It all ends. Nunca mais esperaremos ansiosos pelo trailer do próximo filme. Nunca mais correremos para as bilheterias ao saber que a pré venda de ingressos já começou. Nunca mais ficaremos horas nas filas das pré estreias rodeados de malucos vestidos a caráter. Nunca mais lutaremos com desconhecidos que conjuram Avadas Kedavras pelos melhores lugares na sala de cinema. Nunca mais escutaremos a tocante trilha sonora mágica enquanto o logo da Warner se aproxima. Nunca mais teremos a sensação que estamos cada vez mais perto do fim, porque, simplesmente, o fim já chegou.
Como podem ver, esse post será bem sentimental e fará uso de palavras terminais exaustivamente, uma vez que chegou ao fim a saga Harry Potter nos cinemas, talvez a mais importante série cinematográfica da minha geração. O último filme, como sempre, agradou muitos e desagradou vários, na eterna luta entre adaptação e original. Digo desde já que sou um sujeitinho de sangue ruim por não ter lido o livro, e dessa forma, adorei o filme e o analisarei como se não houvesse a série de livros. Além disso, não me preocuparei em esconder detalhes do filme, a partir de um parágrafo despejarei spoillers sobre a aventura final sem peso na consciência. Que o fim comece! (ahh terão várias frases de efeitos como essa também)
Na última parte da história do menino que sobreviveu, Harry, Rony e Hermione estão atrás das últimas horcruxes que restam para que seja possível destruir o poderoso Lord Voldemort de uma vez por todas, tarefa não muito fácil por simplesmente não fazerem ideia do que são e por poderem ser qualquer coisa. Enquanto o trio está ocupado com as horcruxes, Hogwarts está decadente sob o controle de Severo Snape, e o exército de Voldemort cresce a cada dia, deixando-o ainda mais forte para a inevitável batalha final. Últimos mistérios são revelados, e lados são enfim definitivamente estabelecidos, criando o momento angustiante onde apenas um pode sobreviver. (PAN PAN PANNNN)
[INÍCIO DA ZONA DE SPOILLERS]
Que trama magnífica foi criada com apenas uma cicatriz num sobrevivente da morte! Realmente me arrependo de não ter lido o livro, mas já vou consertar isso em breve. Nas suas 2h de duração, Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2, consegue nos impedir de piscar e respirar com gosto, arrancando suspiros de alívio, gargalhadas desesperadas, e palmas fervorosas em cenas que esperávamos a 10 anos! Quem leu meu post da primeira parte (umas 3 ou 4 pessoas) viu que, na minha opinião, para que a 2° parte ficasse boa, teria que ser em ritmo de clímax constante, e de fato foi isso que aconteceu! A batalha em Hogwarts tomou quase o filme todo, como devia ser, prestando atenção em detalhes primorosos que fizeram diferença na composição do longa. O tema do filme é a morte em sua essência, fazendo desta presente o tempo inteiro. Se preparem, personagens importantes vão morrendo em ritmo desesperador, e um erro do diretor foi não ter enfatizado algumas mortes para arrancar algumas saudosas lágrimas, como é o caso de Lupin, Tonks e principalmente Fred, mas enfim, não dá pra ser perfeito. A grande jogada desse filme é que nessa última parte, aconteceu tudo que nós queríamos que tivesse acontecido desde o primeiro filme. Citando algumas coisas temos o grande beijo de Rony e Hermione, que não foi nenhum selinho estilo Daniel Radclif; os professores de Hogwarts lutando contra os inimigos, fazendo deles bruxos badass, sendo a mais foda de todas a Minerva; a grande revelação sobre a vida de Snape, onde percebemos que ele sempre esteve do lado do Harry por amor a Lily Potter; e, na minha opinião, a melhor cena de todas, que foi a adorável Molly Weasley matando a Belatrix e proferindo com força digna de Samuel L. Jackson: “Not my daughter, BITCH!”.
Não podemos esquecer, é claro, do grande final, a luta entre Voldemort e Harry, que, sinceramente, não me agradou muito. Pra início de conversa, eu queria que o Harry morresse, mas isso nunca ia acontecer porque a Rowling não quer amanhecer morta. Se o Harry morresse, a série ficaria bem mais épica! Voldemort morreria também, é claro, mas Harry teria que ir junto, fazendo dele o maior herói de todos: aquele que se sacrifica. Nossa, ia ser uma chuva de elogios, os críticos iam adorar fazer comparações a Jesus Cristo e coisas assim, mas enfim, infelizmente todo blockbuster tem que seguir duas regras: final feliz e possibilidade de continuação. Voltando ao que realmente aconteceu, a luta dos dois não foi lá grandes coisas, foi bem rápida, nem metade do que poderia ter sido, mas não foi ruim a ponto de estragar o filme, então tudo bem.
Pra finalizar o filme, temos uma ceninha bem água com açucar, onde 19 anos se passaram, todo mundo casou e tiveram filhos que foram pra Hogwarts, e os grandes amigos se encontraram na Estação 9 3/4 vendo a nova geração seguir em frente. Esse foi o momento em que se apelou lágrimas, mas de mim não saiu nada, não esperava que isso acontecesse. Sei lá, pensei que ao chegar no final viria uma cena foda e nostálgica que me faria rever toda essa década e acabaria por arrancar algumas lágrimas, mas não. O momento mais tocante do filme foi mesmo as memórias de Snape, em que entendemos toda a sua história, seu amor escondido por Lily Potter, e sua posição na batalha que era de um espião duplo, confirmando o que eu digo a tempos, que o ele é o personagem mais foda e complexo da trama toda, que caiu como uma luva nas mãos do brilhante Alan Rickman.
Uma última observação na zona de spoiller: O HARRY É UMA MULA SEM CABEÇA COM RETARDO MENTAL! O viado termina com, nada mais nada menos, que: a pedra da ressurreição, a varinha das varinhas e a capa de invisibilidade, ou seja, as 3 relíquias da morte, ou seja, o demônio poderia se tornar o Senhor da Morte, o bruxo dos bruxos, o grande líder da nação, a mais nova paquita da xuxa se ele quisesse, mas nããããão, o que sequelado faz? QUEBRA A PORRA DA VARINHA DAS VARINHAS E JOGA LONGE!! A PEDRA FICA PERDIDA NA FLORESTA NEGRA! Ficando só com a capa da invisibilidade, provavelmente porque era presente do seu pai, o que vai ser útil pra ele se esconder da vergonha de não ter ficado com as coisas mais preciosas do mundo bruxo! Fazer o que né, mocinho tem que fazer burrice, se não não é mocinho, é vilão ¬¬
[FIM DA ZONA DE SPOILLERS]
Uma das coisas que sempre me irritou na série e estava presente nesse filme também é o roteiro seguir o “Harry Potter for dummies”, colocando o elenco todo para fazer perguntas óbvias para situar a platéia que já estava situada, além de fazê-los falar sozinhos para expressar suas brilhantes deduções epifânicas que todos nós já tínhamos feitos a 30 minutos atrás! Eu sei que por ser uma febre infanto-juvenil o filme tem que ser “compreensível” para crianças de 10 anos, mas por favor, elas são mais inteligentes que isso, e mesmo que não sejam, elas estão lá para ver efeitos especiais, dragões e vilões morrendo, não importando o “porquê”. Essa “bestialização” acabou estragando uma trama tão bem elaborada e criativa, reforçando a minha ideia de que se Harry Potter fosse feito para adultos, seria perfeito!
Bem, não tenho mais nada para dizer, é o fim. Não quero encher mais linhas sobre como esse filme foi importante pra mim e meu crescimento e etc tal, mas não posso terminar esse post sem dizer que vai fazer falta o convívio com os personagens da série e tudo que a envolve, é uma despedida triste com certeza. Tudo que nos resta são essas boas lembranças que a saga nos proporcionou e a certeza de que mostraremos todos os filmes e livros para nossos filhos um dia, que rirão da nossa cara cheia de lágrimas comovidas e diremos com nostalgia: “não se fazem mais sagas como antigamente”. Por enquanto, é isso, o fim, e nós, bem, ficamos órfãos, tendo a certeza de que com esse fim, não estamos voltando para casa, não mesmo.