of fact, I despise you. But that doesn't suggest I don't respect you.” Acho que nunca gostei de você. Para ser sincera, eu te odeio.Mas isso não quer dizer que eu não te respeito.
  • Hattori Hanzo: “Revenge is never a straight line. It's a forest, And like a forest it's easy to lose your way... To get lost... To forget where you came in.” A vingança nunca é uma linha reta. É uma floresta, e como uma floresta, é fácil de se perder no seu caminho…ficar perdido…se esquecer de onde você veio.
  • Bill: “Y'all beat the hell out of that woman, but you didn't kill her. And I put a bullet in her head, but her heart just kept on beatin'. Now, you saw that yourself with your own beautiful blue eye, did you not? We've done a lot of things to this lady. And if she ever wakes up, we'll do a whole lot more. But one thing we won't do is sneak into her room in the night like a filthy rat and kill her in her sleep. And the reason we won't do that thing is because... that thing would lower us. Don't you agree, Miss Driver?” Você fez o inferno com essa mulher, mas não a matou. E eu coloquei uma bala na cabeça dela, mas seu coração continuou batendo. Agora, você mesma viu com seus lindos olhos azuis, nõ viu? Nós fizemos muitas coisas com essa mulher. E se ela um dia acordar, nós faremos muito mais. Mas uma coisa que não faremos é entrar no seu quarto a noite como um rato e matá-la enquanto dorme. E a razão para não fazermos isso é porque….isso iria nos rebaixar. Não concorda, Srta Driver?

2 comentários:

Anúncio