sábado, 16 de janeiro de 2010

Avatar-Revolução visual, história habitual

Muito tempo depois de ter estreiado no cinema, só agora eu finalmente vi o tão comentado filme do aclamado diretor James Cameron, que antes de seu lançamento já prometia revolucionar tudo aquilo que chamamos de cinema. E assim o fez, não posso negar, mesmo não tendo idolatrado o filme como alguns tenho que reconhecer que este filme é um puta trabalho artístico, sendo uma obra de arte, e não uma obra prima.

Normalmente, no segundo páragrafo eu escrevo com as minhas palavras a história do filme e tals, mas  como neste caso a história é bem complexa e até mesmo confusa, preferi colocar a sinopse fornecida pelo filme:

“Jake Sully (Sam Worthington) ficou paraplégico após um combate na Terra. Ele é selecionado para participar do programa Avatar em substituição ao seu irmão gêmeo, falecido. Jake viaja a Pandora, uma lua extraterrestre, onde encontra diversas e estranhas formas de vida. O local é também o lar dos Na'Vi, seres humanóides que, apesar de primitivos, possuem maior capacidade física que os humanos. Os humanos desejam explorar a lua, de forma a encontrar metais valiosos, o que faz com que os Na'Vi aperfeiçoem suas habilidades guerreiras. Como são incapazes de respirar o ar de Pandora, os humanos criam seres híbridos chamados de Avatar. Eles são controlados por seres humanos, através de uma tecnologia que permite que seus pensamentos sejam aplicados no corpo do Avatar. Desta forma Jake pode novamente voltar à ativa, com seu Avatar percorrendo as florestas de Pandora e liderando soldados. Até conhecer Neytiri (Zoe Saldana), uma feroz Na'Vi que conhece acidentalmente e que serve de tutora para sua ambientação na civilização alienígena.”

Em questões técnicas esse filme atinge a perfeição, sendo assim deve levar todas as estatuetas técnicas do Oscar. É tudo muito bem trabalhado, cada detalhe tem sua importância, transformando Cameron num novo Peter Jackson. Queria ter visto o filme em 3D, o que deve ser uma experiência magnífica, o longa deve realmente ganhar “vida” diante de nossos olhos. Se em 2D o filme já quase conseguiu esse feito, imagina em 3D! Cameron já havia conseguido escrever seu nome na história do cinema com seu grandioso Titanic, mas agora ele escreveu seu nome na história da tecnologia dos efeitos especiais. Os filmes que vierem a serem lançados agora com efeitos visuais beberá da fonte de Cameron, e será enquadrado como filme pós-Avatar, assim como ocorreu com os filmes depois de Matrix (pós-Matrix). O cinema não vê uma mega produção dessas desde de Senhor dos Anéis, por isso há tanto mérito para Cameron, que desde 95 vem criando um novo “mundo”, com diferentes espécies, uma sociedade totalmente nova, com diferentes conceitos e formas de se relacionarem entre eles e com a natureza, o que é belíssimo na tela. Ouso fazer a comparação (estranha) que Pandora é a Terra Média do futuro! Ainda na área dos efeitos, Avatar tem uma fotografia estupenda! Pandora é um lugar incrível, não dá pra explicar o quão belo ele é. Lá é um ambiente todo natural, digamos assim, cheio de florestas e montanhas flutuantes, com uma fauna e flora exóticas, completamente diferentes das nossas e que se relaciona com os nativos de uma forma excepcional, como se fossem um único organismo vivo. Nisso o filme realmente agrada, e muito.

O filme é realmente inacreditavel visualmente, mas tem uma história que ao meu ver já está bem passada. Claro que não é todo dia que vemos um filme em que os personagens criam avatares alienígenas para poderem se adaptar num lugar estranho para roubarem uma pedra estranha, claro, mas eu estou falando dos personagens e da história em si, tirando todas essas “excentricidades” em questão. Se formos avaliar é uma história que já foi contada diversas vezes, esse lance de amor proibido entre pessoas totalmente diferentes (levado ao extremo) está manjado desde de Shakespeare! Também é manjado a história do cara mauricinho q paga por algo que lhe vai trazer mais riqueza e destruir o meio ambiente, mas que depois se ferra no final e se arrepende de tudo. Ainda mais manjado de todos é a história do cara infiltrado que tem como missão se aproximar de uma mulher para obter informações mas que depois acaba se apaixonando por esta e tem toda aquela carga melodramatica de “você me traiu, nunca me amou, bla bla bla”. O que eu quero dizer é que enquanto Cameron está mais preocupado com a parte técnica ele meio que se esquece do roteiro, o que é o grande mal dos blockbusters, deixando o filme mais “pobre” nesse sentido. Enquanto ele inova de um lado, copia de outro!

A história é simplesmente uma mistura de várias ficções cientificas, conseguimos perceber traços claros de diversos filmes como Matrix, Jurassic Park, Alien, King Kong, A ilha, 2001 uma odisseia no espaço e por aí vai, tendo até semelhança com a história de Pocahhontas. Esses traços não estão na história necessariamente, na maioria das vezes eles exercem mais influencias na parte visual, nos aparelhos e nos cenários. Percebi traços também de Star Wars e Apocalypse Now.

Uma coisa positiva que eu aponto do filme é a metáfora que ele passa, q mesmo q já esteja muito usada hoje em dia, em Avatar gera um bom impacto, que é o grande debate homem X natureza, onde o homem ferra com a natureza e a natureza ferra com o homem, bonito não? Pandora nada mais é do que o nosso meio ambiente (metafóricamente) e que nós destruimos para obtermos algo de valor, no caso a pedrinha estranha lá, e que assim como o nosso meio ambiente, revida contra nós e acaba, por fim, ganhando, não importando o quão tecnologicamente avançado estivermos. Outra lição que o filme passa é que não tem como nós tirarmos algo da natureza sem que ela não nos venha cobrar depois, o que deveria estar na cabeça de muitas pessoas atualmente. É muito legal ver no filme os nativos interagindo com o ambiente em que vivem, sendo que nesse momento eles se mostram superiores aos humanos, pois eles são plenos, não precisando de bens materiais para serem felizes, pois vivem em harmonia com o lugar deles, é uma coisa foda, é o Cameron dizendo para nós nessa era de aquecimento global: Para vivermos bem devemos conviver bem com a natureza!

Há rumores e críticos que estão prevendo uma indicação ao Oscar de Melhor Filme para Avatar. Eu posso até engolir uma indicação, mas se ganhar aí eu fico puto. O filme é muito “surreal” pra Oscar, não tem base pra isso, a não ser se for pela sua metáfora, mas mesmo assim ainda não se enquadra nos parâmetros do Oscar. Mas estou bem tranquilo em relação a isso, já que se for indicado ele provavelmente irá competir com filmes muito, mas muito mais superiores a ele, como Invictus do Clint Eastwood (bye bye Avatar) e o badalado Nine, cheio de estrelas ganhadoras de Oscar do calibre de Nicole Kidman e Daniel Day Lewis e que tem a cara do Oscar, so don’t worry about the thing..

Numa analise geral, Avatar é só bom! Ganha na parte dos efeitos, perde na história, então acaba no zero a zero, não fede nem cheira, pra mim é claro, mas eu aconselho a todos a virem esse filme enquanto está no cinema, pois é um filme que merece ser visto numa tela gigante com um som fodástico para assim podermos realmente senti-lo, se tiverem a oportunidade de verem em 3D não percam, deve ser uma experiência e tanto! No fim de tudo ainda levanto meu chapéu a James Cameron devido ao seu puta trabalho artistico, nunca esqueceremos.

 

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